CAPÍTULO 9

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Nas semanas seguintes, Ryan, Clara e eu começamos a passar mais tempo juntos. Nossas conversas eram sobre literatura, fotografia e a vida em geral. Aos poucos, comecei a entender mais sobre Ryan e seu mundo. Ele era introspectivo e observador, sempre prestando atenção aos detalhes que a maioria das pessoas ignorava.

Um dia, enquanto caminhávamos juntos pelo parque, Ryan parou de repente e tirou sua câmera. Ele apontou para uma flor solitária crescendo entre as rachaduras do concreto.

— Veja, Bela. Às vezes, as coisas mais bonitas estão nos lugares mais improváveis — disse ele, tirando a foto.

Suas palavras ressoaram em mim. Talvez ele estivesse falando mais do que apenas sobre a flor. Talvez estivesse falando sobre nós, nossas vidas e como às vezes precisamos olhar mais de perto para encontrar a beleza e o significado.

Porém, enquanto ele ajustava a câmera, notei algo estranho em seu olhar. Era como se houvesse uma sombra passando por seus olhos, algo profundo e inquietante que ele estava tentando esconder. Tentei ignorar a sensação de desconforto, mas ela persistiu.

— Ryan, por que você sempre parece estar em outro lugar, mesmo quando estamos juntos? — perguntei, tentando parecer casual, mas minha voz traía minha curiosidade.

Ele parou por um momento, sua expressão se fechando um pouco antes de responder.

— Todos têm seus próprios demônios, Bela. Eu apenas sou bom em mantê-los à distância — disse ele, com um sorriso que não alcançava seus olhos.

A resposta, ao invés de me tranquilizar, só aumentou meu desconforto. Havia algo em Ryan, algo que ele não estava me contando. Algo que o tornava ao mesmo tempo fascinante e perigoso.

A SUBIMISSA - Life dreams Onde histórias criam vida. Descubra agora