Capítulo 2

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(Atenção, esse capitulo contém - violência contra criança, automulação e violência contra animais)


Em algum momento, o menino aprendeu a fazer coisas que não deveria

Ele não deveria olhar diretamente para a outra pessoa, e encará-los, ele também não deveria mostrar seus olhos. Se seus cabelos compridos balançassem um pouco, ou se seus o olhos estivesse visiveis, aqueles ao seu redor recuariam e tremeriam, com desdém em seus rostos.

Haviam muitos servos para alimentá-lo, vesti-lo e dar lhe banho, mas nenhum deles realmente olhou para o rosto da criança. Eles desviavam os olhos, e sem esconder o desprezo em seus olhos, terminavam o trabalho e se retiravam rapidamente. Os tutores eram ainda piores, com olhares gélidos, eles deixavam escapar palavras dificies, que o menino sequer conseguia compreender, como se lesionassem para alguém que nem mesmo existia, e em seguida, desapareciam.

Todos desviavam os olhares, evitando ter qualquer contato com o menino. Então ele não conseguia sorrir ou tentar iniciar uma conversa; ele não poderia abrir os braços e se aconchegar nos braços e alguém, e nem mesmo sair daquele quarto. Ele não deve chorar, porque se deixasse as lagrimas fluir sobre seu rosto, os servos estremeceriam e revelariam o medo em seus rostos.

Não houve uma pessoa sequer que retribuísse a mais pura gentileza do príncipe, que a demonstrou inocentemente. Depois que a criança começou a entender as palavras, ele percebeu que as frases que sempre sussurravam pelas suas costas, eram a respeito dele mesmo.

A maldição do dragão.

Ele era apenas um ser amaldiçoado que nasceu com olhos bizarros. Quem o ensinou isso, foi a rainha, sua mãe. O primeira coisa que ela fez quando foi vê-lo, foi forçar o menino diante de um espelho.

"Olhe atentamente. Veja como você é horrível e perverso. Olhe para os seus olhos!"

A rainha agarrou com força o cabelo do menino e o sacudiu. O corpo da criança estremeceu sob a mão da rainha, ela pressionou o rosto dele mais perto do espelho, e sussurrou em seu ouvido: "Por ser assim, você deve ser punido".

Ele viu o reflexo de sim mesmo da mão no espelho, viu aqueles olhos que eram diferentes dos demais, e os olhos vermelhos e enlouquecidos da mãe, mas logo sua visão escureceu.

Pow!

A rainha bateu com força a cabeça da criança contra o espelho.

"É tudo culpa sua! É porque você nasceu como demônio"

Uma expressão assassina surgiu no rosto da rainha, ele cerrou os dentes. As mãos delas puxaram rudemente a cabeça da criança do espelho quebrado, e como se provar sua humanidade, sangue vermelho fluiu da testa do príncipe, que permaneceu inexpressivo.

Ele nunca foi bem tratado, mesmo em seus primeiros dias de vida, porém, houve alguém que lhe disse palavras calorosas, mesmo que por simpatia. Ela era uma entre dezenas de criadas, cujos rostos mudavam com tanta frequência que ele sequer conseguia se lembrar deles, tratava-se de uma babá competente que criou várias crianças nobres, porém, na verdade, ela foi chamada por que não havia mais ninguém que cuidasse da criança, que ainda não falava e era inexpressiva.

Contudo, a criança que não falava e não tinha problemas para ler ou escrever, com o tempo, ficou claro que ele não era estúpido, mas o rosto sem expressão do menino, junto com seus olhos, aterrorizaram ainda mais a servas do palácio, que não tinham escolha a não ser cuidar da criança, mas ninguém queria ser designado para tal função.

No palácio, todos tinham medo de serem encarregados do príncipe, como se tratasse de um monstro, no final, em vez de uma serva do palácio, contrataram uma babá de fora, que se tornou a empregada exclusiva do menino. Quando chegou no palácio, a primeira coisa que presenciou fora a violência da rainha para com a criança, o que a chocou mais ainda, foi a reação de todos ao seu redor, que pareciam considerar aquilo como certo.

REGAS - PT/BROnde histórias criam vida. Descubra agora