Meu Vizinho é um Gatinho

A Bela Moça

   Sai do hospital tem uma semana, mas continuo indo visitar Tae, ele anda se esforçando muito nas Fisioterapia, acho que logo logo ele estará bem novamente. No momento estou a caminho do hospital com meu pai, pois tenho Químio novamente, mas irei aproveitar e visitar Tae. Chegando no hospital vou em direção ao quarto do meu gatinho, chegando na porta espio o mais velho que não estava sozinho... Era uma mulher muito bonita, de cabelos grandes castanho, e um sorriso estonteante. Ambos conversavam abertamente, pareciam ser bem próximos... Até demais, vejo Tae fazer carinho na bochecha da moça, eu sinto um certo desconforto, angústia ou talvez ciúmes?? Bem... não sei só fiquei meia abatida logo após Tae alisar o cabelo da mulher e colocar uma mecha atrás de sua orelha, fiquei insegura com aquilo, para não me sentir mais mal do que já tava, resolvi sair dali indo a qualquer direção daquele hospital e me sento em uma cadeira qualquer do corredor, em seguida vem uma garota que aparenta ser da mesma idade que eu e senta do meu lado

– Aí eu precisava me sentar, meu Deus – A garota fala ofegante do meu lado – não tem problema se eu sentar aqui né? É que eu caminhei muito pra encontrar a farmácia do hospital e não achei – fala a garota com um tom meio casado

– Bem... é-é eu sei de cor aonde fica cada lugarzinho desse hospital, eu posso te ajudar se quiser – Falo dando um sorriso de lado

– Aaah é sério? Eu quero sim, por favor... a propósito meu nome é Maria Vitória e o seu – a Garota alegre pergunta curiosa

– Me chamo SN, você veio ao hospital só para pegar remédio? – pergunto com cara de taxo

– Não boba, eu vim por motivos mais... – ela põem as mão em volta da barriga insinuando estar grávida e eu a olho surpresa

– Nossa sério? Eu não esperava – pergunto em choque – se não for se ofender, quantos anos vc tem?

– 19 anos... e estou de 3 meses, eu sei que sou muito nova para ser mãe, mas mesmo estando sozinha, não me arrependo sabia? – ela sorri meia sem jeito

– Pera, como assim sozinha? – pergunto surpresa

– Vamos procurar a farmácia, no caminho eu te conto. Eu afirmo e levantamos a caminho da farmácia – Bem, quando eu descobri que estava grávida meus pais ficaram loucos, não aceitaram de jeito nenhum e me mandaram embora, o pai do meu bebê foi outro que não quis assumir e falou que a criança não era dele, sendo que ele foi meu primeiro e único, nisso falei pra minha vó e ela me acolheu de bom coração, eu sabia que ela me ajudaria, pois eu sou o amor da vida dela, então eu peguei meu único dinheirinho, poucas de minhas coisas e peguei um ônibus pra vim pra cá, só tenho ela e a tadinha está sempre doentinha – abaixa a cabeça tristinha

– Deve estar sendo um momento muito difícil pra você imagino... mas logo tudo começa a ficar bem, não se preocupe – sorrio mostrando calma a garota

– Eu espero... bem, e você ? Eu não queria perguntar mas você tem algum tipo de câncer? Desculpa se você não gosta de tocar no assunto – fala meio receosa

– Tudo bem, eu não me abalo mais, já passei da fase da negação – sorrio de lado – eu tenho câncer de mama, e já faz alguns meses que descobri, foi meio difícil no início, mas com o apoio e ajuda de minha Psicóloga eu tô levando isso com mais aceitação.

– Fico feliz por você ficar da forma mais tranquila com isso, você vai conseguir sair dessa, eu sinto que você é mais forte que a doença – Ela me mostra apoio segurando minhas mãos firme e com um sorriso no rosto

– Obrigada, e espero sim sair dessa... bem chegamos, é aqui – aponto para o estabelecimento

– Há, eu agradeço muito por ter me ajudado, você é uma garota legal – ela sorri – me passa seu número ? Uma hora a gente marca alguma coisa pra conversar mais, ou até mesmo se encontra aqui

– é, claramente você vai me ver muito aqui ainda – Falo entregando meu celular pra ela pegar meu número

– Prontinho, salvei aqui, a gente se vê?

– Sim, nos vemos em breve, agora eu vou, está quase no horário da minha químio – saio acenando e ela faz o mesmo

A caminho da químio vejo Tae no corredor com a cadeira de rodas sendo empurrado pela moça que vi mais cedo, ele me vê e eu logo entro na sala, não queria vê-lo no momento, não com aquela mulher...

[...]

A Químio durou duas horas, eu odeio fazer isso, me dá um enjoo enorme, chego perder a vontade de fazer qualquer coisa, eu não aguento mais isso, eu não quero mais passar por isso, eu tô cansada.