Jeongin cozinhava super bem, eu não me surpreendi já que ele morava com uma criança e uma idosa, do contrário não conseguiria sustentar eles.
Jaewon dormia no sofá da sala enquanto eu e Jeongin estávamos guardando a louça. Ele continuava me olhando como se eu fosse uma estranha, aquilo estava me constrangendo.
— Desculpa, mas alguma vez na vida você já cuidou da louça? — Ele disse enquanto colocava os últimos pratos no escorredor. — Não estou querendo dizer que você é mimada ou algo do tipo, mas você provavelmente deve ter crescido rodeada de empregadas. — Ele riu fraco.
— Eu cresci rodeada de empregadas sim, mas qualquer um sabe secar e guardar uma louça. — Revirei os olhos.
— Se importa de ficar aqui sozinha só por alguns segundos? Preciso levar o Jaewon pra cama. — Ele disse e eu sorri negando com a cabeça, ele era tão fofo. — Por favor, não quebre nenhum prato ou a minha avó dá um jeito de levantar e mata nós dois.
Ri da sua piada e assenti enquanto observava o garoto ir para longe. Jeongin foi para a sala e eu larguei o pano de prato para ir até lá e observar o mesmo escondida enquanto ele cuidava do irmão mais novo.
Ele tirou o cobertor cuidadosamente e pegou o garotinho no colo tirando o pequeno carrinho de brinquedo que havia em sua mão e guardando enquanto eu observava sua cara engraçada por fazer esforço. Jaewon era meio grande, mas Jeongin era o dobro então ele conseguia carregá-lo.
Quanto mais tempo eu passava com ele, mais eu me arrependia de ter feito aquela aposta. Mas agora era muito tarde para voltar atrás e eu precisava ir até o fim.
Eu esperava do fundo do meu coração que Jeongin não ficasse magoado e que acima de tudo, que eu não me apaixonasse por ele.
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[Quebra de tempo.]
Era cerca das dez da noite e eu estava no sofá sentada ao lado de Jeongin. Nós estávamos assistindo a uma série e quando percebemos, já estávamos no quinto episódio, então dormiríamos bem tarde.
— Você não precisa trabalhar amanhã? Não quero que fique muito cansado. — Eu disse enquanto olhava para Jeongin.
— A pizzaria só abre depois das seis, então estou tranquilo. — Ele sorriu para mim.
Eu queria puxar assunto com ele para tentar criar o maldito clima, mas eu simplesmente não conseguia pensar em nada. Jeongin me deixava extremamente confusa e nervosa.
— O que houve naquela noite que nós nos conhecemos? — Ele me encarou e eu fiz o mesmo.
— Eu já disse, eu estava bêbada e acabei tentando te beijar.
— Você não está bêbada agora e continua vindo até mim, qual é o propósito de tudo isso? — Ele cruzou os braços olhando para mim.
Senti borboletas em meu estômago e parecia que eu ia desmaiar a qualquer momento. O que eu ia dizer para ele?
Então, Jeongin, eu fui desafiada a te beijar valendo setecentos dólares. Sem chances.
Jeongin continuava me encarando enquanto esperava uma resposta e tudo o que eu consegui fazer foi dar um sorriso nervoso enquanto evitava contato visual.
— Eu gostei de você, meio que amor à primeira vista, sabe? — Eu disse e ele sorriu. Droga, ele tinha um sorriso tão bonito.
— Sei. — Ele disse debochado.
— A sua avó sempre fica no quarto? — Perguntei e ele me encarou. Droga de pergunta. — Me des...
— Ela tem uma doença, prefiro que ela evite esforços já que qualquer coisa pode causar um ataque cardíaco nela.
Jeongin parecia triste ao falar sobre sua avó e aquilo me deixava triste também, mas pelo menos ele estava se abrindo comigo e então eu faria o mesmo, queria que ele visse que eu confio nele.
— Eu entendi bem família complicada. — Dei de ombros e encarei o chão. — Meus pais são incríveis, mas sempre colocaram o trabalho em primeiro lugar, mal nos vemos ou nos falamos.
— No quesito pais ausentes, temos algo em comum. — Ele riu fraco e eu fiz o mesmo.
— O que houve com seus pais? Se não se sentir confortável para me contar está tudo bem. — Eu o encarei.
— Meu pai morreu logo depois que Jaewon nasceu, minha mãe se sentia mal ao olhar para a gente e lembrar dele, então simplesmente fugiu. Nos abandonou. — Ele deu de ombros. — Por muito tempo eu me culpei achando que eu não tinha sido um bom filho.
— Eu discordo totalmente, Jeongin. — Eu sorri e ele me encarou.
— Você é incrível com a sua avó e o seu irmão, eu teria muito orgulho de você se eu fosse sua mãe.
Jeongin sorriu por alguns segundos e depois encarou o chão. Ele era bem tímido e eu sabia que a atitude tinha que partir de mim, então me aproximei e sorri novamente antes de colar nossos lábios. Eu esperava que ele me empurrasse ou algo do tipo, mas pelo contrário, ele retribuiu.
Jeongin se aproximou mais, colocando sua mão em minha cintura, eu sorri contra seus lábios e coloquei as mãos em sua nuca, acariciando a mesma. Ele beijava super bem e também era calmo.
Após alguns minutos nós nos separamos devido ao fôlego, Jeongin estava bem vermelho e evitava contato visual, eu soltei uma risada baixa e entrelacei nossas mãos.
— Obrigado por hoje. — Eu sussurrei e ele sorriu beijando minha bochecha.
Jeongin passou o braço pelo meu pescoço e puxou o cobertor colocando em nós dois. Passamos o resto da noite assistindo série até que adormecemos juntos no sofá.
