Pedra no sapato

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Em que nível de limite eu já cheguei
Não preciso nem de um espelho
para observar meu rosto escorrendo lágrimas
Meus olhos estão pesados demais até para me encarar agora

Desmorono aqui mesmo
Na frente desse computador
Na frente desse bloco de notas
Eu derramo as minhas lágrimas

Eu mesma me condeno a viver assim
Eu ainda estou em meu controle
Segurando-me ao meu próprio réu

Minhas mãos geladas
Eu me encontro no fim da linha
Você vai sentir esse frio quando eu simplesmente abrir a boca
Então vai se arrepender de ter me conhecido

Não sei exatamente para quem estou escrevendo

Deixaram bem bagunçado aqui
E continuam bagunçando
Eu queria que sumisse
Eu queria que parasse

Meus olhos ardem
Minhas mãos estão digitando freneticamente
No fundo sei que estou com raiva
Mas já está escorrendo

Eu me pergunto se seria má ideia andar pelo nada
E deixar a frieza da noite me guiar
Ela me levaria de volta por puro transe
É físico
Me consome 

Por que? Por que você notaria?
Você não viu
Você não ouviu
Mas mesmo assim continua lá
Você continua lá

Eu sei exatamente onde quer está
Eu me abdico das minhas ações
Mas na próxima não será você que irá ouvir
O meu poema

Amor na SurdinaOnde histórias criam vida. Descubra agora