CRUEL SUMMER - BEAUANY

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🌺 !! CRUEL SUMMER | PARTE UM

"E eu posso ir aonde eu quiser
A qualquer lugar que eu quiser, menos para casa
Você pode ir atrás de mim, buscar por vingança
Mas você ainda assim sentiria minha falta profundamente"

PLAY: my tears ricochet by Taylor Swift.

ANY'S POINT OF VIEW.

Nem nos lugares mais lindos de Nova York eu me sinto bem.

Faz exatamente 10 meses que me mudei para Nova York, meu avô veio a falecer após 6 meses lutando contra o câncer de Linfoma em estágio 4.

Infelizmente o estágio 4 é o mais avançado do linfoma. O médico disse que começou nos linfonodos e se espalhou para o fígado, em Maio do ano passado demos início a quimioterapia, ele havia reagido muito bem a todas as sessões, em Outubro ele está ótimo, e apenas 3 meses para finalizar o procedimento, ele voltou a ter sintomas. Mesmo assim continuou vivendo como se não houvesse amanhã, passamos o natal no Havaí igual todos os anos, mas não fomos para a casa dos Beauchamp's, nos hospedamos no hotel da família e até hoje me emociono quando me lembro dele dizer que aquele era a viagem em que ele esperava o ano todo, mas faltava alguém, faltava seu neto preferido, o Josh. E se não fosse sua ausência, aquele teria sido o melhor natal de toda a sua vida.

Vovô curtiu a festa até às 5 da manhã, quem o via jamais pensaria em seu diagnóstico médico. Quase um mês depois ele faleceu, em seu velório todos da família Beauchamp estava presente, menos o Joshua.

Aquele dia eu me senti totalmente sozinha, todos estavam lá para me dar apoio, mas eu me via sem chão. Agarrada a minha irmã e ao meu ex-namorado, soluçando, pedindo mentalemte que nada daquilo fosse verdadeiro. Mas eu acordei no dia seguinte, com o meu nome em todos os documentos do restaurante, e principalmente no site.

Minha única opção foi colocar minhas coisas na mala, deixar a casa à venda e me mudar para Nova York.

Vendi também o apartamento que tínhamos na Cornelia Street, havia lembranças demais naquele lugar, tanto de meu avô quanto de Joshua, e a única coisa que eu queria me lembrar era dele naquele momento terrível.

No dia seguinte, passei minha tarde inteira com Sarah e John B, fazia muito tempo que não aproveitava com ela minhas tardes, lembro-me como se fosse ontem quando passamos o dia inteiro juntas com nossos irmãos. Andamos por toda a Times Square, o casal ficou encantado com cada detalhe e eu como uma ótima moradora de NY, mostrei cada detalhe para eles.

O ponto auge do dia foi o restaurante, a loira lembrou de cada detalhe, até mesmo da Dona Dina quando viu seu porta retrato. Sarah se demonstrou feliz pela evolução do lugar, e aquilo aqueceu meu coração, novamente ela não tocou no nome do irmão, e isso começou a mexer comigo, porque talvez ela saiba de algo. 

— Amiga, que comida divina! Eu me recuso a falar que o restaurante de ontem é o melhor da cidade!

— É o segundo, vai — brinquei com a mesma.

— Eu concordo, esse é o meu veredito! — John garante.

— Que bom que gostaram, essa receita é a minha favorita. Meu avô trouxe da Itália e nunca mudou uma pitada de sal! — eles sorriam para mim, saboreando cada pedaço de massa que colocavam no garfo. Tirei uma foto do casal antes de irmos embora. Quando chegamos em meu apartamento, Sarah resolveu se pronunciar.

— Você mudou faz muito tempo?

— Dez meses, não quis ficar no antigo...

— Foi aquele que vocês ficaram quando vieram pra cá? — assenti. — Fez o certo, Any!