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Maratona 2/4




Grego

Provavelmente tu já deve ter ouvido que " nada é tão ruim que não possa piorar." certo?

Acredite em mim, isso é muito real.

Se tu olhar bem as coisas podem piorar e muito.

Depois da Larissa sair da cirurgia e iniciar um novo tratamento, agora bem mais intensivo, MT me aparece aqui no hospital todo arrebentado.

Acontece que o maluco sofreu um acidente de carro, onde até pelo parabrisa ele atravessou. Mas por um milagre só se arranhou um pouco e bateu a cabeça.

Mas nada que fosse tão grave.

O que é de se admirar pelo estado do carro dele, que ficou em pedaços.

Pelo menos Matheus está bem, e a Larissa está estável.

Achei que finalmente eu teria um pouco de "paz" por aqui.

Grande engano meu.

As ameaças contra minha família começaram outra vez, e ainda mais intensas do que antes.

Me mandaram fotos da Manuela entrando e saindo do hospital onde ela está indo visitar a Larissa, fotos do meu filho dentro do morro, brincando na praça com a mãe.

Sem contar as ameaças de invasão da polícia essa semana.

Há duas semanas atrás os cu azul apreenderam duas cargas minhas com as melhores drogas que eu tinha comprado. Paguei uma grana alta nas drogas que vieram da Bolívia, pra nós final perder tudo.

E pra me deixar mais puto ainda, ontem roubaram uma carga de armas minhas.

Entraram dentro da favela e levaram tudo o que tinha no estoque. E o pior: ninguém viu ou ouviu nada. Ninguém sabe quem foi.

Eu deveria ter ouvido meu pai e não entrado nessa vida de crime.

Só dá dor de cabeça.

Tz: Acho que o roubo foi morro rival Grego. Se fossem os policiais eles já estariam esfregando a apreensão na nossa cara a essas horas.

Grego:  Também acho que foi isso... Mas quem? Nenhum dos outros morros teve algum atrito com nós nos últimos meses. Não tem porque isso agora.

Tz: Quer ouvir o porque? Pois bem eu te digo: Poder. O morro do Vidigal está, ou melhor dizendo, estava indo bem, drogas das boas saindo e dinheiro grande entrando. Qualquer um poderia botar o olho nisso pô.

Grego: Tu tem razão. Estou com a cabeça cheia ultimamente.

Tz: Nem me fale. Depois que tu me deixou no lugar do MT enquanto ele precisa ficar com a Lari, eu estou ficando louco. Não sabia que ser gerente geral era tão ruim assim.

Grego: C3 não ia te ajudar nisso?

Tz: Ah o c3... Ele está meio ocupado no momento. Pegou a mãe do provável filho dele fudendo com o velho da venda ao lado da casa dela.

Quase me engasgo com a saliva.

Grego: Quê?

Tz: Tô te falando pô. Bom... Agora tenho que ir, tenho que conferir o armamento da boca da rua 6.

Na mesma hora C3 entra na sala com a roupa suja de sangue e se senta no sofá.

Grego: E agora, o que foi isso?

C3: Fui cobrar o nóia da 23 e ele não pagou. Descarreguei meu pente nele.

Grego: Porra C3, tu nem é de matar assim pô, qual foi?

C3: Tô de saco cheio de vacilão.

Tz: E a cabeça cheia de chifre...

Diz num sussurro mas escutamos mesmo assim.

Tento segurar a risada quando vejo o C3 encarar o Tz com a cara vermelha de raiva.

C3: Não vou me incomodar de meter bala em tu também Tz. Já falei que não quero piadinha.

Tz: Se fosse comigo tu também estaria rindo. Mas tudo bem- ergue as mãos em forma de rendição.- Eu também ficaria nervosinho se pegasse um velho comendo minha mulher.

C3: Cara vou te meter a porrada.

Eu fico dando risada vendo os dois patetas agindo como duas crianças.

Tz: Tá putinho é?

C3: O que tu acha?

Tz: Que tu deveria aparar teus chifres e comprar um boné que tampe eles.

C3 se levanta e vai em direção ao Tz que sai correndo da sala gritando.

Tz: CORRE QUE O CORNO TÁ PUTO.

Saio até a porta e fico rindo da cena, C3 correndo atrás do Tz que grita e ri ao mesmo tempo.

Só esses dois mesmo para fazer eu rir uma hora dessas.

Quando me viro para voltar pra sala dou de cara com a Jéssica e a Carla vindo em minha direção.

As duas com vestidinhos colados marcando cada curva dos corpos delas.

Jéssica: Oi Grego, faz tempo que não te vejo por aí.

Faz um biquinho e passa a língua em volta dos lábios logo em seguida.

Carla: Acho que tu poderia convidar a gente pra entrar na sua sala Grego, sabe pra matar um pouco da saudade.

Essa tem um pirulito na boca e me olha com cara de piranha.

Olhando as duas se oferecendo assim, vou te falar a verdade, meu pau deu até sinal de vida.

Olho um pouco mais as duas morenas, não pra negar que são gostosas demais, e sabem muito bem como satisfazer um homem na hora do sexo.

Falo isso porque já comi as duas, muitas vezes aliás.

Em outros tempos eu comeria as duas agora mesmo.

Mas aí lembro da Manuela, e de tudo o que eu quero pra nós. E de como ela ficaria magoada comigo se eu pisasse na bola dessa forma com ela.

Na boa, eu nunca me perdoaria se eu magoasse ela outra vez.

Virei cachorrinho daquela garota.

Porra.

Jéssica: E então Grego, nós três agora na sua sala, tu metendo gostoso em nós duas como nos velhos tempos.

Carla: O que tu acha?

Grego: Acho que tu tem que comprar uma peruca nova. Essa aí que tu está usando tá torta e desproporcional a tua cabeça. E tu Jéssica - aponto pra ela.- Não duvido nada que minha mulher possa te quebrar no pau agora, dessa vez até melhor porque ela não está mais grávida como na primeira vez.

Dito isso entro na sala e bato a porta na cara das duas piranhas que ficaram com cara de espanto com a minha resposta.

Me sento na minha cadeira e sorrio orgulhoso por ter resistido as duas vadias.


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