lights down low

06

Me encontro encostada no carro enquanto o Daniel procura algo na mala, o sinal não chega em momento algum, aqui fora faz mais frio que o normal.

Merda, não tô achando o macaco.- ela fala e eu levemente bato na minha testa e dou um suspiro,  vou até a mala e começo a procurar com ele- tenta achar sinal, o macaco não está aqui.

Isso é tão clássico de terror, já já aparece um...- sou cortada pela mão dele que rapidamente tampa a minha boca, me deixando confusa.

Você falou do carro e ele parou, pelo amor de Cristo, cuidado com o que fala. - ele fala e eu solto uma leve risada.

Não acho que o pneu ter furado por algo na estrada seja culpa minha, tá?- falo com humor, em uma situação como essa é melhor rir do que chorar, né?

Óbvio que não,  queria estar no hotel tranquilinha na cama.

ACHEI SINAL -ele grita um pouco distante do carro, seus olhos brilham como os de uma criança ao ver presentes embaixo da árvore de Natal.

Vai ligar pra Aurora? -pergunto me encostando no capô do carro.

É a única pessoa que eu conheço aqui e que está com carro. -ele fala enquanto digitava algo.

Então liga logo, acho que vai chover -falo indo até o carro para pegar o meu celular, logo vejo uma mensagem de um número desconhecido.

*chat on*

Número desconhecido:
É muito perigoso ficar em uma estrada deserta com um cara que você não conhece, sua mãe não te ensinou isso?

*chat off*

A mensagem foi enviada a alguns minutos, quem quer que  seja  está aqui. Olho ao redor para ver se encontro algo mas tudo que eu vejo é a escuridão da floresta e um poste com a luz fraca iluminando a estrada vazia.

Dani, vamos voltar pro carro.- falo sentindo uma energia estranha, não sou sensitiva nem nada do tipo, mas o meu medo fala mais alto.

O Daniel me olha estranho mas me segue até o carro sem questionar.

Mandei mensagem pra Aurora, ela falou que está vindo e que a sua amiga está um pouco bêbada. -ele fala enquanto fecha a porta do carro.

Dani, você acha que pode ter alguém aqui além de nós?- falo inclinando o banco para trás e olhando pra frente, na direção do poste.

Só se você estiver grávida. Não acho que ninguém passe muito por aqui, ainda mais em um domingo a noite.- ele fala calmo- por que a pergunta?

Sei lá, me sinto observada, não gosto desse lugar. - falo olhando pra ele, seus olhos brilham como como a lua, pique a música do orochi.-e eu não estou grávida!

Nunca se sabe.-ele fala olhando pra janela, quebrando a troca de olhares.

O seu amigo gostou da foto? - pergunto e ele me olha confuso.

Ah, gostou, falou que se você for no próximo show ele vai.- ele fala, aparentemente retomando a consciência- você perguntou se eu achava que tinha alguém aqui-ele da uma pausa e volta a olhar para a floresta- eu não tenho certeza, mas acho que vi algo se mexer na floresta...

Ele fala como se fosse algo normal, um querido.

Você fala como se isso não fosse preocupante.-ele olha pra mim e diz.

A Aurora esta vindo, estamos em quantodade maior e quem em santa consciência ameaça uma "famosa"? -ele fala e eu apenas dou de ombros.

Como caralhos ele sabe das ameaças? Eu não contei merda nenhuma. Não sai do Brasil pra morrer nas mãos de um gringo branco, me poupe.

Penso até que vejo faróis na estrada, Aurora.

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Coragi

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