Isabella
Abri a porta me deparando com um breu, estava totalmente escuro dentro de casa, como se estivesse faltado luz ou algo parecido
Mas olhando para o lado de fora era possível ver os postes e as luzes da casa do restante da vizinhança
Entrei um pouco temerosa mas logo tratei de ligar o interruptor e pra minha surpresa, a luz ascendeu
Porque estava tudo apagado então?
Senti meu corpo gelar com o susto que tomei ao ver mamãe sentada em uma cadeira próxima a parede apenas me encarando em silêncio
Ponho a mão no peito tentando aplacar minha respiração instável
Olhei para ela confusa, me perguntando o que estaria fazendo
- Mamãe?
- Onde você esteve?- perguntou grossa- Acha que não estou percebendo?- se aproximava sorrateiramente com aqueles olhos ameaçadores que tanto tenho medo
- Só está voltando tarde pra casa, que eu saiba não é por esse horário que sua escola costuma liberar
- Eu...
- De quem é aquele carro? Foi dele que você saiu
Está me deixando nervosa, não consigo pensar em nada descente com mamãe agindo desta forma
- Responda!- agarrou meus cabelos pela raiz aumentando o tom- Estive aqui, debilitada, enquanto você estava vadiando por aí
- Tá machucando...- fecho meus olhos sentindo minha cabeça doer pelo aperto
- É para machucar mesmo sua fedelha, me dei o trabalho de criar uma coisa defeituosa feito você pra que? Pra depois quando eu precisar você ficar fazendo não sei oque na rua?, virou puta, Isabella?
- Mamãe, solta!- empurro sua mão para longe por cima do meu cabelo recebendo um olhar raivoso
Quando vi já estava no chão encolhida após receber uma pancada na região da barriga
Ela me chutou, não foi uma nem duas vezes
- Saber disso só me faz criar mais repúdio em cima de você, garota- observo ela se virar em direção ao sofá e se inclinar um pouco- Acho que não te ensinei direito, mas não se preocupa, hoje mesmo você aprende uma coisa
Se levantou com um cinto em mãos
Em um ato de desespero, me forço a levantar ainda com aquela dor na barriga, corro ouvindo o sons dos seus passos logo atrás de mim
Entro no banheiro e tranco a porta, ouço um estrondo do lado de fora fazendo meu corpo dar um sobressalto
- ABRA, SUA VADIAZINHA- socou a porta mais vezes do que pude contar, recuei para trás amedrontada
Mamãe está me assustando
- Você está fodida quando sair daí, desgraçada
Me sento no chão abraçando minhas pernas
Em meio ao choro só me lembro de uma coisaPego meu celular com as mãos trêmulas e errando praticamente tudo ao clicar na tela
Assim que avistei o contato de Oliver tratei de ligar
- pode apostar que se você não abrir está porta eu mesma irei, e acredite, vai ser pior- ouço
Coloquei o celular no ouvido ao som das chamadas
Ele não estava atendendo
De repente, após as últimas chamadas, ouço um chiado do outro lado da linha
- O-oliver??
- Oque foi? Tá tudo bem?
- Me ajuda, mamãe...ela está--
Ouço a ligação se encerrar
- Oliver?- olho para a tela do celular, ele realmente desligou
Desligou o telefone...
Com o estranho silêncio, pude ouvir os passos de mamãe cada vez mais distantes, como se estivesse se afastando
Me levanto e caminho para perto da porta hesitante, coloco meu ouvido para ver se escuto algo, porém, o lado de fora está em total silêncio, não há nada
Será que foi embora...
Coloquei minha mão sobre a chave prestes a gira-la, quando um barulho fino de metal se batendo se faz presente, em poucos segundos vejo a maçaneta girando
Ela voltou e está com o jogo de chaves em mãos, são as chaves dos cômodos da casa
Voltei a recuar para trás, me escorando na parede, ela vai abrir a porta de qualquer jeito
- você não gosta tanto de ficar fora de casa? Vou realizar seu desejo- Engulo seco com medo das suas palavras - vou te vender, vagabunda
Oque mamãe está falando?
A cada tentativa de abrir a porta que ela fazia meu coração acelerava ainda mais, oque eu faço agora?
Foi como se o tempo tivesse parado pra mim quando escutei o som da chave abrindo a fechadura da porta, vi a maçaneta girar e dessa vez a porta se abriu, a mesma foi empurrada devagar revelando-a de pé e com um sorriso assustador no rosto
- Consegui
- Mamãe...- jogou as chaves no chão avançando pra cima de mim
Sem ter pra onde correr, fui acertada forte com a parte de metal do cinto, senti aquilo ferir minha pale a cada vez que ela repetia, me encolhi no chão protegendo meu rosto enquanto mamãe colocava força em cima do objeto para me acertar em diferentes áreas do meu corpo
Repentinamente, um barulho altíssimo foi ouvido por fora daquele banheiro, com isso, ela parou no lugar com uma expressões surpresa e um pouco assustada
Com a sua distração, aproveitei e engatinhei por conta da dor para longe dela, mas me levantei para correr saindo do banheiro e indo direto para sala onde julgo ter vindo o barulho
Vejo Oliver próximo a porta claramente torta
Ele veio...
Sem perder tempo, me apressei até ele abraçando firme sua cintura, desesperada
Suas mãos repousaram sobre meus ombros me afastando um pouco sutilmente
Seus olhos escuros travaram sobre mim de um jeito desconhecido, um jeito que eu nunca vi ele me olhar, me avaliava parecendo estar imerso, sem expressão alguma
Mamãe surge no local ainda segurado aquele cinto
- Você?- disse assim que percebeu a presença dele
Oliver levantou seu olhar em direção a mesma que encarava aquilo tudo perplexa
Passou por mim se encaminhando até mamãe
- Oque é que...- tomou aquele cinto de suas mãos com brutalidade jogando o objeto no chão
Sem mal dar a chance dela fazer algo, tomou seu pescoço com uma das mãos empurrando seu corpo contra uma mesa, ouço o som da cabeça dela bater contra a superfície sólida
Sem reação alguma, observo mamãe se debater enquanto suas duas mãos tentavam empurrar a dele
Esse...não parece o Oliver
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Meu Pequeno Anjo
RomanceInvestidor de uma escola visando interesses futuros, Oliver Bailey, um empresário renomado e de grande valor, se vê visitando o colégio com um único propósito de tratar assuntos profissionais com o responsável. Por uma ironia do destino ou não, foi...