Me ataca ué!

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POV. S/N SANTOS

Logo ao chegar no centro do bunker, tive que me separar do pessoal. Mike me direcionou até a sala restrita do meu pai e, como já esperava, tive que ouvir um puta sermão por ter me arriscado voltando para salvar os irmãos da Jenna.

Pois bem, meu querido papaizinho é o general responsável por essa base, ele sempre serviu o exército americano, inclusive é braço direito do chefe de estado, mas isso é outra história. Fato é que, a base inicialmente foi planejada para abrigar apenas oficiais e suas famílias.

- Aonde está indo?

Ele perguntou enquanto eu ia em direção a saída

- Tomar um banho e descansar!

Sabe aquela história de divisão social? Pois é, ela continua existindo aqui! Alguns alojamentos são divididos por patentes, no meu caso, conto com um privilégio a mais por ser filha do general. Entretanto, prefiro mil vezes ficar com os meus colegas soldados do que as regalias proporcionandas pelo posto do meu pai.

- Mike?

- Sim?

- Onde ficam os outros dormitórios?

- Ah ficam...

Ele me explicou tudo, então sai a procura de um quarto, por fim, acabei ficando no primeiro que tinha disponibilidade.

- Bom, agora preciso tomar um banho!

...

Enquanto a água caía sobre o meu corpo, fiquei me perguntando o que Jenna estaria fazendo, confesso que até bateu uma saudadezinha.

- Com certeza ela está descansando! Mais tarde eu vejo como ela está!

E como havia dito, por conta das divisões, os oficiais ficam numa ala isolada dos civis, mesmo que sejam familiares

Antes de retornar ao quarto para descansar, resolvi comer alguma coisa, por sorte ainda tinha comida sendo servida, em seguida fui tirar o meu merecido descanso.

...

POV. JENNA ORTEGA

Depois de tomarmos café, voltamos para o quarto, para descansar.

- Jenna?

- Hum?

- Não consigo dormir!

Aliyah desceu da beliche e se deitou ao meu lado

- O que foi irmã?

- Sempre que fecho os olhos, me vem uns flashs de tudo que a gente passou...

Ouvir aquilo realmente me deixou preocupada

- Aliyah fica calma, tenta pensar em coisas boas...

- Eu tento mas... quando lembro da mamãe, do papai e dos outros...

Ela começou chorar e eu tentei me segurar para não deixa-lá pior, mas quando lembrei deles, não consegui

- Eles estão num lugar melhor Aliyah...

Depois de um tempo chorando, acabamos dormindo, mas o sono não durou muito, a todo momento eu despertava com pesadelos, por sorte Aliyah parecia estar num sono profundo.

Aproveitei que não estava conseguindo dormir e resolvi dar uma voltinha para conhecer melhor o bunker

- Senhorita?

- Ah sim...

- Está perdida?

Fui pega de surpresa por um soldado enquanto tentava ver o que tinha numa área com uma sinalização restrita

- Ah não, é que...

- Jenna? Tudo bem por aqui?

Aquela voz soou como música aos meus ouvidos

- Sim, eu só... só tava conhecendo melhor o lugar...

- Pode deixar comigo!

Uffa! S/N dispensou o soldado

- Jenna aqui é uma área restrita...

- Eu sei, mas... aí que tá o problema hahah!

- Hahah...

Saímos andando pelo corredor

- E aí... como você está?

- Eu tô bem, na medida do possível é claro...

- E seus irmãos?

- Aliyah está bem, Markus eu não tenho conversado muito, mas suponho que esteja!

S/N me levou para um salão que parecia uma espécie de academia, havia vários soldados treinando, alguns pareciam estar lutando de verdade!

- Poxa...!

- Gostou?

- Isso me deu um pouquinho de medo mas... gostei!

Me referia as aulas de artes marciais que estavam acontecendo

- É sempre bom praticar algo, pelo menos para alto defesa!

Quando me dei conta já estava no tatame com ela

- Vem!

- O que? Eu não sei...

- Então vai aprender agora hahah... me ataca!

- Ah?

- Me ataca ué, vem pra cima!

Bom resolvi entrar na onda, então tentei dar um soco nela, o que foi em vão, pois ela facilmente desviou

- De novo!

Tentei mais uma vez

- Hahah isso é o mais rápido que consegui?

Ela parecia se divertir com minhas tentativas frustradas de acertá-la

- Qual é Jenna... eu sei que você consegue ser mais rápida! Não tenha medo de bater forte!

- Ah é?

Parti pra cima dela novamente com todas as minhas forças

- Hahahah...

E claro, foi tudo em vão

- Ah cansei!

Parei para respirar e aproveitei um momento de distração dela para...

- Haah!

A acertei com uma rasteira

- Hahah assim não vale...

Ela falou deitada no chão

- Claro que vale sargenta! Não te ensinaram que jamais devemos dar as costas para o inimigo?

Ela continuou rindo

- Ok me ajuda a levantar então!

Ela estendeu a mão e eu fui ajudá-la

- Aah!

A safada me puxou e eu cai bem por cima dela

Eu não sabia muito bem o que estava acontecendo com a gente naquele momento, mas a sensação de tê-la submissa a mim, de alguma forma mexeu comigo, sem contar aquele olhar penetrante. Por um momento desviei o olhar para sua boca e me perguntei...

- Como não reparei nessa boquinha antes?

PARADOXO - Jenna OrtegaOnde histórias criam vida. Descubra agora