Ao abrir os olhos novamente senti o peso do ar, o silencio e a escuridão, vestido com um terno barato, e sapatos brilhantes, recém comprados, uma brisa leve me acordava lentamente, como se levasse minha alma novamente a superfície da terra. Me sentia leve, como a visão que tivera há alguns instantes, mas não me lembrava dos dias, que outrora me tiraram a altivez, que me levaram ao sono profundo, o Chaos da minha mente não estava mais presente, não sentia mas a cegueira da luz que atordoava meus pensamentos, um mundo novo. que adentrava as narinas do novo Eu, contemplava o som das folhas ao meu redor, aquilo já não tirava mais a paz, me sentia como se fizesse parte daquela sinfonia, como se eu estivesse criado aquele momento antes em meus sonhos, levantei-me e comecei a caminhar pela solitude da floresta, mas não sentia que precisava ir a lugar nenhum, aquele era meu lugar, minha casa, alguns dizem que ao nascermos, não temos culpa pela nossa "evolução", não senti a necessidade de elevar meus pensamentos, de estar sendo controlado pela mão invisível em meu pescoço, o desespero de ter a vida dedicada ao metafísico, meus pé não sentiam o peso dos meus pensamentos, era macio cada passo que eu dava, era como se meus olhos estivessem enxergando cada moleca existente no ar, não precisava mais interpretar, não me fez falta o por que a cada despertar matinal, alguns minutos após iniciar a minha caminhada, tive vontade de provar um arbusto que estava ali, de aspecto seco, mas parecia tão suculento, e se provou tão saboroso, como se eu estivesse provando os próprios frutos, mas não fazia sentido sentir uma fresta do que eu era, não havia comparações, mas estava ali me lembrando, ou fazendo-se sentir presente, eu poderia compor uma nova sinfonia, uma nova teatralidade, como se fosse um poder de criar um novo espetáculo para a vida, mas não precisava ter a sensação do altruísmo em todas as virtudes, ali não necessitava dos termos frívolos do pequeno, tudo era maravilhoso, era como se emanasse novos poderes de criação sobre a terra, a libertação acima da todos os pequenos pensamentos que me atormentavam, tudo que vislumbrei em meus pensamentos, era real agora!
O sorriso não despregava do meu rosto alvo e brilhante, a energia ao tocar a terra sagrada, pés descalços e alma leve, não tenho asas, mas era tão leve que me sentia em um bater de asas, como explicar o sublime sem se lembrar como é estar prostrado diante do nada, que se tornara tudo em uma doutrina vazia, me tirara tanto tempo, me traia em minhas próprias ideias de ser eu, como explicar o frescor do poder de criar algo sem a dor do parto, és sublime meu minuto, és afável a falta de eco temporal, não sinto a sensação de estar sendo seguindo pelo som dos meus passo, o andar da carruagem do tempo, nada aflige mais, será que estou livre, tempo, doutrina, amor, compaixão, agora estou livre!
Seria este o preludio da iluminação, mas não há luz no céu, e mesmo assim consigo ver tudo ao meu redor, as cores vibrantes reluz, como se fossem um farol em alto mar, mas sem a tempestade e a escuridão da noite, estou atordoado pela sensação desse poder, dessa energia, não tenho a dualidade do acreditar, sem o mal e o bom, so a energia, sinergia afrodisíaca Dionísica, mas estou sozinho, coração calmo, mente suave e serena, como se o Yoga fosse possível ao caminhar de olhos abertos e mente sã, a força geradora de pensamentos, do filos, não era decepcionante, o mundo não é mais egoísta, as vacas no pasto, não existem mais, os dedos do sistema não estão se movimentando, seria como a primavera, a Sétima sensação divina, o caos do apocalipse não era mais presente, como explicar que aquilo era a melhor criação que pude vivenciar, será que o mundo que sempre almejei, se transformou em realidade, será que alcancei o nirvana, o ápice do poder da criação divina é meu? Assim como a linha olhando-a de cima e abaixo ela está reta, ao ver o seu perfil ela esta curvada ao erro do achismo, isso deixou de existir nessa minha flutuante caminhada, nesse meu novo mundo!
Não precisamos profetizar, sair correndo de braços aberto para o suicídio da salvação, eles mataram o ultimo salvador, não quero minha verdade escrita com sangue, será que por isso Deus não nos quer em seu novo mundo, será que alcancei o status divino?
A Gaia ciência, foi superada, a terra e seus pequenos e fracos átomos de pensamentos doutrinados e tristes, foram sugados pela energia que acabei de criar ao despertar desse placebo terrestre, SIM, não sinto a necessidade de professar esse novo mundo, estou acima e caminhando em meu Reino de Ouro, logo não me lembrarei, não terão mais importância, em meu mundo novo, poderei criar uma nova sociedade superior, e não errarei novamente, ou serei somente eu, no meu bravo mundo novo... Não tenho mais a sensação de repulsa às pessoas, elas não me incomodam mais, não invadem meus pensamentos como se fossem um vírus da ignorância do pequeno pensamento, fora do padrão de usar mascaras.
Sentir-se-ia a falta de um abraço,
Lugar onde sentir-se-ia especial,
Acolhido pelo calor do peito amigo,
A fragilidade se esvairá como vapor,
Olhos triste e pálidos como a morte,
A alma efêmera, pusilânime e cinza,
Ao abraçar a Solidão, lembre-se...
Você não é especial...