"Meu bem"

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Acordei na manhã seguinte em teus braços, com minha cabeça repousada em teu peito, meus cabelos desgrenhados e as nossas roupas jogadas no chão. Os raios de sol transpassavam delicadamente a janela e as cortinas, parcamente iluminando o quarto. Levanto um pouco o rosto e vejo você, ainda dormindo, pálpebras tremulando, o que aprendi com uma amiga que significava que estavas sonhando.

Observei-te por longos minutos, me perguntando com o que sonhavas e então lentamente abriu os olhos e sorriu ao me ver. Deu-me um beijo de bom dia e eu perguntei com o que estavas a sonhar, me respondeu que via uma cabra com os chifres tortos. Eu ri e você abriu um sorriso tímido, te beijei mais uma vez e perguntei sobre o que gostaria de fazer naquele dia. Com um aperto no peito ouvi que teu ônibus de volta partiria as 5 da tarde.

Já era 11 da manhã. Arrependi-me de ter dormido até tão tarde mas ao mesmo tempo o calor dos teus braços e teu corpo colado no meu me confortou. Apertaste-me ainda mais no teu abraço e olhando nos teus olhos, sussurraste: "Meu bem, eu te amo."Admito que fui pega totalmente desprevenida, nem em mil anos eu esperava que foste dizer aquilo. Tenho certeza que sentiste meu corpo gelar sob tuas mãos quentes. Segui meu instinto e de imediato selei meus lábios nos teus e te beijei lenta e apaixonadamente até o fôlego acabar, então disse baixinho no teu ouvido "Também te amo". Eu não estou totalmente certa se já te amava ou se falei aquilo por não ter outra opção de o que falar.

Levantamos da cama, nos vestimos e fomos almoçar no restaurante que ficava a duas quadras do prédio onde eu morava. Ficamos lá até aproximadamente meio dia, quando voltamos pelas ruas desertas de Goiânia. Tu seguraste minha mão o tempo todo e eu achava graça de quanto você se perdia no que estava falando pra apontar um passarinho diferente em alguma árvore (o que fui descobrir meses depois que é o TDAH).

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Her diary, their memoriesOnde histórias criam vida. Descubra agora