Criamos por tentação pura nossa própria língua
ainda que improducente na confusão das nossas brigas.
Como eu poderia falar uma verdade tão perfeita
ou uma mentira tão impiedosa?
Há sentenças entre nossos corpos
pendentes do mal que nos invade desde os mortos — evite a língua
dos mortos.
Sou esperada para falar em suas cabeceiras
as orações de consolo que inventei encantando seixos
de cócoras no sol.
Cubra a minha vida com tuas sentenças
e a minha língua as colherá antes que toquem a terra — e a minha língua
será a reverberação da tua voz.
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Quando voltamos ao ofício
PoesíaNão posso desistir de mim porque uma cruz dentro sangra...