Fascínio

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Quando a mulher loira se recostou sobre meu corpo, causando-me o recuo involuntário no sofá, a intensidade do beijo aumentou consideravelmente, e nossas respirações estavam se tornando escassas. Ao insinuar que iria manipular minha vestimenta por baixo do meu vestido, estendendo os dedos em direção ao elástico da minha calcinha, fui abruptamente surpreendida, o que rompeu a atmosfera tensa. Lumine ergueu seu olhar em minha direção, apresentando uma expressão de incerteza e perplexidade, que mesmo na penumbra consegui decifrar com dificuldade.

— Eu... acho que não quero – expressei constrangida, desviando meu olhar lateralmente, incapaz de encará-la diretamente nos olhos.

Ela soltou um longo suspiro.

— Você sempre diz isso. Já se passaram sete meses e nunca ultrapassamos a barreira dos beijos; isso está me cansando – declarou, antes de se erguer e se assentar no sofá, visivelmente irritada.

Uma sensação de aperto na garganta emergiu. O desconforto retornava acompanhado de emoções adversas; recentemente, a origem disso tudo era, precisamente, Lumine, com suas provocações constantes.

— Desculpa, mas não estou disposta a discutir isso. Só sinto que ainda não estou pronta – desabafei, mantendo minha posição reclinada. Esfreguei meus olhos com as mãos, já exaurida. Lumine permanecia de braços cruzados, demonstrando sua frustração diante da minha recusa.

Não estava disposta a me submeter a algo que não desejasse e que me causasse desconforto. Confesso que me sentia magoada pela impaciência dela nessa questão, mas esperava compreensão. Nem tudo poderia ser conforme os desejos dela, apesar de a maioria das coisas seguir o seu modo...

— E como está seu irmão? Ainda estão em desacordo? – indaguei, na tentativa de melhorar o clima. Houve uma demora em sua resposta e, durante esse intervalo, o único som audível no ambiente era o da TV, transmitindo alguma série qualquer que ela havia escolhido na Netflix.

— Ele é um indivíduo desagradável – afirmou posteriormente, mergulhando novamente no silêncio. Era evidente que ainda nutria irritação em relação a mim.

— Lamento muito, espero que as coisas melhorem.

Lumine mantinha uma relação tumultuada com seu irmão, mas esse não era um tema delicado ou proibido. Sempre que eu ou ela mesma mencionava sobre ele, ela detalhava as brigas fúteis que travavam. Ela tinha o hábito de criticá-lo constantemente, e sua resposta seca indicava que seu mal-estar persistiria por um tempo considerável.

Com um movimento súbito, ergui-me e me posicionei de frente para ela no sofá, exasperada com sua atitude infantil. Se ela buscava um conflito, encontraria um.

— Qual é o seu problema? Se a intenção é me tratar mal, não deveria ter afirmado que esperaria até eu estar pronta. Não deveria ter iniciado 'isso' entre nós. Talvez nem devesse estar aqui. – expressei, gesticulando com as mãos minha frustração enquanto mantinha meu olhar fixo no dela. Não procurava alguém que me pressionasse; ansiava por alguém que compreendesse e demonstrasse paciência.

— Você sempre age assim. Provoca uma discussão do nada, transforma um simples mal-entendido em um drama gigantesco. Eu mal disse alguma coisa! – ela retrucou, revirando os olhos.

E essa é a rotina dela! Sempre cutuca, trata-me com desdém, lança indiretas e, quando finalmente reajo e explodo, ela se faz de vítima. Seu comportamento passivo-agressivo tornou-se cada vez mais evidente em nossos conflitos frequentes; eu não suportaria mais isso.

— Você está chateada porque eu não cedo às suas investidas! Pare de agir como se fosse um homem! – seus olhos rapidamente se voltaram para mim, exibindo uma mistura de choque e raiva.

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⏰ Última atualização: May 30 ⏰

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Por Favor, Minha Kitsune Guuji (Ei Miko)Onde histórias criam vida. Descubra agora