Capítulo 2

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Lindo é quando dois olhares se cruzam

e dois sorrisos aparecem!

Leo-

Cara, quase não acredito no que meus olhos acabaram de ver. Ela é realmente linda, Rony não mentiu em nada, mas ela parece tão desolada com a ideia de irmos ao Nero, por que será?

- Então Hanna, faz tempo que vocês moram aqui? -Pergunto querendo iniciar um papo.

- Sim, desde sempre, quando eu nasci meus pais já moravam aqui. -Responde ela meio que vagamente.

- Legal, então você conhece bem a cidade.

-Sim conheço como a palma da minha mão.

- Talvez, qualquer dia desses você possa me mostrar seus lugares preferidos!? -Digo na esperança de que ela não intenda de forma errada.

- É, talvez. Podemos combinar um dia. -Diz ela.

- Sim podemos. -Respondo apenas.

- Leo conta pra Hanna, o que você gosta de fazer em seu tempo livre! -Começa Rony, droga, esse meu primo e um linguarudo mesmo.

- O que é? -Hanna e Deise perguntam em uníssono.

- Bom eu gosto de escrever histórias.

- Como? -As duas exclamam.

- É... -Digo envergonhado.

- Isso é o máximo. -Grita Hanna eufórica.

- Calma, são apenas rascunhos. -Digo.

- Mas é o máximo mesmo assim. -Diz Hanna.

- Deise, sabe o que isso significa? -Diz ela a irmã e eu me espanto.

- Calma ai! Não sou um grande escritor só um amador. -Explico.

- Mas acontece que o nosso pai é editor, e ele precisa encontrar um novo escritor ou então não sabemos o que o seu superior irá fazer com ele. -Diz ela.

- Olha minhas histórias não são boas o bastante para irem parar em um livro. -Digo me desculpando.

- Ah não seja modesto, eu já li os seus manuscritos, é são ótimos. -Diz o caguete do meu primo.

- Então?? Você vai me deixar ler algum? -Pede Hanna com carinha manhosa.

Meu Deus, o que é isso? Ela está fazendo biquinho pra mim?

- Posso pensar a respeito? -Pergunto.

- Só tem um probleminha, papai tem só mais uma semana para apresentar a editora um novo escritor, e até agora não conseguimos ninguém. -Diz ela.

- Tá bom vou pensar e te digo antes do prazo do seu pai acabar. -Digo a ela.

- Gente! -Chama Rony.

- O que foi? -Perguntamos juntos Hanna e eu.

- Hoje é sexta feira, então a entrada para casais no clube cai pela metade do preço, vocês poderiam entrar como um casal né? Só pra economizamos um pouquinho. -Diz ele e caímos na risada, só o Rony mesmo!

- Claro primo. -Digo rindo, mas logo me arrependo por ter concordado sem antes perguntar a Hanna o que ela achava.

- Você se importa de entrar como meu par? -Pergunto alarmado.

- Claro que não. -Responde ela.

- Beleza então. -Diz Rony.

Chegamos e já nos encaminhamos para a entrada quando Rony para em nossa frente e diz:

- Olha gente, desculpa, mas para entrar de boa vocês vão ter que agir como um... casal de verdade, Hanna você sabe como é a segurança por aqui.

- Ok, se for o Tony na entrada vai ser de boa. -Diz Hanna pegando em minha mão, e foi como se eu levasse um choque.

Ao chegarmos na portaria, há dois seguranças enormes esperando por nós.

Eles pedem nossos documentos, terminam a verificação e nos entregam as entradas, noto que um dos caras está alternando o olhar entre mim e Hanna, ele acaba por sorrir e mexe com ela que está distraída olhando para o celular.

- Ei?? Não vai me cumprimentar?

Ao ouvi-lo ela levanta rápido a cabeça e abre um enorme sorriso.

- Tony!!!

- Como é bom te ver querida. -Diz ele ao abraçá-la.

- É bom vê-lo também Tony. -Diz ela.

- E como você está? -Pergunta ele com genuína preocupação, posso ver o quanto ele se importa com ela.

- Agora estou bem, obrigada por perguntar. -Diz ela.

- Bom, vocês podem entrar... E rapaz! -Diz ele olhando diretamente para mim.

- Cuide bem dela.

Fico sem saber o que responder e apenas concordo com a cabeça, então Rony se adianta e responde por mim.

- Pode deixar, ela está segura conosco.

Entramos e nos direcionamos ao bar, sinto que Hanna aperta minha mão com mais força. Há algo de errado com ela, percebo que ela está apreensiva olhando para as pessoas que estão trabalhando no bar. Por quê? Não sei.

- Gente, com licença, vou ao banheiro. -Diz Hanna.

- Eu vou com você. -Se adianta Deise a acompanhando.

Enquanto elas saem, o barman se aproxima de nós.

- Boa noite! O que vão querer? -Pergunta ele, mas quando seu olhar cai sobre Rony ele empalidece na hora, Rony balança a cabeça e diz apena: - Não esquenta Vitor, não vou quebrar a tua cara aqui, o Tony seria obrigado a me pôr para fora. Só traga duas cervejas ok!?

Que parada e essa de quebrar a cara? Penso comigo. O rapaz concorda com um aceno de cabeça e sai, aproveito e pergunto ao Rony o foi isso.

- O que foi tudo isso Rony?

- Nada, só esse cara que andou fazendo merda com quem não devia.

- Quem é ele? -Pergunto.

- Ninguém importante.

Nesse momento as meninas retornam, a todos sorrisos.

- Então, já pediram? -Pergunta Deise.

- Sim, o nosso sim.

O barman retorna com nossas bebidas, mas ao ver Hanna ao meu lado, com a mão em meu antebraço, ele fica furioso.

- O que você está fazendo aqui com esse cara? -Grita ele.

- Bem, acho que o lugar e público, e o que eu faço com o Leo não te diz respeito. -Diz Hanna com uma voz muito calma.

- O que? -Grita ele.

- Não quero discutir com você Vitor. Já era! Acabou, cai na Real, você quis assim!

Acrescenta Hanna que distraidamente pega em minha mão, o cara percebe e parte para cima de Hanna, mas quando ele ergue a mão, capturo seu pulso no ar.

- Você não vai encostar nela! -Digo em uma voz ameaçadora.

- Não vai mesmo. -Diz Rony se levantando.

- Sua vadia. -Diz ele a Hanna, e antes que eu possa reagir a isso ela senta a mão na cara dele em um estalo.

- Da o fora daqui, ou eu vou chamar o Tony. -Diz Deise afugentando o babaca.

Estou com tanta raiva, que poderia matá-lo.

Lembranças do Seu Olhar!Onde histórias criam vida. Descubra agora