LEGACY OF THE GODS II ABO - KSJ / JJK

CAPÍTULO 04

"Tenho que deixar o peso ir, não posso manter o que está me segurando, Escolho assistir enquanto o mundo desmorona na minha frente. Enquanto isso, esperarei meu blindado destino com um sorriso no rosto. Ainda quero tentar, ainda acredito em dias bons"

Good Days - SZA

O dia do casamento havia chegado.

Jungkook estava sentado em uma das cadeiras acolchoadas, vestia uma túnica dourada, a peça de roupa lhe cobre todo o corpo. O tecido brilhava sob a luz, refletindo um tom intenso que com certeza roubaria toda a atenção para sua figura. Sua escolha de vestimenta parecia sugerir sua majestade e imponência, adicionando uma aura de mistério à sua presença.

Um véu dourado translúcido cobria seu rosto, ocultando suas expressões e adicionando um elemento de obscuridade à sua aparência. Era como se ele estivesse se escondendo por trás daquele pedaço de tecido, talvez para evitar o contato visual direto ou para esconder suas emoções do mundo ao seu redor.

As joias que adornavam brilhavam em seus pulsos, tornozelos, dedos e pescoço. Cada peça parece ser cuidadosamente escolhida e colocada, adicionando um toque de luxo e elegância ao seu visual. No entanto, apesar do brilho das joias e da túnica dourada, a postura de Jungkook era cabisbaixa e sua expressão nervosa.

Jungkook sentia um medo profundo e penetrante, uma sensação de temor que o envolvia enquanto se preparava para a união que estava por vir. Ele sabia que, uma vez consumado o vínculo diante de todos, não haveria volta. A ideia de morrer por Huanjin, que não era seu prometido, pesava como uma sombra sobre sua alma.

A espera por Arque foi longa e dolorosa, anos de esperança que se dissiparam lentamente com o passar do tempo. Jungkook havia depositado todas as suas expectativas nele, ansiando por sua chegada, mas ele nunca apareceu. O vazio deixado por essa ausência corroeu sua fé no destino.

Agora, diante da iminente união com Huanjin, Jungkook sentia-se indiferente ao que o destino lhe reservava. As emoções que uma vez o consumiam deram lugar a um cansaço profundo, uma aceitação resignada do que estava por vir. Ele não se importava mais com as consequências, pois o peso da decepção e da solidão já havia se tornado insuportável.

Jungkook ergueu levemente o olhar ao ouvir a voz de Somi. Seus olhos encontraram os dela por um breve momento antes de desviar novamente, seu semblante refletindo uma melancolia profunda.

— Não fique triste, criança...  — Disse Somi suavemente, sua voz ecoando com compaixão. — O imperador deseja assim, uma união mais profunda e crua diante de seu povo.

As palavras de Somi ecoaram no ar, mas Jungkook não respondeu imediatamente. Ele estava absorto em seus próprios pensamentos, lutando contra as emoções tumultuadas que o consumiam. Não se importava mais com a falta de noção da tia.

— Onde está meu irmão? — Finalmente, Jungkook quebrou o silêncio com uma voz trêmula.

— Ele está cuidando do ritual. — Somi respondeu sem entrar em detalhes.

Antes do casamento, um ritual sombrio estava prestes a acontecer. Os prisioneiros do reino seriam julgados, sentenciados e decapitados em frente ao povo. O evento, brutal e sangrento, era uma demonstração de poder e controle, um lembrete da autoridade absoluta do imperador.

Para muitos, isso parecia um ato extremamente inusitado e cruel, especialmente em um dia que deveria ser de celebração e união. Mas o imperador não era um homem comum, nem seguia as regras tradicionais. Sua liderança era marcada por medidas extremas e uma rigidez implacável. Ele acreditava que, ao executar os prisioneiros diante do povo, estava reforçando a ordem e a obediência em seu reino, mostrando que qualquer desvio da lei seria punido severamente.