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     Estava frio, e úmido já passava da uma da manhã, e tudo que se ouvira era o canto dos grilos, e o maldito cigarro de Dylan, que fazia barulho toda vez que ele sugava o ar para dentro

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     Estava frio, e úmido já passava da uma da manhã, e tudo que se ouvira era o canto dos grilos, e o maldito cigarro de Dylan, que fazia barulho toda vez que ele sugava o ar para dentro. Eleanor insistira para ir no carro do Rob, mas Dylan não pensou que seria uma ótima ideia. Depois do acidente no Norte isso se tornara um pesadelo — ou um trauma . Virou o rosto e olhou pra ele, e para o cigarro na sua mão, que estava pequeno. Moveu o olhar e observou a loja de conveniência 24hr. Caminhou mais um pouco, e ao chegar na porta de vidro a abriu que fez soar o barulho do sino que predominou o ambiente.

    O aquecedor deixara o lugar agradável, não quanto o cheiro do salgadinho de queijo e o som no momento que o Will mastigava. Eleanor pegou um carrinho e foi para os ovos, farinha, pão e leite.

   Will, estava mais redondo, certamente o macarrão e os salgadinhos de queijo. Ele usava uma blusa azul com desenho de personagens coreanos, o seu bigode estava crescendo, e seu cabelo se encontrara amarrado em um rabo de cavalo pequeno. A mesa suja, com embalagens de macarrão instantâneo e latas de refrigerantes. Ele observou os cigarros, subiu as sobrancelhas e arregalou os olhos.

  — Não diga nada. — Pediu Eleanor.

  — Eu não ia — Pegou os ovos —  a quanto tempo ele voltou?

  — Ontem — Falou Eleanor, e tossiu.

  — Will? —  Perguntou Dylan, surpreso.

    — Dylan!— Sorriu — Voltou a fumar? Isso explica a sua cara pálida.

    — Obrigado — Sorriu, colocou o cigarro na boca e soprou o ar branco — , voltou a ser gordo?

     — Que droga — Sussurrou Eleanor — Will?

     — 2o dólares.

✩✩✩

    — Tá legal, sua vez — Falou Eleanor e empurrou todas as coisas em cima de Jeff. Ele tirou o cigarro da boca, sorriu e o apagou no balcão.

     — Legal.

     Dylan desceu do banco e entrou na cozinha, Eleanor sentou no banco e o observou. Will tinha razão quando disse que o seu rosto estava pálido, os seus braços estavam finos como um fósforo, olhos fundos e ele cheirava ao maldito cigarro. Eleanor não sabia quando isso começara, depois do acidente do norte ou do hospital. Não sabera quando os ataques começarem novamente.

    — Will realmente está enorme — Disse enquanto raspava o limão.

   — Por que implica com ele? — Questionou.

    — 6° série  — respondeu

   — Isso é tão…

    — Idiota? — Sugeriu.

   — Infantil talvez, mas idiota é melhor. — Admitiu Eleanor. — Tá, o que aconteceu na 6° serie? — Perguntou e colocou um morango na boca.

   — Ele beijou a garota que eu gostava — Respondeu e colocou a tigela no forno.

  — É nojento quando você fala assim. Quem era?

   — Liza — respondeu e colocou os braços no balcão e sorriu.

  —Liza Devis? — Perguntou.

  — É.

   — Oh meu Deus!

   Dylan sorriu — Supostamente para disfarçar a sua
vergonha — . Crianças na 6° série, Dylan. Pensou. Mas sua carne o dizia e afirmava outra coisa. Pegou um copo e tomou água, para o constrangimento dentro de si, como um remédio para dor de cabeça, que para o seu caso, ocasionalmente não funciona.

    Pensar em Liza, é como pensar em uma boneca, quando criança. Cabelos ruivos e pele parda, com sorriso largo e claro, e roupas antigas. Não há vira desde então, do último dia de aula, quando o Will a beijou. Ele sentiu vontade de chorar, sem dúvida a amava, mesmo não sabendo o que era o amor. Talvez, para Dylan de onze anos e o de vinte três seria: quebrar e se remendar ou suportar. Como fez, quando ela se foi.

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