CAPÍTULO 1

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            01/02/2020PINNACLECITY, EUA

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            01/02/2020
PINNACLECITY, EUA

Eu realmente preciso parar de pensar com a cabeça de baixo.

Eu não posso ficar duro apenas a olhando.

Dou uma tragada forte no baseado entre meus dedos enquanto encaro a ruivinha mais à frente, completamente absorta em seu Kindle. Acho que é assim que se chama... Pesquisei depois de notar que ela nunca o larga e que não parece um tablet comum. Descobri que é um aparelho usado exclusivamente para leitura e, de verdade, ela lê muito.

— Você não cansa de levar advertências do reitor por estar fumando na universidade, seu otário? — reviro os olhos ao ouvir meu amigo.

Jackson Collins.

— E o que ele vai fazer? Me expulsar? — Solto uma risada. É inevitável. — Ele não seria tão burro assim.

— Riquinho de merda.

— Fala como se não fosse um também. — Empurro ele para o lado. — Está tapando minha visão, otário.

— Você tem que parar de incomodar essa garota!

— E você tem que transar e parar de me infernizar. — Dou mais uma tragada no baseado e solto a fumaça em seu rosto, recebendo uma careta desgostosa. — Você era mais legal antigamente. Agora não sai, não bebe, não fuma, não transa... Está pensando em se tornar padre e não me informou, amor? — Provoco, usando o apelido tosco que ele chamava Emily.

Acho que ele me mataria se soubesse que ainda mantenho contato com a Emy... Mas pô, ela sempre foi muito importante para mim.

— Vou indo. — Ele bufa, e eu encaro sua expressão.

— E você ainda nega que a ama... — Cantarolo.

— Não fode, cara. Vai incomodar a ruivinha que você ganha mais. — Ele grita ao se afastar.

— Não a chame assim, porra! — Grito de volta, chamando a atenção de algumas pessoas indesejadas, inclusive da garota de óculos quase redondos e dourados.

Jogo o baseado no chão, piso com a ponta do tênis e caminho com um sorriso fácil até ela.

Ela me observa com atenção e cautela e, assim que me vê se aproximando, bufa, abaixa a cabeça e volta a ler no seu maldito Kindle.

Não adianta tentar me ignorar, Sarah Becker. Isso só me deixa ainda mais duro por você.

— E aí, quatro olhos. Como vai a vida? — Sento-me em cima do pano estendido na grama verde do campus.

Observo ela me ignorando. Seus cabelos lisos e ruivos, bagunçados, cobrem toda a lateral do rosto, totalmente livre de maquiagem.

— Vai me ignorar mesmo, moranguinho? — Ela bufa e, com certeza, é por causa do apelido, mas ainda assim, não me dá atenção.

Resolvo agir, talvez assim tire alguma reação diferente do comum.

Aproximo-me ainda mais de seu corpo e percebo que ela prende a respiração pela proximidade repentina. Ela levanta a cabeça e seus olhos castanhos se fixam em mim, mostrando total confusão.

Com sua distração, puxo o aparelho preto de suas mãos e me levanto, sabendo que, com sua altura, ela nunca poderia alcançar minhas mãos.

Porra, porra, porra!

Que caralho é esse que ela está lendo?

— “Empurro a calcinha de tecido fino para o lado, sem tirar os olhos do seu, e deslizo meu dedo em sua boceta molhada.” — Recito em voz alta, logo sentindo uma mão pequena batendo no meu peito, o que me faz olhar para baixo.

— Me devolve, Carter!

— “Sinto poucos pelos rasparem em minha pele e tudo o que eu queria nesse momento era ver se os fios também são ruivos.” — Continuo, com os olhos fixos no aparelho, me sentindo completamente excitado com a descrição da cena.

— Lucas... Por favor! Estão olhando para nós! — Umedeço meus lábios, desviando meu olhar do aparelho e olhando para a coisinha pequena logo à minha frente, que está mais vermelha que um tomate maduro.

Gracinha.

— Os seus são, moranguinho? — Sua expressão é confusa, e eu continuo. — Se são ruivos igual ao dela. — Balanço o aparelho na minha mão e ela fica ainda mais vermelha, se é que isso é possível.

Sua boca abre e fecha várias vezes, e eu apenas sorrio, baixando o Kindle e deixando ao seu alcance. Quando ela vai segurá-lo, aproveito para puxá-la para ainda mais perto, fazendo seu corpo trombar no meu.

Seguro sua cintura para que ela não se afaste e afundo meus dedos no tecido enorme que cobre seu corpo, inclinando-me para falar no seu ouvido.

— O que seu papai falaria se soubesse que a filhinha santinha dele está lendo essa putaria com a maior cara de paisagem do mundo, hein? — Seu corpo tenciona ainda mais sob meu toque. — Imagina o jornal da faculdade falando: “Sarah Becker, filha do pastor Becker, lê contos eróticos no meio da universidade mais renomada da América...” — Ela se afasta de forma descuidada de mim, tropeçando nos próprios pés.

Eu a fito, vendo seus olhos, pela primeira vez nesses dois anos, vermelhos de ódio.

— Você não...

— Eu faria muito pior, moranguinho... — Cruzo meus braços sobre o peito. — Então tome cuidado com o que faz, entendeu? Você pode tentar se esconder atrás desses óculos e desses trapos de roupa, mas lembre-se de que eu sei bem a vadia que você é.

— Carter. — Desvio meu olhar para o bom samaritano ao meu lado. — Deixe a garota em paz e vamos. Temos que ir para a empresa antes que seu pai corte seu pau. — Bufo e dou uma última olhada na ruivinha, que agora está de cabeça baixa, se negando a me olhar.

Toda essa porra é culpa dela.

Emily não está aqui apenas por culpa dela.

Se eu não tivesse sido fraco, nada disso estaria acontecendo e meu melhor amigo não estaria definhando cada vez mais.

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Oii, amores!!

O que acharam do primeiro capítulo?

Se esse cap. tiver muitoss comentários, posto o segundo capítulo logo, logo 😉!

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@nya.autora

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