A livraria "Sonhos em Página" era um refúgio em meio ao caos urbano, onde as pessoas podiam se perder entre as estantes repletas de histórias.
Laura adorava passar as tardes ali, absorta nas palavras dos grandes escritores que a inspiravam.
Naquele dia específico, ela estava em busca de algo novo, algo que pudesse despertar sua criatividade adormecida.
Laura caminhava lentamente pelos corredores, seus dedos deslizando pelas lombadas dos livros. Seus olhos se fixaram em um volume antigo sobre lendas celtas. Ela sentiu um calafrio ao tocá-lo, como se uma força invisível a estivesse guiando. Enquanto ela se maravilhava com a capa desgastada, uma voz suave interrompeu seus pensamentos.
— Com licença, você vai levar esse livro? — perguntou Bernardo, com um sorriso tímido e os óculos de aro preto ligeiramente tortos no nariz.
Laura ergueu o olhar, encontrando os olhos curiosos do professor de história. Sentiu o coração acelerar.
— Oh, eu... ainda não decidi — respondeu ela, tentando disfarçar o rubor que subia em suas bochechas. — Você está interessado nele?
— Sim, é para minha sobrinha. Ela adora lendas celtas — disse Bernardo, com um brilho de orgulho nos olhos.
Laura sorriu, e algo em seu coração lhe disse que aquele encontro não era apenas uma coincidência.
— Bom, talvez possamos compartilhá-lo — sugeriu ela, meio brincando.
— Essa é uma ótima ideia — respondeu Bernardo, surpreso com a ousadia dela e com seu próprio desejo de prolongar aquela conversa.
E assim, como se guiados por uma força maior, eles se encontraram sentados em um cantinho acolhedor da livraria, folheando o livro juntos. A conversa fluiu naturalmente, passando dos autores favoritos às histórias épicas que tanto os fascinavam. Laura se encantou com a paixão de Bernardo pela história, e ele ficou fascinado pela inteligência e sensibilidade da jovem escritora.
— Você escreve? — perguntou ele, os olhos brilhando de interesse.
— Sim, estou trabalhando em um romance — respondeu Laura, um pouco hesitante. — Mas às vezes sinto que estou perdida, como se precisasse de algo mais para encontrar a inspiração certa.
— Às vezes, a inspiração vem dos lugares mais inesperados — disse Bernardo, com um sorriso encorajador. — Quem sabe, você não encontre aqui?
Os dois riram, e Laura sentiu um calor reconfortante se espalhar por seu corpo. O tempo parecia ter parado, e ela desejou que aquele momento durasse para sempre. À medida que a conversa continuava, Laura e Bernardo descobriram que tinham mais em comum do que poderiam imaginar.
— Eu adoraria ler algo que você escreveu — disse Bernardo, os olhos cheios de genuíno interesse.
Laura hesitou, mas a confiança no olhar de Bernardo a encorajou.
— Talvez eu possa te mostrar algo amanhã — disse ela, sentindo-se mais segura do que nunca.
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One Short
RomanceHistórias pequenas! Aqui eu escrevo histórias com pequenos capítulos, ou continuações.