quatro

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— Não quero falar sobre Haneul — respondeu.

— Ah, esse é o nome dele, então? Ele trabalha? — Hayun indagou, com curiosidade.

— Ele é modelo — Ari se limitou a dizer.

— Deve ser bonito.

— É — encerrou o assunto, voltando a focar em sua comida.

A cena de Haneul lhe machucando vivia sendo repetida em sua mente sem parar, durante a noite não conseguiu dormir porque tivera pesadelos, onde saía completamente machucado. Falar sobre o marido era a última coisa que Ariel gostaria de fazer. Se pudesse, apagaria tudo o que havia acontecido anteriormente, talvez assim conseguisse um pouco de paz.

Quando Ariel terminou de comer, se levantou e colocou os pratos e copos na bandeja.

— Tenho que voltar ao trabalho.

— Você acabou de comer, vai acabar enjoando — Hayun o alertou, preocupado.

— Não se preocupe, Hayun — Ariel disse, já em pé, com a bandeja em mãos — Ye-Jun está atarefado e Sage também, preciso ajudar — não esperou por uma resposta de Hayun e se retirou.

Hayun esperou o ômega perceber que ele ainda não havia lhe entregado a conta e quis rir pela distração de Ari. Ele voltou quase correndo com a conta em mãos assim que percebeu o que esquecera.

O alfa se deu o direito de sorrir e negar com a cabeça, achando graça, pois Ariel era um homem fofo, até nas coisas mais simples.

— Desculpe, acabei esquecendo — Ari entregou a conta para o homem, esperando pacientemente pelo pagamento.

Hayun leu o pequeno papel, percebendo que ali não tinha o valor correto, levantou o olhar confuso para Ariel.

— Só tem o meu pedido aqui… — apontou para a notinha — E o seu?

— Não precisa pagar pelo meu, Hayun, mas agradeço. — Ariel sorriu de lado.

Hayun retirou do bolso a carteira, pegou uma quantia suficiente, pagando o que devia a Ariel e agradeceu. 

— Bom trabalho, ômega, até breve! — se despediu com um sorriso.

Quando Hayun saiu do estabelecimento, foi como se Ariel de repente tivesse voltado a respirar. Era um fato que se sentia muito mexido por conta daquele homem, torcia para que fosse passageiro.

— De volta ao trabalho, Ariel — falou consigo mesmo.

[...]

Horas depois, Ari já não sentia mais seus pés, estavam doendo por não parar nem para respirar. Sage notou o cansaço do garoto e riu, se aproximando.

— Cansado, Ari? 

— Hyung, estou à beira da morte! Como você aguenta isso? Eu mesmo não aguento! — Ariel respirava com dificuldade, quase sem ar.

— Me acostumei — deu de ombros — Acho que hoje estava mais cheio porque você começou a trabalhar aqui. A maioria dos clientes hoje eram alfas —  sorriu, brincalhão — Te contratar foi uma escolha sábia do Jun. 

— Eu diria péssima escolha — Ariel bufou. — Quase derrubei a bandeja três vezes, troquei cinco pedidos e tudo isso em duas horas. E não tinha alfas olhando pra mim!

— Ah, tinha, porque quando eu ia atendê-los era o seu atendimento que eles pediam, Ariel. Alguns até se atreveram a me pedir seu número.

— Tá, não me importo, contanto que fiquem longe de mim — olhou a hora em seu celular, agradecendo aos céus por seu expediente ter encerrado — Vou me trocar para ir embora.

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