it's golden - freenbecky

Ciúmes?

Freen

[se quiserem uma boa experiência ouçam enchanted (taylor's version)  a partir do minuto 1:10 enquanto lêem esses primeiros trechos delas cantando]

Saí para a escola e hoje meus pais me deixaram usar o carro para vir ao colégio sozinha, quer dizer, quando eu digo "sozinha" me refiro a não estar na companhia deles, no entanto, tem uma garota no banco do passageiro que balança a cabeça feito louca e me contagia com sua animação, me encorajando a cantar:

— THIS NIGHT IS SPARKLING, DON'T YOU LET IT GO

I'M WONDERSTRUCK, BLUSHING  ALL  THE WAY HOME

I'LL SPEND FOREVER WONDERING IF YOU KNEW

I WAS ENCHANTED TO MEET YOOOOOUU! —Nós duas estamos praticamente gritando, quer dizer, cantando juntas, dentro do carro, no meio da rua

—Eu sabia que você curtia Taylor Swift —Falo me gabando.
—Como assim? —Ela pergunta sorrindo ironicamente
—Você tem cara
—Não sei se tá me ofendendo ou me elogiando
—Sem comentários!
— A-t-a! Como você sabia a letra então?
—Minha fase obscura acabou decorando
—Ah sim, esqueci que gente chata não ouve Taylor Swift
—Mentira, você ouve —a provoco
—Eu só não te encho de cosquinha agora porque você tá dirigindo
—Que sorte a minha!

Chegamos na escola e agora estamos caminhando pelo corredor conversando bobagens, até que uma enxurrada de garotas vêm me cumprimentar:
—Oi freen! Seu cabelo tá incrível —Uma ruiva de cabelos ondulados me dá um beijo de bochecha
—Nossa Freen, te mandei mensagem ontem, espero que considere meu pedido —a morena diz enquanto escora os braços em meus ombros

E assim todas elas continuam a me elogiar, perguntam coisas inúteis e quando me dou conta, Becky não está mais ao meu lado. Meu corpo entra em estado de alerta e eu começo a procurá-la olhando de um lado para o outro, pelos corredores.

— Com licença meninas, depois nos falamos. —Digo educadamente e saio daquela multidão

Becky

Aquela cena passa na minha mente como um vídeo em loop infinito. Vê-la rodeada de garotas me fez sentir um aperto no peito, meu corpo fica gelado só de pensar nisso e quando se está de TPM tudo fica mais dramático:

—Amiga, tá tudo bem? —Nam pergunta ao notar que estou balançando as pernas e claramente não prestando atenção na nossa conversa anterior

—Não! —Exclamo com a mesma cara de uma criança que acabou de se perder da mãe no mercado

—O que aconteceu?

—Hoje, depois que eu e freen chegamos no colégio, um grupo de garotas atiradas cercou a gente no corredor e ficaram dando em cima dela na minha frente, eu fiquei meio deslocada e saí de lá. Foi bem esquisito e eu me senti esquisita. —Solto de uma vez

—Ciúmes? —Nam sugere

—Talvez...

—Olha, sinto lhe informar que a freen é popular e você vai ter que lidar com esse  fato. A menos que derreta um portão, faça uma aliança e coloque no dedo dela. —Minha amiga brinca

— E mesmo assim ainda dariam em cima dela. —digo pensativa

—Não perdem a oportunidade. —nam acompanha.

freen

Em meio à minha busca, finalmente acho a garota de cabelos castanhos e olhos apaixonantes enchendo a garrafa no bebedouro. A escola está vazia, porque todos já estão nas salas, mas eu não conseguiria prestar atenção em nada só de pensar na possibilidade de Becky não estar bem:

—Becky! Finalmente te encontrei —digo aliviada

—Oi Freen —ela me cumprimenta com um tom diferente e uma expressão indecifrável

—Por que não entrou na primeira aula?

—Não tava me sentindo muito bem...

—O que você tem? Precisa de alguma coisa?

—Estou na TPM e quando está próximo de descer, sinto muita cólica. Mas não se preocupa, já tomei remédio

—Senta aqui, vou pegar uma bolsa de água quente pra você na enfermaria.

A deixo em um banco perto do bebedouro e volto com o que prometi. A entrego a bolsa e sento ao seu lado, perguntando:

—Por que você sumiu quando eu estava com as garotas hoje mais cedo?

Ela finalmente me encara, suas pupilas estão mais dilatadas que o comum e suas bochechas estão levemente rosadas

—Eu só... não queria te atrapalhar

—Você sabe que nunca atrapalha

—Me senti meio deslocada, as garotas pareciam urubus em cima de você e quase me derrubam no chão só pra ficar do seu lado

—Também não é assim —Digo com uma risada leve, mas Becky, no momento, não parece achar nada engraçado. Então, trato logo de consertar:

—Olha, vamos fazer assim: quando essas garotas pararem a gente em qualquer lugar que seja, se não estiver confortável, você cutuca o meu dedo mindinho. Pode ser? —proponho

—Tá —Ela diz meio ríspida se levantando, mas seu tom está melhor do que antes.

Me levando também e pego uma de suas mãos, dizendo:

—Tem mais alguma coisa? Você sabe que pode me contar tudo, não sabe?

Ela se encolhe um pouco e parece pensar na possibilidade

—Promete não fazer piada? —ela pergunta meio receosa

—Prometo. —digo, esticando meu dedo mindinho e ela faz o mesmo, entrelaçando-os

—Olha, eu tenho medo que me troque por aquelas garotas que agora vivem no seu pé. —Becky solta e um silêncio paira sobre nós.

Eu olho no fundo dos seus olhos com uma expressão doce, e então, a puxo para um abraço apertado, enquanto massageio seus cabelos

—Eu não vou te trocar por elas, Becky. Pode ficar tranquila.

—Tem certeza?

—Sim, você ainda vai ter que me aguentar por um bom tempo!