The Ghost Song

Tears Perchance For Blood - VI

As reações são exatamente como Lan Xichen esperava, dá para ver o rosto de muitos empalidecendo e alguns até mesmo pararam seus atos obscenos para cochichar e descobrir se ouviram certo.

Como se ele não pudesse ver essa reações ou desejo de questionar que as pessoas empurram garganta abaixo, Lan Xichen ajuda Jiang Cheng a subir os degraus restantes e o posiciona para ficar de pé, ao seu lado.

Seus olhos brancos não são vistos por causa do adorno de ouro que cobra até abaixo do seu nariz.

Pelo que cabe a essas pessoas, Lan Xichen acabou de domar um deus primordial e vai transformá-lo em “imperatriz”. O que esse fedelho considera um limite? Não é suficiente ele ter abatido o lorde anterior e desafiado os céus ao destruir as seitas justas, uma por uma?

“General Nie, meu noivo e eu temos um presente pela sua lealdade. Venha até aqui.” Pela mão, ele traz Jiang Cheng para perto e o ajuda a se sentar sobre sua perna.

Os olhos de Jiang Cheng se fecham, ele se concentra em sentir a presença das pessoas através da energia espiritual, dispersando-a em ondas e tentando formar a imagem em sua mente.

Sim, ele está fazendo esse exercício para esquecer a vergonha que arde em suas bochechas.

Mesmo o homem por quem se apaixonou nunca o colocou em seu colo. Menos ainda na frente de tantas pessoas.

As unhas em garras arranham o tecido em sua cintura. Ele sente os passos pesados se aproximando, sente Lan Xichen se curvando e cheirando seu pescoço, o rosto se afundando em seu cabelo.

Que sem vergonha!

Ele não precisa ser tão íntimo na frente de todos! O que essas pessoas vão pensar?

“Este general agradece a generosidade de sua alteza.” Nie Mingjue já viveu mais de 800 anos e tem sido subordinado desse pirralho por mais de dois séculos agora. É claro que nada de bom pode vir daquela caixa.

Meng Yao mexe no enfeite da própria roupa, angustiado com o que pode saltar de dentro daquela caixa.

Jiang Cheng se encolhe um pouco, o movimento das unhas por cima das camadas de tecido fino lhe causa um arrepio gostoso. É tão assustador, tudo relacionado a esse homem é prazeroso e angustiante.

Nunca dói fisicamente, mas deixa sua alma em suspense, esperando para ser massacrada.

“Cheira bem, parece com a sobremesa que esse venerável irá apreciar mais tarde.” O sussurro quase encobre as exclamações de pavor das pessoas ao redor. Jiang Cheng sabe, por causa disso, que a caixa finalmente foi aberta.

Lan Xichen dá uma risadinha e arruma sua postura, olhando para o rosto sério de Nie Mingjue.

Dentro da caixa, adornada com moedas de ouro, estava a cabeça de um dos serventes pessoais de Lan Xichen. Seu rosto meio comido por larvas ainda era reconhecível, dentro da sua boca estavam vários pedaços de papel dobrados, amassados, rasgados.

De cada lado da cabeça apodrecendo estava um recipiente de jade.

“Esse seu filho adotivo, general, ele não é bom.” A voz de Lan Xichen se mantém com tom de leve, como se ele estivesse dizendo ‘está ensolarado hoje’. “Para ajudar o general, eu aconselho que você reavalie quem está comendo do seu arroz e bebendo do seu vinho.”

“Sua alteza, este nunca…”

Ah, então é assim que as pessoas são? Nie Mingjue criou o menino e o usou contra Lan Xichen, mas não consegue admitir isso?

Bem, é como o esperado. Ainda assim, o aviso dele está cada vez mais evidente.

“Este venerável conhece a lealdade do general Nie e por isso, lhe oferece como presente a cabeça do traidor.”