Um gosto amargo

29 2 0
                                    

Por Bia Lemon

Antes de irmos para o Qatar a semana em Mônaco foi bem agitada, ja estava quase tudo pronto para o casamento. Eu estava saindo da casa que compramos naquela manhã de terça-feira após uma reunião com o arquiteto Jean, um amigo de Charles que contratei para o bistrô em Mônaco e foi perfeito, o rapaz tinha ótima ideias, ele tinha todo um conceito moderno, que não perdia o conforto e nem o aconchego que uma casa deveria ter. Eu estava empolgada com as sugestões sobre as adequações que estávamos fazendo na casa. Charles só não me acompanhou por que teve um compromisso com Lorenzo sobre o contrato da Ferrari.

O dia em Mônaco era extremamente agradável, eu saí da casa, apreciei a brisa fresca do mar que estava maravilhosa. O cheiro da maresia era muito agradável.

Eu já conseguia imaginar eu e Charles vivendo naquela casa, eu idealizei tantas coisas, mas todas envolviam Charles, eu nunca estive tão feliz na minha vida. O sol era forte.

Naquela manhã tinha combinado com o piloto de curtir um dia no Iate dele, hoje eu não iria no bistrô, ficaríamos os dois aproveitando para ver a decoração e os móveis da casa que Jean tinha me entregado. Eu saí distraída e o arquiteto que me acompanhava voltou para pegar a planta que ele acabou esquecendo na mesa da área onde a poucos minutos fizemos mais uns rabiscos sobre a estrutura da casa.

Eu estava saindo, meu carro estava a uns 200 metros da frente da casa, eu estava ainda na calçada da rua que descia para a casa quando vejo um carro preto pela a segunda vez, era estranho ver aquele carro pela segunda vez no dia.

Um sentimento ruim veio neste momento, eu me desviei destes pensamentos ruins e fui atravessar a rua, eu não percebi que o mesmo carro estava voltando eu esperei o carro passar, mas antes um pouco ele deu seta para encostar vendo isto resolvi atravessar a rua, foi quando o carro acelerou. Não deu tempo de voltar para a calçada ou correr, parecia que o carro estava disposto a me atropelar e eu senti um impacto e uma dor muito forte .

Por Charles Leclerc

Hoje de manhã eu e Bia tomamos um café maravilhoso eu estava saindo com ela, quando recebi uma ligação do meu irmão Arthur que o detetive já tinha conseguido grampear o telefone e que as ligações tinham continuado por todo o final de semana, geralmente a voz ficava ameaçando a mim, que a minha alegria não iria durar para sempre. Essa última ligação tinha deixado minha mãe apavorada. Bia estava tão empolgada com a casa que eu não queria deixar ela triste e nem preocupada, primeiro eu iria saber o que realmente estava acontecendo .

Disse a minha noiva que passaria na casa de Dona Pascale para ver algo sobre o contrato da Ferrari e Lorenzo queria falar comigo, ela estava querendo ir junto, mas eu insisti para ela ir encontrar Jean, que agenda do arquiteto era cheia e ela teria dificuldade de remarcar este horário e que nos encontraríamos a tarde para irmos dar uma volta no iate.

Meu celular começou a tocar, era o Jean, meu amigo possivelmente ele Bia estavam juntos e devem estar querendo falar algo da casa.

- Charles onde você está ?

A voz de Jean estava estranha, ele estava em um lugar que tinha um som de cirene no fundo.

-Eu estou chegando na casa da minha mãe. Aconteceu algo ?

- Charles um carro atropelou a Bia ele fugiu estava sem placas eu estava subindo a estrada, devido a reforma nem eu, nem Bia entramos com o carro na casa e... Charles está me ouvindo .

Eu simplesmente cai no chão Arthur que estava no portão correu me segurar, era um pesadelo como isto aconteceu aqui. Este é um dos lugares mais tranquilos para se viver.
Arthur pegou o telefone da minha mão e atendeu Jean. O arquiteto explicou para ele que estavam indo para hospital de Mônaco, Jean disse a Arthur para não me falar mas que o estado de Bia era gravíssimo.

Traços do destino Onde histórias criam vida. Descubra agora