Em um dia comum na padaria, Bruna estava em seu ritmo habitual, atendendo os clientes e assegurando que todos saíssem satisfeitos. O sol da manhã brilhava através das janelas, lançando um brilho suave sobre as mesas e prateleiras repletas de pães frescos e doces.
De repente, o sino sobre a porta tilintou, anunciando a chegada de uma nova cliente. Bruna levantou os olhos e viu uma senhora idosa e humilde entrando na padaria, acompanhada por dois meninos gêmeos. O coração de Bruna deu um salto quando reconheceu os garotos. Eram Gabriel e Rafael, os filhos de Manu. A última vez que os viu foi nas fotos luxuosas do casamento de Paulo, onde os meninos pareciam príncipes, mas ali, na padaria, eles estavam com expressões arrogantes e posturas desafiadoras.
A senhora, de cabelos grisalhos e olhos gentis, sorriu para Bruna enquanto se aproximava do balcão. "Bom dia, minha filha. Você poderia me ajudar com alguns pães e doces? Estou cuidando dos meus netos hoje."
Bruna retribuiu o sorriso, tentando não deixar transparecer a surpresa e a apreensão que sentia. "Claro, senhora. Será um prazer. O que a senhora gostaria de levar?"
Enquanto a idosa escolhia os produtos, Gabriel e Rafael começaram a correr pela padaria, mexendo nas prateleiras e fazendo barulho. "Olha só esses pães, Gabriel. Parecem coisa de pobre", disse Rafael, rindo alto.
"É mesmo, Rafael. Nem parecem bons", respondeu Gabriel, jogando um pedaço de pão no chão.
Bruna sentiu o rosto esquentar de vergonha. Tentou manter a compostura enquanto pegava os pães e doces para a senhora. "Aqui estão os pães e os doces que a senhora pediu. Mais alguma coisa?"
A idosa, percebendo o comportamento dos netos, franziu a testa. "Meninos, comportem-se. Não é assim que se age em público."
"Mas, vovó, esse lugar é horrível", reclamou Rafael, cruzando os braços.
Bruna sorriu timidamente para a senhora. "Não se preocupe, senhora. Crianças podem ser difíceis às vezes."
"Obrigada pela paciência, minha filha", disse a senhora, com um suspiro. "Esses meninos... bem, eles têm muito o que aprender."
Gabriel e Rafael continuaram a fazer comentários desdenhosos sobre a padaria, falando alto e rindo entre si. "A casa do papai é muito melhor que isso aqui", disse Gabriel, apontando para uma mesa simples no canto.
Bruna tentou ignorar os comentários, concentrando-se em finalizar o atendimento. "Aqui está o seu troco, senhora. Espero que gostem dos pães e doces."
"Tenho certeza que vamos gostar, minha filha. Obrigada pela gentileza", respondeu a idosa, pegando as sacolas.
Enquanto a senhora e os gêmeos saíam da padaria, Bruna suspirou aliviada, mas também sentiu uma tristeza profunda. "Esses meninos precisam de mais amor e disciplina", pensou, lembrando-se de como Arthur era educado e carinhoso.
Ao longo do dia, Bruna não conseguia tirar o encontro da cabeça. Ver os filhos de Manu em sua padaria trouxe à tona sentimentos mistos de tristeza e alívio. Tristeza pelo comportamento dos gêmeos e alívio por ter encontrado um novo caminho para sua vida com Henrique e Arthur.
No final do dia, quando Bruna voltou para casa, Henrique estava esperando com Arthur. "Como foi seu dia?", perguntou ele, notando a expressão pensativa no rosto de Bruna.
"Foi... interessante", disse Bruna, contando sobre a visita da senhora e dos gêmeos.
Henrique balançou a cabeça. "Parece que eles têm muito o que aprender. Mas não se preocupe, Bruna. Você está fazendo um ótimo trabalho aqui. E nós temos algo que eles talvez nunca tenham: um lar cheio de amor."
Bruna sorriu e abraçou Henrique. "Sim, você tem razão. Temos tudo o que precisamos aqui."
Arthur, ouvindo a conversa, correu até a mãe e a abraçou. "Mamãe, eu te amo!"
"Eu também te amo, meu filho", respondeu Bruna, sentindo-se grata pela vida que estava construindo. Ela sabia que, independentemente dos desafios que enfrentasse, sempre teria o apoio e o amor de sua nova família. E isso era tudo o que realmente importava.
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O Caminho da Cura
FanfictionBruna, uma mulher de 27 anos, parecia ter tudo o que muitas pessoas desejavam: uma vida confortável ao lado de seu marido Paulo e seu adorável filho de 3 anos. No entanto, por trás das portas fechadas, Bruna vivia sob a sombra de um homem arrogante...