Cães de caça | Black Clover

Irmãos mais novos

No esquadrão águias de prata, tudo estava sempre calmo e tranquilo. Alguns olhares eram atraídos para Toka, já que os boatos correram rápido a respeito do filho do rei mago ter sido designado para o esquadrão.

Nozel concordou abertamente com a entrada do novo membro após Julius confirmar que os pais biológicos do rapaz eram nobres. Se não fossem, o capitão dos Águis de Prata faria da vida de Toka um verdadeiro inferno.

O rapaz de cabelos loiros andava pelo local, até ver algo que verdadeiramente lhe incomodou: Nozel estava com seus irmãos Noelle e Solid em uma das salas e os dois pareciam estar reprimindo as habilidades da caçula.

Se amaldiçoou no momento em que parou em frente à porta, se tornando tão curioso quanto Falco para ouvir o restante da conversa:

— Os Touros Negros realmente viram serventia em você, afinal. — Solid dizia com um tom debochado — Não esperava menos de um esquadrão de loucos.

— Eles são meus amigos! E um dos filhos do rei mago também está lá! — ela esbravejou com a voz trêmula, tentando defender o próprio esquadrão.

— O garoto achado no lixo? Eu duvido que vá ser de grande utilidade... — Nozel suspirou, fazendo Toka travar o maxilar.

— Você nem tem o direito de carregar nosso sobrenome! — Solid gritou, levantando a mão para acertar Noelle — Sua...

O tapa foi interrompido por Toka, que segurou fortemente o pulso de Solid, o fazendo grunhir.

— A gente nunca levanta a mão pros nossos irmãos. — disse sério, olhando nos olhos de Solid — Não importa o que tenham feito, entendeu?

— Não se meta nos assuntos da minha família. — Nozel se virou para ele, aproximando-se.

— Digo o mesmo para você, capitão. — respondeu amargurado — Falco é meu irmão mais velho e apesar de seu senso de humor, é um lutador incrível. — deu um pequeno sorriso arrogante — Arrisco dizer que seja mais capaz que o senhor.

— Não pense que vai fugir dos problemas por ser filho de Julius. — Nozel franziu o cenho, fazendo Toka soltar o pulso de Solid.

— Isso não me passou pela cabeça, não se preocupe. — ele tocou levemente o ombro de Noelle — Vamos, te acompanharei até seu esquadrão.

A caçula assentiu e foi guiada por Toka até o lado de fora. Noelle se culpou por ter sido defendida por um desconhecido, então acabou deixando algumas lágrimas rolarem por seu rosto.

— Eu tenho uma irmã igualzinha a você. — ele disse ao pegar sua vassoura, fazendo sinal para que ela subisse — Banca de durona, mas se aumentarmos o tom de voz para ela, Ery vira um bebê chorão.

— Eu não... — a platinada tentou argumentar, mas foi interrompida.

— Não estou te ofendendo, senhorita Noelle. — ele a olhou por cima do ombro enquanto voavam — Chorar não te faz uma pessoa fraca. É uma boa maneira de se expressar.

A garota enxugou as lágrimas com a manga da roupa, respirando fundo e assentindo, recebendo em troca um sorriso gentil.

— Se não se sente bem com sua família, faça amizade com o Falco. Tenho certeza que ele vai acolher você. — o sorriso de Toka cresceu — Ele sempre nos sacaneia, mas odeia injustiças. Tenho certeza de que ele vai cuidar de você como cuidou de nós.

— Da última vez que o vi, ele estava pendurado no lustre e ameaçando o capitão Yami de fazer um ninho ali. — ela contou rindo, fazendo o outro revirar os olhos.

— Falco nunca muda. — balançou a cabeça negativamente — Às vezes acho que Ery e ele dividem um só neurônio.

Após mais algumas conversas sobre Falco, Toka chegou com Noelle no esquadrão dos Touros Negros, a deixando em segurança no local. O mais velho abraçou o irmão, que explicou a situação toda para o mesmo.

— Assim vou acabar com uns oito irmãos mais novos. — o de olhos verdes sorria — Mas tudo bem, vou ajudar a senhorita Noelle a treinar e dar uma surra nos irmãos!

— Daquele Solid cuido eu, ele tentou bater nela. — Toka disse irritado.

— O último que você odiou assim quase acabou em casório. — Falco disse brincalhão.

— Precisava lembrar disso? — revirou os olhos enquanto o outro gargalhava — Que seja, vou voltar para o meu esquadrão. Mande lembranças aos outros se os ver.

— Digo o mesmo. — acenou Falco, vendo o outro partir.