🛟Capítulo 9🛟 Fogo

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Renato:

O dia de hoje será cheio. Passo pelos meus companheiros de trabalho cumprimentando-os e vou até meu armário guardar minhas coisas.
Hoje começa o treinamento de novos bombeiros e consequentemente começa minha nova missão. Tudo isso foi adiado devido a problemas burocráticos que irei te poupar de saber.

Enfim, ao terminar de me arrumar me dirijo ao grupo de rapazes no pátio para me apresentar. Confesso que puxei bastante ar para me acalmar e fazer meu trabalho, hoje não é um dos meus melhores dias. Os acontecimentos da noite de ontem ainda me perturbam.

- Bom dia. - para em frente ao grupo e recebo suas continências. - Sou o segundo tenente, Renato Silva é o meu nome, e eu estarei com vocês durante esse período de treinamento. Primeiro, gostaria de parabenizá-los por terem passado no concurso, essa é a primeira etapa. Segundo, a única exigência que farei a vocês é a de terem comprometimento. - ando de uma ponta a outra da fila. - Isso é essencial. Entendido?

- Sim senhor! - eles respondem em uníssono. O grupo era composto por quase 50 homens e a idade era mais ou menos variada. Haviam poucos homens mais velhos, a maioria estava na faixa dos 20 ou 22 anos.

- Ótimo. Espero não ter problemas com NENHUM de vocês. - olho para os três na minha frente. Em seguida explico como funcionará o treinamento. O CFSD ( Curso de Formação de Soldados) dura 8 meses e a primeira semana será de aulas teóricas para depois começarem o APH (Atendimento Pré-Hospitalar), onde eles vão aprender sobre lesões e corpo humano.

- Com licença, senhor. - um rapaz na terceira fileira ergue a mão para fazer uma pergunta.

- Seu nome?

- Breno Silva. - Outro recruta do lado dele solta uma risada de deboche - Quer dizer, Recruta Silva, senhor. - O garoto corrige.

Caminho até o engraçadinho da terceira fileira.

- Qual é a graça Recruta... - leio o nome na roupa. - Santos? Tem algum palhaço aqui? - me posiciono na frente dele mantendo meus olhos nos dele. Veja como são as coisas, alguns ainda não abandonaram a quinta série.

- Não senhor... - ele murmura

- Não ouvi.

- Não senhor! - volto ao Breno e sua pergunta.

- Quanto tempo dura o APH? - Ele pergunta.

- São 200 horas de curso. - o rapaz estava vermelho, acredito que deve ter esquecido o que realmente iria perguntar e resolveu voltar no assunto passado devido o momento constrangedor.

Termino de falar mais algumas coisas e mando-os para o salão dois, onde um professor específico irá ensiná-los sobre primeiros socorros. Mais tarde voltarei para supervisionar.

- Você dá muito mole. - Fernando aparece atrás de mim

- Oque você esperava que eu fizesse? - pergunto um pouco impaciente.

- Deveria ter colocado ele no lugar no devido lugar.

- Então da próxima vez, VOCÊ, assuma a missão que recebeu e faça isso com outro recruta. - Mal humorado, vou até o caminhão vermelho e começo a enrolar a mangueira largada no chão. - Quem deixou isso aqui? - murmuro.

- Que bicho te mordeu, Renato? - Fernando toma o objeto das minhas mãos e me encara.

- Meu pai... - Passo as mãos no queixo e suspiro. - Ele saiu de casa hoje de manhã para retirar o inquérito.

Ontem à noite levei meus pais para minha casa para poderem descansar melhor. Meu pai, contrariado com a idéia ficou calado o caminho todo.
Ao chegarmos em casa, tentei quebrar o gelo mas ele voltou a se trancar no quarto. Eu e minha mãe achamos plausível a reação dele, até porque ninguém ficaria feliz de ter sua casa invadida especialmente um ex policial, sabendo da situação desse estado. Só que tudo piorou hoje de manhã.
Levantei no meu horário normal e minha mãe já estava de pé fazendo o café da manhã. Como de costume, me sentei e tomei café com ela, até que meu pai apareceu ainda de cara fechada.

O Poder de um Resgate 🛟 - Romance cristãoOnde histórias criam vida. Descubra agora