O Poder de um Resgate 🛟 - Romance cristão

🛟Capítulo 3🛟 Descoberta

Bem, talvez eu esteja apaixonado
Pense nisso toda vez
Eu penso sobre isso
Não consigo parar de pensar nisso
Quanto tempo mais será necessário para curar isso?
Só para curar porque não posso ignorar se é amor
Me faz querer virar e me encarar
Mas eu não sei nada sobre amor, oh

Accidentally in Love 🎶
Counting Crows

Renato:

Meu dia começa bem cedo. Aos domingos e nas folgas, gosto de correr no calçadão da praia porque é essencial manter uma vida saudável, especialmente na minha profissão.
Coloco o smartwatch para me manter atualizado sobre os batimentos cardíacos, desço pelo elevador do prédio e começo minha corrida.

Não há nada melhor que isso: o sol nascendo, cheiro de mar, a névoa baixa que paira sobre mim... isso é terapia.

Faço o mesmo percurso que fiz na semana passada - meia hora de ida e meia hora de volta. E logo após a corrida, paro num quiosque de um conhecido. Seu Manoel é veterano na região e eu o conheço desde que tenho 17 anos. Virou costume parar e bater um papo com ele.

— Bom dia, seu Manoel. — me sento ofegante no banquinho de madeira com o suor cobrindo meu rosto. Esse horário da manhã é o melhor já que daqui a pouco o sol começará a queimar os pobres cariocas que só querem aproveitar o seu dia.

— Vai o mesmo de sempre, Renato? — ele pergunta com um comprimento no ombro. Faço que sim, então ele entra para pegar um coco dentro da geladeira. Como disse, já virou meu costume. Não saio daqui sem tomar uma água de coco geladinha.

Agradeço ao senhor e bebo minha bebida enquanto aproveito a paisagem.

— O dia tá lindo, não é?

— Uhum... E o mar deve estar bom demais. — o mais velho concordou ao mesmo tempo que suas mãos calejadas passavam pano no balcão.

Poucas pessoas estão na praia. Alguns jogam futebol, outras caminham com seus animais, outros nadam... Morar num lugar como Copacabana pode ser bem vantajoso, às vezes.

"Lindo", essa palavra me lembra alguém que não sai da minha cabeça desde o fim da festa. Será que um dia a gente vai se ver novamente? Me irrita não ter esquecido aquela mulher. Era pra ter sido fácil como sempre, mas meu querido cérebro insistiu em passar diversas vezes o momento do nosso encontro na minha cabeça.

— Imaginei que estivesse aqui. — Fernando se joga no banquinho ao meu lado. — uma caipirinha, por favor. — ele sinaliza para seu Manoel enquanto os dedos pressionavam as têmporas, aparentemente nervoso.

— A essa hora da manhã? — Termino de beber minha água de coco e deixo-a no balcão, esquecendo os últimos pensamentos. — Teve uma noite ruim? Acha que eu não vi com quem você saiu ontem a noite? — Sorrio de canto.

— Antes fosse só isso. — ele bebe um grande gole da bebida verde, fazendo com que o líquido escorra um pouco pelo canto da boca. — Você não viu as mensagens no grupo não?

Tiro o celular do bolso e percebo que o aparelho estava no silencioso. Havia diversas mensagens no grupo da Corporação e eu não tinha aberto nenhuma.

— Qual o problema Fernando? É só a escala... — Volto a olhar para o mar.

— Vou te falar qual é o problema: fui escalado para treinar os soldados. — ele me olha como se seus olhos fossem saltar e volta a beber. Ergo os ombros sem saber o que dizer. Nada de anormal.

— Como esperam que eu suba de patente ao me colocarem para treinar soldados recém chegados?

— Uma ótima oportunidade para você mostrar seu potencial. — argumento com calma, em contraste da expressão insatisfeita de Fernando.