004-O confronto na Mansão

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Os dias se transformavam em semanas, e Bruna lutava para manter a esperança viva. O dinheiro era escasso, e ela mal conseguia sustentar a si mesma e a Arthur, seu filho. Desesperada, decidiu ir até a mansão que um dia foi sua casa para falar com Paulo sobre a pensão para o menino. Sabia que era uma tentativa arriscada, mas precisava tentar por Arthur.

Bruna se dirigiu à mansão, o coração apertado de ansiedade e incerteza. Ao chegar, viu os portões opulentos e sentiu uma onda de nostalgia e dor. Tomou coragem e tocou a campainha. Depois de alguns minutos, a porta foi aberta por Manu, que a olhou de cima a baixo com desdém.

— O que você quer aqui? — perguntou Manu, a voz fria e carregada de desprezo.

Bruna respirou fundo, tentando manter a calma.

— Vim falar com Paulo. É sobre Arthur. Precisamos de ajuda, e ele é o pai. Quero pedir uma pensão para nosso filho.

Manu soltou uma risada sarcástica, cruzando os braços.

— Você acha mesmo que Paulo vai se importar? Ele tem uma nova família agora. Nós somos sua prioridade, não você ou aquele pirralho.

Antes que Bruna pudesse responder, Paulo apareceu no corredor, atraído pelo barulho. Ao ver Bruna, sua expressão se fechou imediatamente.

— O que está fazendo aqui, Bruna? — disse ele, a voz dura e impaciente.

— Paulo, por favor — começou Bruna, tentando manter a voz firme apesar das lágrimas que ameaçavam cair. — Arthur precisa de ajuda. Ele é seu filho também. Só estou pedindo que ajude com uma pensão para ele.

Paulo bufou, claramente irritado.

— Já disse que não quero saber de você nem daquele garoto. Tenho uma nova família agora, com Manu e os gêmeos. Você foi um erro do qual me livrei. Agora, saia daqui e não volte mais.

Manu, ainda ao lado de Paulo, sorriu satisfeita, desfrutando do sofrimento de Bruna.

— Ouviu bem? Vá embora e pare de nos incomodar. Nós não temos nada para você.

As palavras de Paulo e Manu eram como facas no coração de Bruna. Com lágrimas escorrendo pelo rosto, ela deu um passo para trás, sentindo-se humilhada e derrotada.

— Tudo o que estou pedindo é que pense no Arthur. Ele não tem culpa de nada — implorou Bruna, mas a frieza nos olhos de Paulo a fez perceber que suas palavras eram inúteis.

— Vá embora, Bruna — repetiu Paulo, mais firme. — Não quero mais saber de você nem de Arthur.

Bruna sentiu um peso esmagador sobre seus ombros. Com o coração partido, virou-se e começou a caminhar de volta para a comunidade. Cada passo era uma luta para não cair em desespero total. Ela sabia que agora estava verdadeiramente sozinha, sem o apoio de Paulo, e que teria que encontrar uma maneira de sobreviver por conta própria.

Enquanto se afastava da mansão, as risadas de Manu ecoavam em sua mente, um lembrete cruel de sua nova realidade. Bruna prometeu a si mesma que, de alguma forma, encontraria uma maneira de sustentar seu filho e garantir que ele tivesse uma vida melhor, mesmo que isso significasse enfrentar mais dor e dificuldades. Ela não desistiria, não enquanto tivesse um fio de força para lutar.

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