LEGACY OF THE GODS II ABO - KSJ / JJK

CAPITULO 07

"Eu cai duas vezes antes do meu retorno, foi especial. Os fortes sobreviverão, outra cicatriz pode abençoar você".

The Greatest - Sia ft. Kendric Lamar

Malena dormia profundamente, envolta no silêncio da noite, quando um som estranho e perturbador ecoou em seus aposentos. Um estalo, um arranhar, talvez um sussurro, ela não saberia dizer, tampouco identificar. Seus olhos se abriram de súbito, o coração disparado no peito. Num gesto rápido e instintivo, sua mão encontrou a faca que ela sempre guardava debaixo do travesseiro. Seus olhos varreram o quarto, os sentidos aguçados pelo medo. Mas tudo o que encontrou foi escuridão e o pulsar do silêncio.

Relutante, a alfa deitou-se novamente, tentando convencer-se de que fora apenas sua imaginação pregando peças. O quarto mergulhou na tranquilidade mais uma vez, e o cansaço a envolveu, levando-a de volta ao sono.

No entanto, não passou muito tempo até que seus olhos se abriram outra vez, desta vez arregalados em puro terror. Havia uma presença no quarto, algo pesado e opressivo. Sentiu seu corpo afundar na cama como se uma força invisível a pressionasse contra o colchão. Tentou gritar, mas os músculos de sua garganta pareciam paralisados, e o som ficou preso, sufocado.

Suas veias saltaram no pescoço, pulsando freneticamente enquanto a pressão aumentava. Foi então que viu. Sobre seu peito, uma criatura horrenda se erguia, grotesca e desumana. Seus olhos, profundos e brilhantes com uma malícia sobrenatural, cravavam-se nos dela. A pele da criatura era pálida e disforme, repleta de veias escuras como se fosse moldada por pesadelos, e um sorriso sinistro se desenhava em seus lábios finos. Cada detalhe daquela visão era um tormento, uma obra de puro horror que se manifestava em seu quarto.

Malena estava paralisada, o medo correndo em suas veias como veneno. O grito que tentava escapar de sua boca era um eco mudo de desespero, enquanto a criatura se inclinava mais perto, sua presença esmagadora e aterrorizante roubando-lhe cada fragmento de coragem.

De repente, a criatura começou a se distorcer, seu corpo grotesco se desfazendo em uma nuvem de fumaça negra, espessa e sufocante. A transformação era aterrorizante, Malena tentou lutar, tentou mover-se, mas estava presa, impotente diante do horror que se desdobrava diante dela.

A nuvem de fumaça se aproximou dela, densa e implacável, até que começou a entrar por sua boca e narinas. Malena sentiu a fumaça invadir seu corpo, um frio penetrante que queimava por dentro. A sensação era insuportável, como se cada fibra de seu ser estivesse sendo corrompida. Seus olhos reviraram, a visão ficando turva, enquanto um desespero profundo a envolvia.

No segundo seguinte, tudo ficou preto. Malena perdeu a consciência, seu corpo desabando na cama, agora um mero receptáculo para a escuridão que se infiltrara em seu ser. O quarto voltou a ficar em silêncio, um silêncio mais sombrio e carregado do que antes, enquanto a presença maligna se assentava dentro dela, esperando paciente por sua próxima manifestação.

🌗

Amanhecia quando Huanjin sentiu a movimentação de um dos ômegas do harém ao seu lado na cama. Ainda sonolento, percebeu o leve tremor do colchão e, antes que pudesse se virar, um grito esganiçado cortou o ar, ressoando pela quietude da manhã. O grito foi abruptamente interrompido, seguido pelo som úmido de carne rasgando e o cheiro metálico de sangue fresco que espirrou em seu rosto.

Huanjin sentou-se abruptamente, o coração acelerado pelo susto. A cena que encontrou ao lado da cama  lhe fez arregalar os olhos tanto pelo o horror quanto pela confusão. Malena estava ali, erguendo um de seus ômegas pelo pescoço, suas enormes garras negras como basalto afundadas profundamente na garganta do garoto. O sangue escorria livremente, manchando a pele e o chão, enquanto os olhos do ômega permaneciam abertos, fixos em um ponto vazio, já sem vida.