Capítulo 1 - L'étranger

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Em uma tardezinha tristonha e solitária, o silêncio prevalecia e chegava a ensurdecer Hanna, uma jovem de 16 anos com cabelos cacheados escuros que emolduravam seu belo rosto repleto de pequenas sardas, que esperava seus pais olhando para o ponteiro do relógio, sentia que este não queria ajudá-la, já que, faltavam horas para as 20h. No caso, essa jovem sou eu. Então, deitei no sofá, tentando cochilar após uma semana cansativa, exclamei:

— O ensino médio está me matando!!

Me espreguiçando e esperneando como uma criança, para e afirmando, suspirando de alívio:

— Pelo menos amanhã é final de semana, mas de que adianta né? Vai ter simulado depois, então tenho que estudar.

Em uma tentativa (falha) de ignorar essa frustração, decidi arranjar o'que fazer. Depois de um tempo mexendo no celular. Enfim, pedi uma pizza para comer enquanto assistia. A pizza chegou, mas logo notei que meus pais estavam demorando mais que o usual para chegar, estranhei: "O'que eles estão fazendo para demorar tanto? Será que aconteceu algo?". O tic-tac do relógio era insuportável, ligar a TV para abafá-lo não havia adiantado, ou talvez fosse a relevância que dou para ele, eu odeio ficar sozinha, mas como sou filha única, sempre acabo sendo a minha própria companhia. Fiquei pensativa, a casa estava tão silenciosa sem eles que chegava a dar medo.

De repente, as minhas paranoias foram interrompidas por batidas à porta e duas vozes abafadas chamando o meu nome simultaneamente.

— HANNA!!!

Quando voltei aos meus sentidos, percebi que não havia prestado atenção no que estava assistindo e as batidas se intensificaram, meus pais haviam acabado de chegar, então fui correndo para recepcioná-los.

— Porque demoraram tanto??

— Fomos ao mercado e esquecemos de te avisar, mas comprei uma coisa que você gosta muito. - Respondeu a minha mãe, Juliana.

— Sério mamãe?! Obrigada!

— Ju, você deveria mimar menos ela - Afirmou meu pai, Roberto, num tom irônico

— Aff pai!

Meu pai riu e minha mãe o bateu, não forte, mas o suficiente para causar um grande estalo, seguido por um sermão.

— Pare de graça! Fica enchendo o saco da menina, parece até que é criança! Venham me ajudar com as compras logo.

Comecei a rir e fui ajudar a minha mãe, não queria que sobrasse pra mim. Portanto, em um instante aquele apartamento vazio e frio se tornou caloroso, podendo de novo ser chamado de lar. Todos juntos arrumando a cozinha em meio a risadas e conversas soltas, quando subitamente a atmosfera muda, o semblante no rosto deles se torna sério, fiquei sem entender oque estava acontecendo, em poucos segundos tudo ficou tão silencioso quanto antes, perguntei:

— O'Que foi?

Notei o quão sem jeito eles ficaram com a pergunta, como se estivessem escondendo algo ou simplesmente têm algo a dizer que não conseguem expressar. Tudo ficou em silêncio, esses segundos passaram como horas, quando finalmente é quebrado pela minha mãe, que olha hesitante para o meu pai e fala:

— Filha, precisamos te contar uma coisa...

O meu coração começou a palpitar ansiosamente e muitas coisas passaram pela cabeça, mas uma era certeza "lá vinha bomba", coisa boa não era, mas o'que poderia ser tão sério? Aquela frase era o meu maior terror, só de ouvir já ficava paralisada. Até que fui interrompida, não sabia se era um bom sinal ou não.

— Você vai para França. Eu e seu pai decidimos de última hora, mas você vai pra lá no domingo.

— QUE?!? Por quanto tempo?? - Perguntei, esse suspense todo para uma notícia tão boa? Com certeza tinha algo a mais.

Passaporte do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora