𝐃𝐄𝐒𝐓𝐈𝐍𝐄𝐃 𝐒𝐎𝐔𝐋𝐒
Hope e Josie se conheciam desde pequenas, estudavam no Internato Salvatore, criado para proteger adolescentes e crianças sobrenaturais dos humanos. Até que aos seus dezesseis anos elas se declararam uma para outra, dizend...
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Ambas estavam sentadas nas cadeiras que ficavam no balcão, o silêncio reinava entres elas formando uma barreira grande e grossa. Hope não sabia por onde começar, ela sabia que tinha que ser pelo começo, mas sua cabeça estava atordoada demais com os últimos acontecimentos.
Hope tentava de todas as formas esquecer do corpo de Lucien, do sangue escorrendo, dele impregnado em seu corpo, do coração ainda quente em sua mão. A todo momento tentava se manter presente, no que estava acontecendo agora, mas as memórias recentes sempre a puxavam para os últimos acontecimentos.
— A gente não precisa fazer isso hoje. — Josie é quem novamente quebra o silêncio entre elas.
A morena percebeu que Hope não estava bem. Ela percebeu haver algo mais profundo quando elas passaram meia hora em silêncio e a ruiva nem se deu conta. Com o olhar fixo em um ponto específico, Hope parecia estar em outro lugar.
— Não, eu só preciso de um tempinho. — Hope percebeu que Josie estava preocupada. Ela podia sentir o olhar dela, agora mesmo, a examinando, como costuma fazer.
Hope respirou fundo umas cinco vezes, as que conseguiu contar, antes de falar começou a beliscar a pele do seu braço, foi um ato discreto que quase passou despercebido por Josie. A dor era uma das formas da ruiva conseguir se manter presa em sua realidade, não era a primeira vez que Hope lidava com esse tipo de situação.
A morte de seus pais é um exemplo, a ruiva passou tanto tempo presa em sua própria cabeça, que a lembrança dos primeiros anos são borrões. Hope não se lembra de como passou por isso, de como conseguiu sobreviver, a única coisa clara em suas memórias era a dor e de como ela quase a matou, mesmo que fosse tecnicamente impossível.
— Por onde você quer começar? — O tom de voz da Hope é baixo, quase inaudível, o cansaço estampado em sua cara. Não importa o quanto tentasse, Hope não iria conseguir dormir, não essa noite.
— Por que você foi embora? — Essa pergunta foi a dúvida de Josie por tantos anos, que ela quase enlouqueceu por não ter a resposta.
Hope suspira profundamente, buscando dentro de si uma força que ela achava difícil de existir, para reviver memórias difíceis.
— Quando a morte dos meus pais foi anunciada pelos quatro ventos, todos queriam a coroa do grande Klaus Mikaelson. — Um sorriso sarcástico aparece no rosto de ruiva, se ela pudesse ela quebraria essa coroa. — Eu e minhas tias começamos a receber ameaças, tio Kol foi passar um tempo com Davina escondido. No início pensávamos ser mais um dia comum na vida de um Mikaelson, até que um dia uma caixa foi deixada na nossa porta, nela continha pertences pessoais de cada pessoa com que nos importamos. — A ruiva aponta para o colar que Josie tinha em seu pescoço. — Essa colar estava lá, isso foi um sinal de que a pessoa estava perto demais e não fazíamos ideia de quem era.
