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Maratona 3/4




Thiago/TH

....24 anos atrás....

Thiago: Mas mamãe aquele homem me machucou outra vez por isso eu chorei.

Ando atrás da mulher que está visivelmente muito irritada comigo.

Mas eu não tive culpa, aquele homem me machucou com a bituca do cigarro e eu acabei chorando.

Jaqueline: Não interessa o que te fizeram seu idiota. Eu estava dormindo e tu me acordou com esse choro irritante.

Thiago: Por favor mamãe não me deixa sozinho nesse quarto... Eu tenho medo do escuro.

Jaqueline: Isso é para aprender a não me incomodar mais sua peste.

Começo a chorar novamente mesmo tentando não irritar mais a mamãe. Ela não gosta quando eu faço barulho.

Jaqueline: Já vai chorar de novo? Nem pra ser homem tu serve! Maldita hora que eu fui engravidar, maldita hora que você nasceu.

Me levanto chorando quando ela vai em direção a porta.

Thiago: Não mamãe, por favor não deixa aqui sozinho, eu prometo que vou ser bonzinho.

Mas ela não me escutou. Ou fingiu não escutar.

Quando a porta é fechada começo a chorar ainda mais.

Thiago: Por favor mamãe não me deixa sozinho...

Eu não queria ser um peso na vida da mamãe, tudo o que eu queria era fazer com que ela me amasse...

Mas ela diz que eu acabei com a vida dela.

Fico sentado no chão do quarto escuro chorando com medo. Sei que ninguém irá vir me tirar daqui. Mesmo que eu chore ou grite ninguém se importa o suficiente comigo.

..... Dias atuais....

Me olho novamente no espelho e termino de passar meu perfume .

Jogo a camisa no ombro e desço as escadas até a cozinha tentar preparar meu café.

Isso: Tentar.

Sou péssimo em passar café. Sempre sai muito fraco ou muito forte, nunca meio termo.

Depois de colocar o líquido quente na caneca me sento ao lado da bancada da cozinha e olho em volta.

Tudo silencioso, vazio e... Solitário.

Ponho o primeiro gole do café na minha boca e corro em direção a pia cuspindo tudo.

Merda! Isso está horrível.

Já irritado resolvo tomar café na rua como sempre faço.

Pego minha arma e ponho na cintura e atravesso meu fuzil nas costas antes de sair de casa.

Comprimento os vapores com um aceno de cabeça e eles fazem o mesmo.

Monto em cima da minha moto e parto pra lanchonete da dona Val, minha contenção vem atrás de mim fazendo minha segurança.

Vou devagar andando pelas ruas da minha favela, olho com atenção o rosto de casa pessoa que passa por mim.

Paro minha moto em frente a lanchonete e restaurante em que costumo fazer minhas refeições.

TH: Bom dia dona Val.

Comprimento a mulher morena, com cabelos cacheados e pretos de baixa estatura que quando me vê abre um sorrisão no mesmo instante.

Meu Destino Onde histórias criam vida. Descubra agora