2 - Eleanor Margaret Diana

246 24 2
                                    

22 de fevereiro
O batizado. Com o caos que se montou por causa da adoção de Eleanor – dividido entre a alegria e raiva do povo – decidiram que seria uma cerimônia privada, apenas com a família e padrinhos.

Diana quebrou mais uma das tradições: os padrinhos. Claro, muitos bebês da realeza têm cerca de seis padrinhos, mas a princesa não concordou...

— Para quê tantas pessoas? — ela perguntou, a bebê em seus braços — Não é necessário. Eu escolherei um casal de padrinhos e Charles escolherá outro. — Spencer olhou para o marido — Se ele quiser.

O príncipe calou-se. Mesmo depois de tanto cobrar uma filha menina, não gostou de Eleanor. De acordo com ele...

— Ela é uma bebê chorona. Está o tempo todo berrando! — Charles dizia.

Mas, William e Harry adoraram a irmãzinha. Brincavam com Eleanor o tempo todo, sempre ao lado de seu berço.

Voltando ao presente, um dos Rolls-Royce pretos da família dirigia até o Palácio de St. James, com outros carros – também da realeza – logo atrás. Os irmãos seguravam a irmã, brincando constantemente com seu pequeno narizinho de botão.

Assim que chegaram e se instalaram na capela real do palácio, cumprimentaram respeitosamente o arcebispo de Cantuária que faria o batizado: George Carey.

Os membros da realeza ficaram um pouco surpresos com a escolha ousada de Diana para o padrinho da garotinha. Freddie Mercury estava logo ao lado de Sarah Ferguson, que também seria madrinha, com roupas respeitosas.

— Então, iremos começar o batizado de Eleanor Margaret Diana Mountbatten-Windsor. — o arcebispo disse com um leve sorriso. Então, ele olhou para Diana — Por gentileza, poderia colocar a cabeça de Eleanor cuidadosamente na pia?

A princesa assentiu e fez o que pedido, gentil e cuidadosamente colocando a cabecinha da bebê na pia de prata esculpida com ninfeias utilizada pela família real há várias gerações.

Com as águas do rio Jordão, George Carey cuidadosamente a colocou sob a cabeça da garotinha, fazendo-a chorar levemente.

— Deus, essa garota só chora... — Charles bufou para Elizabeth, fazendo a rainha o olhar com leve desprezo.

Um batizado... Tranquilo?

3 de março
Com o passar dos dias, o desprezo de Charles pela filha só se tornava cada vez mais evidente.

Deixada com babás e os irmãos para os pais irem para seus deveres reais, Eleanor crescia aos poucos e se tornava uma criança um pouco caótica, mas doce.

Naquela noite, no berçário da garotinha que dormia em seu berço, William cobria os ouvidos de Harry com suas mãozinhas, não querendo que o irmão ouvisse os gritos dos pais na outra sala, brigando novamente por causa da princesinha.

— Essa garota apenas nos trouxe problemas! — Charles gritou em direção a esposa, irritado — Sempre chorando e estragando as nossas vidas! Eu queria uma garota do meu sangue, não do daquele baterista!

— Não fale assim de Eleanor e nem de Roger! — Diana disse, mal tendo forças para falar em meio lágrimas — Eu sempre fiz tudo pra lhe agradar e você me retribui assim?

— Oras, não comece com esse teatro barato! — Charles bufou — Me agradar? Você deixou de fazer isso quando convidou aquele... Gay para ser o padrinho de Eleanor.

— Não chame Freddie dessa forma. Você está sendo completamente homofóbico. — Diana soltou um suspiro de frustação e choque — Ele será um ótimo padrinho.

— Não me faça rir. — Charles deu uma risada sarcástica — Um ótimo padrinho? Com aquelas roupas escandalosas, músicas de baixo nível e shows horrendos?

A princesa fez um beicinho, tentando conter as lágrimas.
— Agora a decisão está feita. — ela caminhou para fora do quarto, fechando a porta com um baque.

O príncipe caiu na sua poltrona, afrouxando a gravata e pegando o telefone fixo, discando-o.

— Querido? — a voz de Camilla Parker-Bowles disse do outro lado da linha — Achei que não irias me ligar esta noite.

— E como eu não poderia? — Charles suspirou — Acabei de ter uma briga com Diana. Estou cansado daquela garotinha insuportável e as decisões ousadas em relação a ela.

— Bem, se Elizabeth autoriza, você não tem escolha... — disse a amante em meio a baforadas de seu cigarro.

— Isso é o que me irrita. É como se, aquela bebê chorona, tivesse se tornado o novo amor da família. — o príncipe revirou os olhos.

Não só da família real britânica, mas do mundo. Eleanor era o assunto do momento.

A Filha de DianaOnde histórias criam vida. Descubra agora