My name is Melina

Capítulo 9

A quinta-feira chegou rapidamente e fui despertada pelo barulho do meu telefone. Não estava me sentindo bem e só queria permanecer na cama. Meu corpo estava mole e doído, o que sugeria uma virose ou algo do tipo. Nesse estado, era impossível ir para a escola, ainda mais enfrentar os alunos e os professores. Além disso, o fato de ter que receber o teste de matemática me deixava estérica. Eu não tinha certeza se havia me saído bem no teste, e meus pais sempre me cobraram muito para ser uma boa aluna, o que me gerava uma pressão enorme.

Toda essa pressão parecia estar se acumulando, transformando-se em um peso que eu carregava todos os dias. Enquanto olhava para o teto do meu quarto, tentei imaginar uma maneira de explicar à minha mãe que, mesmo me esforçando ao máximo, não conseguia alcançar as expectativas dela. A ansiedade era um sentimento constante, um companheiro indesejado que aparecia em momentos como aquele.

Lembrei-me das noites em que ficava acordada até tarde estudando, tentando absorver o máximo de informações possível. A matemática sempre foi um desafio para mim, algo que parecia não se encaixar na minha cabeça, independentemente de quanto eu praticasse. E agora, com a perspectiva de receber a prova, todos esses sentimentos de insuficiência vinham à tona.

Pensando em como o dia poderia se desenrolar, comecei a imaginar a reação da minha mãe se a nota não fosse boa. A decepção no rosto dela seria difícil de suportar. Ela sempre acreditou que um bom desempenho acadêmico era a chave para um futuro promissor, e essa crença se refletia nas expectativas que tinha sobre mim.

Decidi, então, que a melhor coisa a fazer era descansar e tentar me recuperar dessa sensação de mal-estar. Talvez, com um pouco de sorte, as dores e o cansaço passariam, e eu conseguiria enfrentar o dia seguinte com um pouco mais de energia e coragem. Fechei os olhos, tentando afastar os pensamentos negativos e focar apenas em me sentir melhor.

Mamãe com certeza já deve ter ido trabalhar; às vezes ela sai bem cedo. E agora que está com seu namorado Maicon, ela praticamente não para em casa. Fico imaginando como seria se tudo desse certo e ela casasse com ele. Minha vida se tornaria um inferno. Daniel, filho do Maicon, por um equívoco do destino, está mais próximo de mim, e tudo o que eu quero é distância.

Apesar de conhecê-lo há poucos dias, esses dias foram suficientes para eu perceber que ele se acha o dono da situação. Ele age como se fosse o chefe, tentando impor suas vontades sobre mim. Mas se ele pensa que vou aceitar isso, está completamente enganado.

Determinada a não me deixar intimidar, fechei os olhos novamente, tentando me concentrar em descansar e recuperar minhas forças. Eu sabia que precisava estar bem para enfrentar não apenas a escola, mas também essa tensão que estava me consumindo com Daniel

O fato de termos nos beijado algumas vezes não significa nada para mim, ainda mais sabendo que ele me usou para isso. Ele fingiu sentimentos que não existem apenas para se aproveitar da minha bondade, e isso eu não vou deixar passar. Se ele quer guerra, a guerra ele terá.

Enquanto refletia sobre tudo isso, a raiva começou a substituir o mal-estar que eu sentia. Daniel achava que podia me manipular, mas estava muito enganado. Eu não ia deixar que ele continuasse com seu jogo sujo sem enfrentar consequências. Estava determinada a mostrar que ele não podia me tratar dessa forma e sair impune.

O dia estava lindo, mas eu ainda não me sentia bem. Talvez ficar na cama o dia todo pudesse me ajudar, mas eu sabia que precisava levantar e tentar fazer algo, nem que fosse comer um pouco. Antes de planejar qualquer coisa, precisava cuidar da minha saúde.

Levantei-me devagar, sentindo o corpo pesado e dolorido. Caminhei até a cozinha e preparei algo leve para comer, esperando que a comida me desse um pouco mais de energia. Olhando pela janela, vi o sol brilhando intensamente e o céu azul, um contraste com a tempestade de emoções dentro de mim.