Capítulo 1

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Isabella

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Isabella

Hoje é meu aniversário, parabéns pra mim!

Hoje faço dezessete aninhos, não é o máximo? É muita coisa já, acordei até mais feliz e disposta, mesmo não esperando nada já que mamãe nunca faz comemorações quando chega o dia. Ela é muito ocupada, quase o tempo todo está trabalhando e quando volta costuma estar com um mal humor horrível... Eu entendo ela, deve ser chato ficar o dia todo ouvindo gente gritando com você e mandando fazer coisas não muito legais, mas pelo menos as vezes ela me dá feliz aniversário e eu ganho meu dia com isso quando acontece

Acordar disposta não significa que eu esteja disposta a ir pra escola também, mas existem coisas que não me permitem faltar, acho que eu ia gostar mais de lá se não fossem por algumas pessoas que perturbam minha mente por coisas tão bestinhas que não entram na minha cabeça

Termino de calçar meu sapato amarrando os cadarços, acho que é isso.

Mas minha escola não é tudo de ruim, eu tenho uma amiguinha lá e o nome dela e Malu ou Maria Luiza para os não íntimos, não somos da mesma sala porque Malu está no último ano dela na escola e eu ainda estou no penúltimo, ela é incrível, sempre me defende das pessoas do mal e me dá doces pra alegrar meu dia, as vezes tenho medo do ano acabar e ela ir embora sei que isso vai acontecer uma hora mas não quero que a gente deixe de ser amiga

Mamãe já foi...

Aqui foi sempre só eu e ela, nunca conheci meu pai e mamãe não faz questão e nem quer me dizer nada sobre, ela não gosta de tocar no assunto e eu tenho medo de perguntar mais vezes e ela ficar brava
Mas sabe? Tenho uma curiosidade genuína em saber oque aconteceu e porque, se ele está bem, queria saber como ele é. Um dia minha irmã mais velha disse que mamãe só é indiferente porque nós parecemos com ele, ela já foi embora faz tempo assim que se casou

Suspiro abrindo a porta e logo seguindo caminho para escola que não é como se ficasse muito longe, é uma caminhada considerável mas nada impossível, agora de manhã parece que é mais frio do que no resto do dia e pra ser sincera é a pior parte do meu dia caminhar até o colégio, não pelo fato de ter que andar porque eu gosto da caminhada que faço mas sim pelo frio que está fazendo ultimamente

- Oi...

Me abaixo em frente ao gatinho sentado na calçada, toda vez me destraio do foco de chegar no meu destino por coisas assim
Sorrio involuntariamente quando o mesmo empurra a cabeça em minhas mãos assim jogando o resto do corpo para perto de mim

- Queria poder te levar comigo

Miou ao som da minha fala, as vezes acho que eles entendem e só se fingem, está sem coleira então suponho que não tem dono porém não está maltratado ou sujo, nessas horas eu torço o dia todo para que eles tenham alguém e penso que saiu de casa apenas para dar um passeio

Se fosse pra pedir qualquer coisa eu queria uma companhia como essa, ele não fala mas parece me escutar mais do que qualquer um
Com muito esforço e enrolação me levanto ouvindo os miados logo atrás de mim e sentindo os pelos roçarem em minha perna, está me seguindo agora

- Ei, para com isso, não posso ficar com você

Digo parando no lugar, o gatinho rapidamente se jogou em meus pés se espreguiçando, ele não sabe mas isso me faz ficar triste
Tiro a mochila das costas vasculhando-a na tentativa de achar algo pra ele comer, tirei um pote com pão que continha presunto, salame e queijo, separo o presunto e o salame entregando ao felino que prontamente abocanhou tudo como se fosse a primeira vez

- Tchau, gatinho- sorri abertamente me despedindo e voltando a andar ou melhor a correr pra evitar atrasos, cheguei em cima da hora, por quanto tempo que fiquei olhando o gatinho?

Atravesso os portões numa velocidade descomunal, tropeçando em tudo que via pelo caminho e até mesmo me batendo em alguns funcionários

- Desculpa- digo assim que trombo em mais um

Passei por toda a parte de fora e entrei no módulo de salas, não posso demorar se não o professor não me deixa entrar na sala e se mamãe ficar sabendo que eu me atrasei desse jeito e ainda perdi o teste vai ficar muito brava
Em meio aos pensamentos turbulentos e minha cabeça, de repente sinto meu corpo vacilar para trás de forma violenta fazendo com que caísse de maduro no chão, não sei quem eu amparo primeiro, meu rosto ou meu bumbum

Ponho a mão no rosto onde bati

- Menina!

Olho pra cima encontrando o diretor ali perfeitamente parado logo a frente de um moço do qual me bati
Por que essas coisas específicas só acontecem comigo?

- Perdoe-me senhor Bailey. E você? Sabe que horas são? Era pra estar em sala agora

- Eu sinto muito- me levanto- D-desculpa, moço

Aquele homem não falava nada, apenas parecia observar a situação em silêncio

- Vá pra sua sala, rápido- suspirou em decepção

- Licença- digo baixo saindo de fininho a passos lentos antes de começar a correr de novo

Paro de frente a sala batendo delicadamente na porta, meu rosto está doendo um pouquinho, parece até que meti ele numa pedra

- Isabella.

Abriu a porta falando meu nome como se não fosse surpresa, eu costumo chegar atrasada?

- Eu posso...

- Ande logo- terminou de abrir a porta para que entrasse

Poxa...nem vi a Malu hoje, a gente costuma se falar sempre antes de ir pra sala
Olho pro papelzinho que o professor me entregou, teste de geografia num é difícil pra mim então leio as perguntinhas e respondo, Bella é muito inteligente!

Depois só fiz lê e reler pra ver se não tinha nenhum erro, organizei a mesa e abaixei a cabeça esperando acabar e ele recolher.

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