Capítulo 23

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Isabella

Abri a porta me deparando com um breu, estava totalmente escuro dentro de casa, como se estivesse faltado luz ou algo parecido

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Abri a porta me deparando com um breu, estava totalmente escuro dentro de casa, como se estivesse faltado luz ou algo parecido

Mas olhando para o lado de fora era possível ver os postes e as luzes da casa do restante da vizinhança

Entrei um pouco temerosa mas logo tratei de ligar o interruptor e pra minha surpresa, a luz ascendeu

Porque estava tudo apagado então?

Senti meu corpo gelar com o susto que tomei ao ver mamãe sentada em uma cadeira próxima a parede apenas me encarando em silêncio

Ponho a mão no peito tentando aplacar minha respiração instável

Olhei para ela confusa, me perguntando o que estaria fazendo

- Mamãe?

- Onde você esteve?- perguntou grossa- Acha que não estou percebendo?- se aproximava sorrateiramente com aqueles olhos ameaçadores que tanto tenho medo

- Só está voltando tarde pra casa, que eu saiba não é por esse horário que sua escola costuma liberar

- Eu...

- De quem é aquele carro? Foi dele que você saiu

Está me deixando nervosa, não consigo pensar em nada descente com mamãe agindo desta forma

- Responda!- agarrou meus cabelos pela raiz aumentando o tom- Estive aqui, debilitada, enquanto você estava vadiando por aí

- Tá machucando...- fecho meus olhos sentindo minha cabeça doer pelo aperto

- É para machucar mesmo sua fedelha, me dei o trabalho de criar uma coisa defeituosa feito você pra que? Pra depois quando eu precisar você ficar fazendo não sei oque na rua?, virou puta, Isabella?

- Mamãe, solta!- empurro sua mão para longe por cima do meu cabelo recebendo um olhar raivoso

Quando vi já estava no chão encolhida após receber uma pancada na região da barriga

Ela me chutou, não foi uma nem duas vezes

- Saber disso só me faz criar mais repúdio em cima de você, garota- observo ela se virar em direção ao sofá e se inclinar um pouco- Acho que não te ensinei direito, mas não se preocupa, hoje mesmo você aprende uma coisa

Se levantou com um cinto em mãos

Em um ato de desespero, me forço a levantar ainda com aquela dor na barriga, corro ouvindo o sons dos seus passos logo atrás de mim

Entro no banheiro e tranco a porta, ouço um estrondo do lado de fora fazendo meu corpo dar um sobressalto

- ABRA, SUA VADIAZINHA- socou a porta mais vezes do que pude contar, recuei para trás amedrontada

Mamãe está me assustando

- Você está fodida quando sair daí, desgraçada

Me sento no chão abraçando minhas pernas
Em meio ao choro só me lembro de uma coisa

Pego meu celular com as mãos trêmulas e errando praticamente tudo ao clicar na tela

Assim que avistei o contato de Oliver tratei de ligar

- pode apostar que se você não abrir está porta eu mesma irei, e acredite, vai ser pior- ouço

Coloquei o celular no ouvido ao som das chamadas

Ele não estava atendendo

De repente, após as últimas chamadas, ouço um chiado do outro lado da linha

- O-oliver??

- Oque foi? Tá tudo bem?

- Me ajuda, mamãe...ela está--

Ouço a ligação se encerrar

- Oliver?- olho para a tela do celular, ele realmente desligou

Desligou o telefone...

Com o estranho silêncio, pude ouvir os passos de mamãe cada vez mais distantes, como se estivesse se afastando

Me levanto e caminho para perto da porta hesitante, coloco meu ouvido para ver se escuto algo, porém, o lado de fora está em total silêncio, não há nada

Será que foi embora...

Coloquei minha mão sobre a chave prestes a gira-la, quando um barulho fino de metal se batendo se faz presente, em poucos segundos vejo a maçaneta girando

Ela voltou e está com o jogo de chaves em mãos, são as chaves dos cômodos da casa

Voltei a recuar para trás, me escorando na parede, ela vai abrir a porta de qualquer jeito

- você não gosta tanto de ficar fora de casa? Vou realizar seu desejo- Engulo seco com medo das suas palavras - vou te vender, vagabunda

Oque mamãe está falando?

A cada tentativa de abrir a porta que ela fazia meu coração acelerava ainda mais, oque eu faço agora?

Foi como se o tempo tivesse parado pra mim quando escutei o som da chave abrindo a fechadura da porta, vi a maçaneta girar e dessa vez a porta se abriu, a mesma foi empurrada devagar revelando-a de pé e com um sorriso assustador no rosto

- Consegui

- Mamãe...- jogou as chaves no chão avançando pra cima de mim

Sem ter pra onde correr, fui acertada forte com a parte de metal do cinto, senti aquilo ferir minha pale a cada vez que ela repetia, me encolhi no chão protegendo meu rosto enquanto mamãe colocava força em cima do objeto para me acertar em diferentes áreas do meu corpo

Repentinamente, um barulho altíssimo foi ouvido por fora daquele banheiro, com isso, ela parou no lugar com uma expressões surpresa e um pouco assustada

Com a sua distração, aproveitei e engatinhei por conta da dor para longe dela, mas me levantei para correr saindo do banheiro e indo direto para sala onde julgo ter vindo o barulho

Vejo Oliver próximo a porta claramente torta

Ele veio...

Sem perder tempo, me apressei até ele abraçando firme sua cintura, desesperada

Suas mãos repousaram sobre meus ombros me afastando um pouco sutilmente

Seus olhos escuros travaram sobre mim de um jeito desconhecido, um jeito que eu nunca vi ele me olhar, me avaliava parecendo estar imerso, sem expressão alguma

Mamãe surge no local ainda segurado aquele cinto

- Você?- disse assim que percebeu a presença dele

Oliver levantou seu olhar em direção a mesma que encarava aquilo tudo perplexa

Passou por mim se encaminhando até mamãe

- Oque é que...- tomou aquele cinto de suas mãos com brutalidade jogando o objeto no chão

Sem mal dar a chance dela fazer algo, tomou seu pescoço com uma das mãos empurrando seu corpo contra uma mesa, ouço o som da cabeça dela bater contra a superfície sólida

Sem reação alguma, observo mamãe se debater enquanto suas duas mãos tentavam empurrar a dele

Esse...não parece o Oliver


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