Cheguei no apartamento com o pão em mãos e aquele paulista na cabeça. Soltei um suspiro cansado. A última coisa que eu precisava hoje era encontrar com ele, droga de olhos que não saem da minha mente!
Caminhei até a cozinha para preparar algo para eu e Bia comermos enquanto pensava em como ia dizer pra ela que eu amo outra pessoa sem magoar tanto ela.
Não queria terminar com a nossa amizade, ela foi meu porto seguro nos últimos seis meses, adoro a companhia dela, as risadas que nós demos juntos, as horas conversando, tudo isso é algo que não quero perder.
Não quero perder a minha melhor amiga...Voltei para a preparação do pão quentinho com queijo e presunto do jeito que ela ama. Quando terminei, a chamei para comer e terminar com ela, ela só não sabe da última parte.
–Isso tá uma delícia amor! Briga-
–Eu não te amo.
Cara...
Que PORRA que eu fiz?!
Caralho, eu devo ter fumado a maconha do Maranhão, não é possível!
–Eu sei.
É o que? Olhei pra cima pra encarar os olhos azuis de Bia, que me encaravam com uma expressão indecifrável enquanto continuava comendo seu pão.
–C-como assim vc sabe?– Perguntei confuso com a situação.
–Sabia desde o momento que te conheci, sabia quando você me pediu em namoro, sabia sempre que me convidava para dormir aqui, sabia quando você me chamava de vida, sabia em todos esses momentos, quando você olhava nos meus olhos e eu via, eu via que você queria estar com outra pessoa. Queria estar com ele.– Bianca disse sem pausa olhando no fundo dos meus olhos, antes de tomar um gole de café, igual ele fazia...
–Também sei quando sempre que eu bebo café você me olha como se lembrasse dele, assim como acabou de fazer, ou eu tô errada?– Ela disse calmamente me fazendo arregalar os olhos.
Agora eu tô com medo de verdade dessa mulher.
Mas ela está certa, e eu preciso resolver isso agora.
–Não, você não tá errada.– Disse de cabeça baixa, até que me lembrei de uma coisa que tinha me deixado com uma pulga atrás da orelha.– Pera, se você já sabia desde o começo por que continuou com isso?
–Por que eu queria ver até que ponto você conseguia ser escroto só pra não se sentir sozinho, até que ponto você iria me usar de tapa buraco.– droga.– E também por que eu gostava de você.– DROGA! Eu sou muito idiota, como que eu pude fazer isso com ela?– Mas relaxa, com o tempo a realidade que você nunca iria me amar bateu na porta e eu parei de gostar de tu.
–Bia, de verdade, me perdoa, você é incrível, uma garota linda, engraçada, simpática, muito parceira, inteligente, talentosa, entre muitas outras qualidades. Eu tentei esquecer ele, tentei sentir algo que fosse mais que um carinho e um amor muito forte de amigo por você, mas eu não consegui...
– Olha Rio, você é um cara muito foda, mas eu não vou deixar você me fazer de idiota de novo. Tô indo embora, te aconselho a pensar sobre suas atitudes e refletir sobre o que vai fazer pra consertar a merda que você fez, a gente se vê.– Disse se levantando, pegando sua sandália na porta e saindo do apartamento sem olhar para trás.
Eu estraguei tudo.
Eu perdi meu namorado, perdi minha melhor amiga, tudo por culpa do meu egoísmo. Era pra eu ter ficado naquele apartamento quando ouvi ele falando aquilo, era pra eu ter contado a verdade pra Bia desde o começo, era pra eu ter feito um monte de coisa que eu não fiz, por que eu sou um completo idiota.
Passei o resto do dia na cama, repensando tudo o que tinha acontecido nos últimos tempos. Minha amizade/namoro com Bianca, meu relacionamento com Sandro.
Não aguentava mais minha própria mente me torturando de tal forma tão impiedosa. Me fazendo lembrar da risada dele, do jeito que ele me olhava pela última vez toda noite antes de fechar os olhos para dormir como se quisesse memorizar cada traço meu, seu rosto quando estava concentrado em tocar as cordas da sua guitarra com a ponta dos dedos, criando uma melodia eletrizante e que arrepiava até a minha alma toda vez que eu escutava.
Olhei pela janela. Já era de noite, 23:13 pra ser mais exato.
Precisava beber algo, sentir a queimação na garganta substituir a do peito a cada gole ingerido era é o que eu mais queria no momento.
Sai do apartamento seguindo em direção a um bar famoso na cidade.
Ao adentrar, sentei no balcão e fiquei lá pelas três horas seguintes, enchendo a cara e desabafando com o barista, eles são os melhores ouvintes.
–Acho melhor você ir pra casa.– Ele disse. Pera...qual deles..? Tem três baristas. Devem ser trigêmeos.
– Vou lá, brigadão moços.– Saí de lá acenando pros três, que me olharam meio estranho.
Segui em direção do meu prédio extremamente tonto, só queria um banho e a minha cama agora.
Subi para o meu andar, logo chegando na porta do apartamento e inserindo a chave na fechadura. Que não abriu.
Por que caralhos essa merda não tá abrindo?
Continuei forçando a porta até que sentei no chão derrotado, encostando na porta branca com o número 555 em prata, e batendo minha cabeça contra a mesma por conta da frustração.
Pera... 555?
O meu apartamento é o 227. E as portas dos apartamentos do meu prédio são de madeira, sem pintura.
Então... se esse não é o meu apartamento, muito menos o meu prédio, de quem é?
– Quem caralhos é a essa hora da... noite.– Nesse momento a porta foi aberta atrás de mim, me fazendo cair aos pés da pessoa que a abriu.
Quando olhei para cima, vi o rosto que tanto aparecia em minha mente durante esse dia conturbado.
–E aí princesa? Vem sempre aqui?– disse com a fala ainda embolada.
É... Acho que eu bebi demais.
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O Único Problema (Pauneiro)
FanfictionRio de Janeiro namora a mulher perfeita. Linda, engraçada, gentil, carinhosa, gostosa... O único problema é que ele não tira um certo paulista branquelo da cabeça desde o dia do término deles. Créditos (Twitter): Personagens: @Nikkiyan_ Arte da cap...