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Sinto-me


Na praia deserta das almas

Onde a dor no peito se faz ondas,

Um momento calmas

Outra hora suspensas a um tsunami, 

Existe um alguém.

A brisa cortante, as ondas que vem forte, 

Apenas para derruba-lo. 

Tira-lo dali. 

Um aviso prévio, 

De que ali não é seu lugar. 

Esse alguém, porém, não liga. 

Ele um dia tentou abraçar as ondas. 

Fora machucado, quebrado, 

Jogado à beira mar,

Solitário. 

Na praia de minha alma, 

Esse alguém, porém, não existe. 

É deserta, fria e seca. 

As ondas fazem-se potências, 

E em momentos de resiliência 

Ela a destrói.

Sinto-me não passar de memória, 

Poesia inacabada, nota melódica. 

Sinto-me no desabrochar

De uma flor, o abrir do mar, 

Sinto-me não bastar. 

No show de fogos de artifício, 

Onde deixei-me os olhos fechar. 

Eu escutei sons, senti cheiros

Mas não senti-me inteiro. 

Sinto-me não ser funcional, 

E se eu for muito sentimental? 

Será um erro a ser resolvido, 

E assim como os fogos de artifício

Apenas sumir pelo ar? 

Deus, sinto-me não bastar. 

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⏰ Última atualização: Jun 03 ⏰

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