Capítulo 2

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— Filho — senti meu rosto sendo cutucado. Abri os olhos e vi o rosto do Iruka.

— Bom dia, pai. Qual a boa? — bocejei, olhando para baixo e vendo Sasuke me abraçando, com o rosto no meu peito. — Ah, legal.

— Você não me contou que estava namorando.
— Eu não estou namorando, pelo menos ainda não.
— Eu nem sabia que você gostava de garotos — ele disse, sorrindo enquanto bebia às pressas uma xícara de café.
— É, não faz tanto tempo assim que eu descobri.
— Bom, o Sasuke é um bom garoto.
— É, né? — estávamos quase que sussurrando para não acordar a majestade. — E ele é bonito pra caramba.
— Olha a boca.
— Desculpa.
— Admito que estou um pouco surpreso. Vocês se odiavam tanto quando eram crianças, nunca imaginei que veria os dois dormindo assim um dia.
— Ah, mas quando éramos crianças ele era um porre.
— E você era pior.
— Pensei que gostasse de mim!
— Por que acha que eu só te adotei depois dos dezesseis? — ele deu risada. — Se precisar de dinheiro, o cartão está em cima da geladeira. Juízo, Naruto! Estou indo.
— Tá bom, tchau! Bom trabalho! — falei ao vê-lo passar pela porta.

Quando a porta se fechou, fez um barulho relativo, acordando o moreno nos meus braços.

— Bom dia... — Sasuke disse, afastando o rosto do meu peito.
— Bom dia, gracinha.
— Não me chama de "gracinha".
— Quer que eu te chame de quê?
— Tudo menos "gracinha".
— Docinho.
— Tudo menos "gracinha" e "docinho".
— Vou pensar em alguma coisa.
— Que tal me chamar pelo nome?
— Você é chato, hein.

Ele se levantou do sofá, colocando o sapato e arrumando o cabelo com as mãos.
— Que horas são?
— O Iruka acabou de sair, então deve ser umas duas da tarde.
— Porra? Estamos atrasados então.
— Não quer faltar hoje?
— Claro que não.
— Coé, fica aqui comigo.
— Deixa de ser irresponsável e se arruma logo.
— Depois da faculdade, você quer fazer alguma coisa?
— A gente vê isso depois.

"Basicamente ele dormiu comigo, no meio das minhas pernas, com a cara enterrada nos meus peitos, me embriagando com aquele perfume doce dos seus cabelos a noite inteira," comentei com Kiba enquanto jogávamos basquete.

— Não acredito que ele fez isso — Kiba fez uma cesta de um ponto dentro do garrafão. — Tem certeza de que você não sonhou com isso?
— Óbvio que não sonhei. Tá achando que eu sou maluco? Aquilo foi real, ainda tô com o cheiro dele nas minhas roupas.
— Não está não, você tá todo suado.
— Bosta! — Acertei uma cesta de três pontos. — Chupa essa, otário!
— Seu pé estava na linha.
— Você desacredita demais. Poxa vida.

Sentamos na arquibancada para beber água e descansar.

— Se isso aconteceu mesmo, você não acha que pode ter algo suspeito rolando? Tipo "meu Deus, Sasuke perdeu uma aposta e agora é obrigado a te beijar"?
— Por que me beijar seria um castigo? Eu sou popular! E com quem ele faria essa aposta? Ele nem tem amigos! Tá achando que a gente tá num filme? Amigo da onça.
— Quando foi que viramos amigos?
— Vai pro inferno.

— Do que vocês estão falando? — Sakura disse, sentando ao nosso lado.
— Sobre o Sasuke — Kiba respondeu.
— Sinto muito, Naruto — ela disse, colocando a mão no meu ombro.
— Você nem sabe sobre o que estamos falando dele!!
— Desculpa, é sobre o quê?

— Sasuke dormiu lá em casa e a gente deu uns pega legais antes de dormir — falei, então Sakura deu uma gargalhada sinistra.
— Credo, o que é isso?
— Pera, é sério?
— Claro que é sério!
— Nossa... que loucura.
— Eu que o diga — Kiba acrescentou.

— Bom, tenho só mais meia hora pra ver meu garoto — falei, me levantando.
— Boa sorte, tigrão.
— Valeu.

Só existe um lugar onde o Sasuke passa os intervalos: a biblioteca. Ele é tão clichê, nerd inteligente que lê livros. Às vezes eu gosto de vir aqui só pra ver ele lendo e arrumando o cabelo para trás da orelha.

Atração - Narusasu.Onde histórias criam vida. Descubra agora