Minha mãe, Park Jisoo

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O Bastardo

Meus 23 anos, outubro de 1738

— Jimin!

O grito de Hyun precedeu uma risada estridente de Jimin que corria pelas escadas quase embolando os pés na túnica ao chegar ao último degrau, se livrou do tombo com um pulo e continuou a correr passando pela sala privada e descendo mais um lance de cinco degraus até o corredor da sala de visitas onde podia escutar a voz de sua mãe a da irmã Ji Eun.

— Jimin, querido, não corra ou acabará no chão como na última vez.

Jisoo, que estava com uma pequena manta de tricô e as agulhas, repreendeu o filho que apenas sorriu se escondendo atrás do sofá quando um Hyun descabelado e com a roupa do baile do dia anterior entrou pela sala bufando irritado. 

O mais jovem dos Park tinha um porte grande, ombros largos e seus músculos se destacavam sem precisar de muito esforço, os fios escuros mesmo bagunçados conseguiam ser atraentes mesmo a luz do dia. 

— Jimin, volte aqui! — Hyun gritou e Jimin se entregou pela risadinha escapando por detrás do sofá. O irmão mais novo sorriu esperto indo até lá. — Achei você! 

Antes que conseguisse alcançar o braço do mais velho, Jimin escapou pulando para o outro lado do sofá e entregando para sua mãe um papel que tinha em mãos, abrandando ela para se proteger da fúria do irmão que continuava sorrindo, mas agora era um sorriso assustador. 

Jisoo negou para si mesma. Estava ficando velha, quando o pequeno Jimin chegou era apenas um ano mais velha que ele, agora a velhice já a tomava cada vez mais. Passaram vinte e três anos, não tinha mais tanta disposição de correr atrás dos filhos e repreendê-los por brigarem feito duas crianças.

Preferia-os assim, sorrindo e felizes.

O som do mar batendo contra as rochas a deixava tranquila durante o dia e com um sono aconchegante pela noite; não era como antes quando moravam no campo na grandiosa casa que possuíam, mas depois da morte de seu esposo, tudo aos poucos foi mudando. 

A sociedade tende a ser massiva em muitos casos, incluindo quando algo não condiz com suas crenças; um filho bastardo — fruto de adultério — é considerado como um sangue sujo. Impuro. Não foi novidade que aos poucos todos foram se afastando e parando de comprar dos produtos de sua terra, quando até mesmo o rei, antigo amigo, virou suas costas para a família do falecido. O título sendo questionado foi um golpe e tanto, seu marido estava morto e Namjoon era um Marquês de doze anos de idade, quando deram a entender que todos os seus filhos deviam ser bastardos Jisoo decidiu que sairiam de lá.

Hoje Namjoon vivia nas terras do Marquesado com sua esposa, Lia. Felizmente conseguiu fazer um excelente casamento para o filho e a reputação da família da moça ajudou a melhorar a do Marquês e assim conseguiram viver de forma mais pacífica no campo.

— Minha mãe — chamou Ji Eun que estava quieta observando os irmãos aprontarem. — Esses dois não vão parar até que se casem e se mandem daqui...

— Não fale assim de seus irmãos Ji, veja você, está casada esperando seu segundo filho e ainda vem até mim me tirar o resto de paciência que me sobra para falar mal de sua sogra.

Era sempre assim.

— A mulher me odeia! — Declarou com os olhos arregalados, mas suavizou dando de ombros enquanto era servida com um chá pela senhora Choi, a governanta. — Falando em chatices... Soube das novas notícias sobre os Jeon?

— Se está se referindo aos cochichos, sim. É impossível não saber.

Os Jeon eram conhecidos pelos dois irmãos, todos conheciam as histórias, o irmão mais velho ganhou o título dado pelo rei, o Baronato de Rochester, e o irmão mais novo era um médico muito renomado. Todavia as colônias estavam enfrentando um momento complicado, pois muitos rebeldes pela independência lutavam fosse nas colônias ou nas terras de Lucila. Alliance tinha o costume de dar títulos aos nascidos das colônias a fim de apaziguar os opositores e garantir certo controle, era como se os viventes das colônias pudesse ver nesses escolhidos um respeito que o povo e o rei de Lucila tinham para com ele. 

The Bastard - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora