Conto - O Bicho Manjaleu

CAPÍTULO QUATRO - O SEGREDO DO MANJALEU

Após a partida do jovem em direção ao reino de Castela, sua mente era um turbilhão de pensamentos. Ele se viu imerso em uma terra desconhecida, cheia de promessas e mistérios. Enquanto avançava pelas estradas sinuosas, a curiosidade fervilhava em seu peito, alimentada pelo desejo de conhecer a lendária princesa de Castela e desvendar os segredos que envolviam o palácio real.

Com um suspiro de expectativa, ele se voltou para suas botas mágicas e sussurrou: "Bota, bote-me no reino da rainha de Castela!" E em um piscar de olhos, ele se encontrou diante dos portões imponentes do palácio real.

Ao olhar para cima, ele vislumbrou a majestade do castelo, suas torres se erguendo contra o céu azul como sentinelas silenciosas. O brilho do sol refletia nas janelas, e uma sensação de reverência o envolveu enquanto ele se aproximava.

À medida que cruzava os portões do palácio, uma multidão de cortesãos e criados se agitava, curvando-se em respeito diante de sua chegada. Mas seus olhos estavam fixos em algo além das multidões, pois ele sabia que ali, além das muralhas, aguardava a princesa cuja beleza era tão lendária quanto o próprio reino.

E então ele a viu, a princesa de Castela, emergindo das sombras do palácio com uma graça e elegância que o deixaram sem fôlego. Seus cabelos caíam em cachos dourados sobre os ombros, e seus olhos brilhavam com uma intensidade que parecia iluminar o mundo ao seu redor.

Sem hesitar, o jovem avançou em direção à princesa, seu coração batendo descompassado em seu peito enquanto ele se preparava para o encontro fatídico que mudaria o curso de suas vidas para sempre.

Ao se aproximarem, ele se curvou em uma reverência cortês, seus olhos encontrando os dela em um momento de conexão silenciosa. E então, com uma voz que tremia ligeiramente de emoção, ele proferiu as palavras que mudariam seu destino para sempre: "Princesa, case-se comigo."

Ela o fitou por um momento, seus olhos buscando os dele em um silêncio carregado de significado. E então, com um sorriso terno que iluminou seu rosto, ela assentiu, aceitando sua proposta com uma simples inclinação de cabeça.

O casamento foi uma celebração digna de conto de fadas, com banquetes suntuosos e festividades que duraram dias a fio. Mas mesmo em meio à alegria e à felicidade, uma sombra pairava sobre o palácio, pois havia um segredo sombrio que assombrava os corredores silenciosos.

A princesa, curiosa como sempre, ansiava por desvendar os mistérios do palácio, especialmente aqueles que estavam trancados em uma sala proibida, guardada pelo rei com uma determinação feroz.

E assim, em uma noite de lua cheia, enquanto o rei e o marido da princesa estavam ausentes em uma caçada, ela decidiu que era hora de revelar os segredos que se escondiam por trás das portas fechadas.

Com a chave em mãos, ela avançou corajosamente em direção à sala do mistério, seu coração batendo forte em seu peito enquanto ela girava a chave na fechadura e empurrava a porta para revelar o que havia além.

Mas mal ela sabia que seu ato de curiosidade despertaria uma força sombria que estava adormecida há séculos. Pois no instante em que a porta se abriu, o Manjaleu surgiu das sombras, seus olhos brilhando com uma fúria selvagem enquanto ele avançava em direção à princesa com garras afiadas e presas sedentas por sangue.

Ela tentou recuar, mas era tarde demais. O Manjaleu a agarrou, suas garras cravando-se em sua pele delicada enquanto ele a arrastava para fora da sala e para a escuridão da floresta além.

Quando o rei e o marido da princesa retornaram e souberam do que acontecera, ficaram atordoados pela tragédia que se abatera sobre o palácio. Mas o jovem, determinado a salvar sua amada, agarrou suas botas mágicas e clamou: "Bota, bote-me onde está minha esposa."

E em um instante, ele se encontrou nas profundezas da floresta, onde o Manjaleu espreitava entre as sombras, sua presa indefesa presa em suas garras cruéis.

"Minha querida esposa," ele murmurou, seu coração pesando de angústia enquanto ele a via ser arrastada para longe. "Precisamos dar cabo desse monstro feroz, mas para isso é necessário que eu saiba onde é que ele tem a vida."

A princesa, embora abalada pelo encontro traumático com o Manjaleu, ergueu o queixo com determinação. "Eu farei o que for preciso para ajudar a derrotá-lo," ela prometeu, seu olhar encontrando o dele em um juramento silencioso de lealdade e amor.

E assim começou a jornada épica do jovem e da princesa de Castela em busca de desvendar o mistério que envolvia o Manjaleu e salvar o reino de uma ameaça iminente.

Com coragem e determinação, eles embarcaram em uma busca desesperada para encontrar a fonte da imortalidade do Manjaleu, enfrentando perigos inimagináveis e desafios que testavam sua força e sua fé.

Guiados pela informação obtida do próprio Manjaleu, eles partiram em direção ao mar, onde sabiam que o segredo de sua vida estava escondido nas profundezas das águas escuras e misteriosas.

Navegando em um navio corajoso, eles enfrentaram tempestades furiosas e criaturas marinhas selvagens, mas sua determinação nunca vacilou. Finalmente, após dias de busca incansável, eles encontraram o local onde o caixão do Manjaleu repousava no fundo do mar.

Com habilidade e coragem, eles mergulharam nas profundezas, enfrentando os perigos que os aguardavam abaixo. E lá, nas profundezas escuras e silenciosas, eles encontraram o caixão e a pedra que continha a chave para a derrota do Manjaleu.

Com mãos trêmulas, eles abriram o caixão e encontraram a pomba e o ovo que continham a vela que era a vida do Manjaleu. Com um único sopro, eles extinguiram a chama, e o Manjaleu foi consumido pela escuridão, sua imortalidade finalmente quebrada.

Com o retorno da paz ao reino de Castela, o jovem e a princesa foram celebrados como heróis, sua coragem e determinação inspirando todos ao seu redor. E enquanto o sol se punha sobre o horizonte, eles sabiam que sua jornada estava longe de terminar, mas estavam prontos para enfrentar qualquer desafio que o futuro pudesse trazer, juntos, lado a lado.