kth & jjk - Imagines

never forget

— Desculpe o atraso, professora.

O garoto de cabelos negros abre a porta em um rompante, claramente ofegante. Imediatamente toda a sala para o que estava fazendo e presta atenção na cena a seguir.

— Mais uma dessas e eu serei obrigada a te dar uma advertência. - essa resposta já era esperada, Jungkook sempre se atrasava. - Pode se sentar. Estávamos discutindo sobre o projeto final.

Ao passar pelas carteiras, Jungkook deixava sua marca, seu perfume impregnado no ar. Esse que já me fez tão bem, mas que agora não passava de uma amarga fragrância.

— Quem ainda está sem dupla? - levantei a mão, um pouco envergonhada.

Admito que esqueci desse projeto e não movi um dedo para me juntar as minhas amigas. Não é atoa que me acham antipática e reclusa.

— Ótimo. Jungkook e (S/N) formarão uma dupla.

Claro.

— Professora, posso trocar de dupla? - como se a situação já não fosse constrangedora o suficiente.

— Você chegou atrasado e ainda quer escolher com quem ficar? Não, Jungkook, não pode mudar de dupla.

Obrigada, professora.

A aula sucedeu e o tão esperado sinal tocou, indicando a hora do intervalo. Arrumei meu material devagar, esperando os outros alunos saírem primeiro. Peguei meus cadernos e fui atrás do meu mais novo colega de projeto.

— Jungkook.

Ele me olhou de um jeito tão presunçoso que eu só consegui sorrir em tom de deboche.

— Não precisa fazer o trabalho comigo, vou te poupar desse sacrifício. Coloco seu nome no final. - cruzei os braços.

— Não. Vou fazer o trabalho. Só me diz que horas eu passo na sua casa. - olhou o relógio. - Hoje eu tô de folga, se quiser-

— Vou sair com um amigo, não vai rolar. - dei de ombros. - A não ser que você queira fazer isso depois que eu chegar.

— Que amigo? Você quase não tem amigo. - sorriu sarcástico.

— Não te interessa. - devolvi com o mesmo humor.

— Tem razão. Não interessa. - ajeitou a mochila no ombro e suspirou. - Que horas então?

— Pode ser às 20:00?

— Tarde assim?

— Eu te disse que tinha compromisso.

— É, mas não achei que fosse voltar tão tarde da noite. O que você vai fazer nesse tempo todo? - a cara descrente dele só podia me fazer gargalhar. - Tá, esquece. Não quero saber.

— Não sei não. Você parece tão curioso. Talvez eu deva te contar o que vamos fazer. - insisti, disposta a levar isso até o fim.

— Não quero saber, (S/N). - ele fica sério pela primeira vez. - Passo na sua casa às 20:00.

— Te aviso se tiver um contratempo.

— Do tipo?

— Do tipo dormir fora. - revirei os olhos.

— Ah. Não sabia que já estava tão avançada.

— Como assim?

— Você sabe. A gente mal terminou e você já tá com outro. - os vincos em suas sobrancelhas só aumentando.

— Olha, eu não te devo satisfação do que faço ou deixo de fazer. Mas já que tocou no assunto, você é a última pessoa que pode me cobrar de ter seguido em frente tão rápido.