𝗧𝗵𝗲 𝗦𝗼𝗻 𝗢𝗳 𝗛𝗲𝗮𝗿𝘁𝘀

Capítulo 3

︵⏜ ︵⏜ ︵꒰  ♣️  ꒱ ︵⏜ ︵⏜ ︵

        A libélula agora estava na minha frente, suas asas quando batiam não fazia um som muito bom, mas suas asas eram lindas. Ela começou a voar pelo quarto como se fosse uma fada curiosa, vendo absolutamente tudo. Quadros, Alguns itens que estavam espalhados, o teto e até o chão!  Chegou em um momento em que ela voltou para mim olhando em meus olhos; Meu instinto foi inclinar minha cabeça para trás por seu movimento repentino;
           Eu senti alguma ansiedade crescendo em mim após ela se afastar indo em direção ao meu espelho. Minha vontade era de expulsá-la, mas ao ver ela entrando em meu espelho eu não pude deixar de me sentir ansioso e um pouco assustado.
           Um inseto entrou no meu espelho… UM INSETO ENTROU NO MEU ESPELHO!

Pensei chocado. Como? Me levantei e me aproximei do meu espelho me vendo refletir nele, não fazia sentido algo assim; Eu tomei coragem para tocá-lo e com um simples toque o espelho ficou mole: Algo líquido para ser específico. Ele não deixou de refletir tudo à sua frente, ficando da mesma forma antes de ser tocado após passar pela forma líquida que esteve. Me perguntei: “Eu consigo passar?” Ele não era tão pequeno, mas não era grande. Em questão de altura eu teria que me abaixar um pouco.
           Minha ansiedade atacava cada vez mais enquanto eu decidia passar uma das minhas mãos pelo espelho. Ela atravessou com facilidade ficando uma espécie de onda onde coloquei minha mão. - Eu estava curioso. Queria saber mais e mais; Passei minha outra mão com confiança e depois passei com meu corpo segurando minha respiração e com os olhos fechados para o que que venha do outro lado já que eu sentia como se fosse água.

           Após passar pelo espelho eu senti uma imensidão, era como se eu flutuasse, como um mar, não era raso mas também não era funda. Eu comecei a ir para cima e levantei minha cabeça definitivamente percebendo que realmente era água a qual eu estava em volta, eu tossi um pouco limpando meu rosto tirando o que tinha de água para que eu pudesse enxergar. Por segundos minha vista ficou embaçada tentando se acostumar com eles abertos após a água. Olhei ao redor era um pequeno centro de uma cidade vazia, não tão vazia ao ponto de está deserta havia uma ou duas pessoas nas ruas. Estava deserta por não haver tanta gente ao redor, olhei para baixo e para os lados: Eu estava em uma fonte, literalmente dentro de uma fonte; logo sai dali. Não queria que as pessoas me vissem como louco. Eu estava encharcado, tudo em mim estava molhado: Cabelos, roupas, o meu sapato, o meu relógio. Pera. Meu relógio!

           — Droga — Eu murmurei procurando pelo meu relógio de bolso pelas minhas roupas, peguei meu relógio que estava - ironicamente no meu bolso - olhando para ver se ele ainda pegava, por sorte sim. Ele era feito de prata e a sua frente era composta por um brasão de borboleta. Miranda, Miranda havia me dado e eu tenho um grande apego por ele.
           — Oh Deus — Eu aproximo meu relógio do meu ouvido para escutar se ele ainda fazia seu tique-taque mas tendo em conta que agora tinha enchido de água após escutar um tique fraco. — Ótimo, ótimo mesmo. — Reclamei irritado e suspiro logo em seguida.

Olhei em volta novamente, era uma arquitetura bonita, os postes estavam acesos e a rua estava molhada, parecia que havia chovido a poucos minutos. 

Era tudo diferente…

           Não se igualava a Wonderland, claro, em sentido bom. Wonderland era geralmente para baixo, noites escuras e dias claros, quase perfeitos se não fosse o clima de guerra e sentimentos de raiva com ar de sangue que muito tempo atrás existia. Talvez eu vivesse muito tempo na escuridão para notar que Wonderland tem sua beleza mas esse local não emanava o mesmo ar e o mesmo sentimento de Wonderland. Era um sentimento bom, não sei descrever coisas, nunca fui bom para isso, poderia dizer que eu conseguia respirar novamente.