onze

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Ariel empurrou Haneul, que o encarou confuso, ainda com sangue em suas presas.

O ômega puxou o lençol da cama, se enrolando nele e indo até o banheiro a passos argilosos, encarando seu reflexo no espelho. Sangue descia por seu pescoço, não era tanto, mas lhe assustou.

A mordida ardia e doía. Colocou o lençol no cesto de roupas sujas e entrou no box, abrindo o chuveiro, ainda que suas mãos estivessem tremendo. Se deixou entrar debaixo da água e lavou todo o seu corpo, principalmente seu pescoço, embora doesse. Queria que aquilo saísse.

— Ariel, tá tudo bem? — Haneul entrou, nem percebendo o desespero que tomava conta de Ari, o fazendo esfregar a esponja contra a mordida, na esperança de que saísse. Ele definitivamente não a queria.

— Não quero — murmurou, saindo do box, pegando seu roupão e seguindo rumo ao closet, dentro do quarto. Haneul olhava a cena atônito, acompanhando o ômega. Ele estava agitado, não parava quieto.

— O que você não quer? Do que você está falando? — o questionou.

— Você! — dessa vez gritou, com lágrimas nos olhos.

Se apressou em vestir uma roupa, enquanto Haneul o olhava, perplexo.

— O que caralho você quer dizer com isso? — se aproximou, procurando uma explicação para aquela reação repentina.

Ariel respirou fundo. Pegou seu all star e os calçou. Haneul continuava em pé, esperando pela resposta do marido.

— Anda, Ariel, me diz.

— E-Eu quero divórcio — murmurou.

Sentiu seu queixo sendo puxado com força, em um único movimento, fazendo o olhar para o marido, Haneul estava irritado.

— Que porra é essa agora? Eu não te mordi? Não era o que você queria, Ariel?! — rosnou, apertando ainda mais o queixo do ômega.

— Eu não quero — Ariel tinha a voz embargada — Você não me ama, Haneul, e estava tão óbvio esse tempo inteiro, tão óbvio... — deixou uma lágrima cair, encarando-o nos olhos — Não dá mais.

— É claro que eu amo você, ômega — se agachou, tentando ignorar seu coração acelerado devido às palavras do outro — Eu amo você — repetiu.

Ariel negou, empurrando a mão dele, que ainda segurava seu queixo.

— Você ama poder me ter, Haneul, ama ter os privilégios que é ser casado com o filho do seu chefe. Isso é o que você ama! — se levantou, já vestido e calçado — Eu quero o divórcio — disse mais firme — Tenta, ao menos uma vez, respeitar algo que eu quero.

— Você só pode estar brincando, Ariel — riu, sem nenhum humor em sua voz — É uma brincadeira, não é?

— Não, não é. Já basta pra mim — suspirou, cansado de tudo aquilo.

Sentiu um tapa, seguido de um empurrão, o que o fez cair. Sua bochecha ardia e seu corpo doía pela forma que caiu. Ariel olhou para o marido, tocando sua bochecha devagar, sem conseguir ter uma reação, mas as lágrimas que caíam em suas bochechas e a forma que o olhava já lhe dizia tudo.

— Você não vai me deixar! — gritou, bravo com o ômega — Eu te dei a minha marca, porra. Estamos ligados para sempre. Eu sou o seu dono!

— Não — Ariel disse baixinho, sentindo agora sua cabeça doer — Não, não... — ele não queria ficar ligado a Haneul para sempre, ele não podia.

— Você é um ingrato! — gritou, dessa vez, chutando a barriga de Ariel, o fazendo perder o ar por alguns segundos, sua visão ficou turva.

Ariel sentiu o ar voltar com dificuldade, pareceram horas. Haneul estava pronto para lhe dar um soco, mas parou quando viu a porta ser aberta com tudo.

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