Cadence Miller, uma adolescente clássica e desajustada, sempre viveu em conflito com seus pais, apesar das ótimas condições em que vivia. Mandada para o internato Meadows Kindergarten, Cady se acha esquisita e percebe que sua vida está fugindo do co...
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Uma semana havia se passado desde meu ultimo 'encontro' com o Javon e por mais incrível que se pareça, faz uma semana que o mesmo não vinha ao meu encontro.
Hoje, após uma noite em claro, ocupei meu lugar habitual no refeitório ao lado das minhas colegas de quarto. Era um dia estranhamente nublado, e uma calmaria incomum pairava no ar.
Também faz uma semana que sonho com o Javon.
Desde o último incidente, ele dominava meus pensamentos constantemente.
Era quase como se ele estivesse em todo lugar, mas ao mesmo tempo ele não estava. Eu podia sentir sua presença por onde quer que eu passasse.
Na primeira vez que sonhei com ele estava muito escuro. Eu não conseguia ver ele de forma clara, a não ser por sua camisa branca. No sonho ele ficava ao meu lado enquanto me observava dormir. Era estranho já que eu podia enxergar ele me ver dormindo.
Mas essa não era a parte mais sombria de tudo.
Todo sonho ele afirmava ser o meu monstro. Ele sempre dizia: "Sou o monstro debaixo da sua cama. Estou tomando conta da sua vida."
E então, eu acordo. Todas as noites eu acordo e sempre é o mesmo sonho. Eu estava arrasada.
Todos os dias, as vezes, eu ficava observando ele, sem conseguir me controlar. Mas na aula eu não dava mais atenção a ele do que ele dava pra mim.
E os sonhos continuavam.
Apesar da atmosfera esquisita, todos ao redor pareciam agir como se nada estivesse fora do comum.
Eu vasculhei o ambiente com os olhos, em busca de... Javon. Espere, por que mesmo?
Enquanto minhas colegas conversavam animadamente, quase automaticamente, contra minha própria vontade, interrompi:
─ Onde está o Javon?
Zoe soltou uma risada e deu de ombros.
─ Honestamente, não faço ideia, e sinceramente, não me importo. ─ Ela voltou sua atenção para a comida, enquanto eu fazia uma careta, debatendo internamente por que de repente me importava tanto.
Drew, percebendo minha confusão, falou com simpatia:
─ Ele sempre se atrasa. Uma hora ou outra ele aparece. ─ Ela sorriu gentilmente para mim, e eu apenas assenti, perdida em pensamentos.
Mas naquela manhã, ele não apareceu.
Às nove e dez da manhã, a primeira aula teve início, mas eu não conseguia concentrar meus pensamentos na sala de aula. Eles pareciam flutuar no ar enquanto eu observava a parede branca e mil e uma vozes ecoavam em minha mente.
Logo saí do transe quando a porta se abriu e a diretora entrou, acompanhada por uma mulher baixa, ambas com expressões sérias.
─ Bom dia a todos. ─ A voz da diretora ecoou pela sala, e todos se voltaram para ela, tomando seus assentos em silêncio. ─ Estou passando em todas as salas, e espero que até o fim do dia eu receba alguma informação relevante.
