cantor

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- Felipe! - a voz do meu empresário ecoa no camarim e sou obrigado a desviar o olhar da tela do celular que eu acabei de pegar. Olho para ele acenando com a cabeça para que fale. - Vamo, passagem de som agora.

Deixei o celular que vibrava em minha mão em cima do sofá, frustrado.
Era a quinta ligação de Luísa que eu não conseguia atender pois a cada toque que eu dava no celular surgiam duas pessoas para me chamar.

Figurino, cabelo, passagem de som, comer, atender fã, dar entrevista... nesse meio tempo eu sentia uma dorzinha no coração por saber que ela ainda estava acordada esperando para falar comigo. Definitivamente era uma droga.

Enquanto dou a última entrevista antes do show minha mente só vai até ela, minha princesa, tá comigo desde antes de tudo. Quando eu ainda me virava pra ganhar um trocado e sustentar nós dois.

Lancei minha primeira música, e depois uma após a outra. Mas o único problema foi o meu hype decolando mais do que eu esperava e a rotina corrida começar a nos afastar.

Ela liga e eu não consigo atender, quando chego em casa de manhã após o show ela já saiu pra faculdade e raramente estamos nos vendo.
Às vezes brigamos por isso, sei que ela tá triste, mas precisa entender que isso é por nós, pelo nosso futuro, nossos filhos e acima de tudo, é o meu sonho.

Depois de um show em Baurú, o último do fim de semana, pedi pra seguir direto pra capital.
Não queria saber de hotel, queria ir direto pra casa e ter a chance de passar pelo menos o domingo com a minha mulher e foi isso que fiz. Quando cheguei em casa já era pra lá de quatro e meia.

Entrei em casa, deixei minhas coisas no sofá e fui direto pro quarto.
Abri um sorriso ao ver ela na cama toda esparramada abraçando o travesseiro usando minha blusa que sequer cobri a bunda grande dela, os cabelo jogados sobre o rosto e o ressonar baixinho me levavam a crer que ela é a oitava maravilha do mundo, o paraíso em forma de gente.

Tirei os tênis, a roupa e deitei só de cueca, tirando o travesseiro dela e me colocando no lugar dele.

- Lipe?

- Oi, meu amor. - passo a mão no cabelo dela. - Tá bem?

- Hurum. - coloca o rosto na curvatura do meu pescoço e esfrega o nariz ali. - Fiquei com muita saudade.

- Eu também.- apertei ela em meus braços. - Só me vinha você na mente.

- É? - levanta o rosto sorrindo de canto. Desço as mãos por sua cintura. - Vai ficar comigo hoje então?

- Até às oito da noite, tenho voo pro Rio. Vou passar a semana lá.

- Entendi - voltou a deitar. Vamo aproveitar muito então - bocejou.

Lu voltou a dormir logo depois e eu a segui só de ficar velando seu sono.

Lu voltou a dormir logo depois e eu a segui só de ficar velando seu sono

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O domingo foi mágico.

Passamos a maior parte da manhã na cama só de chamego, coisa que não fazíamos há um bom tempo, depois fizemos o almoço em meio às minhas palhaçadas e as provocações dela. Foi ai que percebi o quanto sentia falta disso.

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