Conexão

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Freen

  Ok, talvez eu esteja sendo um pouquinho iludida, eu literalmente acabei de conhecer essa garota, mas seria estranho se eu dissesse que sinto que já conheço ela há vários anos? Isso é basicamente impossível, pois eu nunca pisei nessa escola até hoje. Becky é engraçada e me faz rir a aula toda, se continuar desse jeito, não vou querer faltar nenhum dia. Mas... que pensamentos são esses?

[...]

As aulas passam voando e agora estou prestes a ir à coordenação para me inscrever nas extra-curriculares. Felizmente, sou interrompida por uma mão pequena que envolve meu braço direito:

-Ei, já vai embora? -Becky pergunta de forma descontraída.
-Ainda não, tenho que me inscrever nas extra-curriculares.
-Em qual delas?
-Futebol, eu já jogava na antiga escola.
-Você quer seguir essa carreira?
- Sinceramente, não. Jogo por distração e por que acho divertido.
-Incrível! Admiro pessoas que jogam ou entendem de futebol, porque eu não sei nem se quer as regras mais básicas. -Becky fala e me faz rir um pouco
-Mas então, poderia me dar o seu contato, né? Quem sabe eu aprenda um pouco mais sobre futebol —Becky sugere, me entregando seu celular na aba de contatos novos
—Ok... —Respondo, colocando meu número de telefone e salvando o contato como "professora particular de futebol"

Fofo, né?

Ela pega o celular e ao ler como o contato está salvo, solta uma risada negando com a cabeça.
—Tenho que ir agora. —Ela fala se despedindo, me dando um tchauzinho com as mãos e sorrio com o canto da boca em resposta. Sem mais distrações, preciso ir resolver isso logo, antes que acabem as vagas no time de futebol, fiquei sabendo que é bem concorrido.

  Sigo reto pelo corredor, preencho minha ficha de inscrição na coordenação e acabo sendo encaminhada para a sala da treinadora Elma. Pergunto à inspetora e ela me indica uma porta verde com uma maçaneta dourada e dou três batidas seguidas, ouvindo um "entre" que soa como uma voz firme porém doce, isso é possível? Ao entrar, me deparo com uma mulher de aparentemente uns quarenta e dois anos, com cabelos loiros um pouco acima dos ombros e um rosto até jovial para sua idade, logo decido cumprimentá-la:

  —Olá, treinadora Elma, não é?
  —Freen? Sente-se por favor —a mulher pede e eu faço o que ela pediu.
  —Chamei você aqui porque aparentemente era a melhor do seu time na antiga escola, se não fosse certas situações em que se envolveu, já teria conseguido uma bolsa de estudos em alguma escola focada em esportes.

Meu Deus, as pessoas nunca vão esquecer essa briga? Tudo bem que eu quebrei o nariz de uma menina, mas já jurei a mim mesma que nunca mais faria algo do tipo

—Mas enfim, freen se você demonstrar nos treinos e jogos o quanto é boa e dedicada, em pouco tempo pode se tornar a capitã do time.
—Isso pra mim seria uma honra! —Afirmo.
—Os treinos começam na quinta-feira, no terceiro horário. Não se atrase!
—Tudo bem. Obrigada treinadora! —Agradeço saindo da sala.

  A ideia de ser capitã do time me cai como uma luva, gosto de liderar e dar o meu melhor quando estou jogando, além de motivar as companheiras de time, é claro.

A caminho da saída do colégio, meu pai já me espera dentro do carro e quando me vê, abre um sorriso, o que me faz rir também, mas esse sorriso fica maior ainda ao ver quem está no banco de trás do carro:
—FREEEEN! —Meu irmãozinho de seis anos abre a porta do carro correndo e em seguida pula em meu colo.
—Oi maninho, também estou feliz em ver você —falo para o garoto que agora me olha com brilho nos olhos.
—Entrem no carro que hoje vamos sair pra jantar —meu pai anuncia e eu e meu irmão entramos no veículo com um sorriso enorme. Reparei que estou sorrindo muito hoje

 

it's golden - freenbecky Onde histórias criam vida. Descubra agora