Sinto-me
Na praia deserta das almasOnde a dor no peito se faz ondas,
Um momento calmas
Outra hora suspensas a um tsunami,
Existe um alguém.
A brisa cortante, as ondas que vem forte,
Apenas para derruba-lo.
Tira-lo dali.
Um aviso prévio,
De que ali não é seu lugar.
Esse alguém, porém, não liga.
Ele um dia tentou abraçar as ondas.
Fora machucado, quebrado,
Jogado à beira mar,
Solitário.
Na praia de minha alma,
Esse alguém, porém, não existe.
É deserta, fria e seca.
As ondas fazem-se potências,
E em momentos de resiliência
Ela a destrói.
Sinto-me não passar de memória,
Poesia inacabada, nota melódica.
Sinto-me no desabrochar
De uma flor, o abrir do mar,
Sinto-me não bastar.
No show de fogos de artifício,
Onde deixei-me os olhos fechar.
Eu escutei sons, senti cheiros
Mas não senti-me inteiro.
Sinto-me não ser funcional,
E se eu for muito sentimental?
Será um erro a ser resolvido,
E assim como os fogos de artifício
Apenas sumir pelo ar?
Deus, sinto-me não bastar.