Capítulo 4 - La tragédie

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Após o almoço, comecei a caminhar de volta para casa. A cidade, com sua atmosfera vibrante, parecia mais acolhedora do que nunca. As ruas estreitas estavam repletas de pessoas indo e vindo, e eu me deixei levar pelo fluxo, apreciando a arquitetura rústica charmosa e as pequenas lojas que surgiam a cada esquina.

Enquanto caminhava, repassava os eventos do dia na minha mente. Pensar em Lohan me fazia sorrir involuntariamente. Havia algo nele que despertava minha curiosidade de uma forma que eu não experimentava há muito tempo. Sentia que havia algo mais para descobrir sobre ele e sobre esse lugar que agora começara a me cativar.

Cheguei em casa e abri a porta, sentindo a familiaridade do ambiente acolhedor. Tirei os sapatos e fui direto para o meu quarto, onde me joguei na cama e peguei o livro que havia comprado na livraria mais cedo. Queria mergulhar mais uma vez na história da cidade, mas meus pensamentos continuavam a divagar para Lohan.

De repente, a porta do quarto se abriu e minha tia entrou, sorrindo.

— Como foi o dia, Hanna? — perguntou ela, com um brilho curioso nos olhos.

— Foi ótimo, tia! — respondi, sentando-me na cama. — Conheci uma livraria-café incrível e... reencontrei o garoto que te contei ontem, aquele do parque.

— Ah, é? — disse ela, claramente interessada. — E como foi esse reencontro?

— Ele trabalha na livraria! Foi uma surpresa encontrá-lo lá. O nome dele é Lohan. Nós não conversamos, mas mesmo assim o achei simpático. Vou voltar lá nos próximos dias — contei, sentindo meu rosto corar levemente.

— Parece que essa cidade está começando a te conquistar, hein? — comentou minha tia com um sorriso.

— Acho que sim — admiti, rindo.

Minha tia me deu um abraço reconfortante antes de sair do quarto, deixando-me sozinha com meus pensamentos. Talvez essa mudança fosse exatamente o que eu precisava para descobrir novas partes de mim mesma.

Porém, mesmo envolta por tantas coisas, sentimentos e pessoas boas. A sensação de tranquilidade e conforto somem juntamente com a minha tia que havia acabado de deixar o cômodo. O sorriso estampado em minha face se desmancha quase que instantaneamente.
Abrindo espaço para uma sensação de angústia desesperadora.
Deitada na cama, senti um peso no peito, como se algo estivesse me puxando para baixo. Pensamentos sombrios começaram a invadir minha mente, trazendo à tona dúvidas e incertezas que eu vinha tentando suprimir. As questões que me levaram a essa cidade voltaram à tona, e a aparente normalidade do dia não conseguia afastá-las.

Levantei-me e comecei a andar de um lado para o outro no quarto, tentando encontrar uma maneira de afastar aquele sentimento sufocante. Peguei o livro novamente, na esperança de que a leitura pudesse me distrair, mas as palavras pareciam não fazer sentido. A história que antes me encantava agora parecia distante e irrelevante.

Talvez precisasse sair, tomar um ar fresco, mas eu tinha acabado de voltar... Não seria inconveniente?? — Pensei.

Essa sensação apenas foi piorando a cada segundo que passava trancafiada em meu quarto. A angústia parecia se acumular, tornando-se quase insuportável. Finalmente, decidi que não podia mais ficar ali. Peguei meu casaco, meu celular e, silenciosamente, desci as escadas, evitando qualquer contato visual.

Abri a porta da frente e saí para a rua, sentindo imediatamente a brisa fresca no rosto. O ar do fim de tarde era refrescante, ajudando a clarear minha mente um pouco. Caminhei sem rumo pelas ruas estreitas da cidade, tentando encontrar algum alívio na tranquilidade do lugar.

Continuei andando, deixando meus pés me levarem sem um destino definido. Passei por lojas fechadas, cafés aconchegantes e pequenas praças que pareciam saídas de um conto de fadas. Cada passo me afastava mais dos pensamentos sombrios que haviam tomado conta de mim, e comecei a sentir uma leveza, que mesmo sendo mínima, ainda sim era mais agradável do que eu estava sentindo.

Finalmente, cheguei ao mesmo parque do dia do festival. Sentei-me em um banco próximo a uma fonte e observei a água jorrar suavemente, criando um som relaxante que preenchia o ar. Fechei os olhos por um momento, tentando absorver a calma do lugar.

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