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Maraisa

Acordo, me espreguiço, pego o celular encarando a tela marcando 06:30 da manha, ainda é cedo, mas eu estou morrendo de fome então resolvo levantar.

Depois de ir no banheiro e fazer minhas necessidades, vou pra cozinha fazer um café, penso em acordar o Fe, mas não faço ideias de que horas ele tem que ir trabalhar, então prefiro não chamar.

Começo colocando a água do café pra ferver, coloco uns pães de queijo congelados no forno, pego alguns cookies, deixo também pães de forma, presunto e mussarela, pico um melão também, arrumo a mesa, depois da água já fervida, eu passo o café, e espero os pães de queijo ficar prontos.

Batuco as unhas na mesa, estou com fome e querendo muito esses pães de queijo e só por isso ainda não devorei metade da mesa.

-queria entender por que você levanta tão cedo - Fe resmunga aparecendo na cozinha com a cara amaçada, ainda mais lindo senhor que me ajude a resistir.

-eu queria dormir mais, porém acordei com uma fome assombrosa e uma vontade louca de comer pão de queijo - explico

-podia ter me chamado, eu compraria pra você, não quero que meu filho nasça com cara de pão de queijo - brinca

Reviro os olhos rindo dessa palhaçada a gente sabe que a criança não nasce realmente com cara de comida

- não se preocupe aqui tinha, está assando

-fora a fome, está tudo bem? - pergunta

-uhum, tudo certo, tirando a fome nem parece que estou carregando outra vida - digo servindo um café pra mim - senta pra tomar café

Digo vendo que ele está até agora ali, em pé, ele se senta pegando um pedaço de melão.

Não demora muito os pães de queijo estavam prontos, então iniciamos nosso café da manhã de verdade.

-me desculpa falar, mas você não acha aqui meio pequeno ?

-Eu não

-tinha reparado tão bem da outras vez, mas olhando agora eu percebi

- é uma quitinete pra uma pessoa né Fe, não faria muito sentido ser algo grande, ainda mais pelo preço, são mais universitários que moram aqui.

-é, faz sentido - ele bate os dedos na mesa sei que quer falar mais alguma coisa - reparei que aqui também é pouco seguro, não em questão estrutural, mas segurança mesmo

-realmente, não tem porteiro, cada um tem sua chave do portão, essa porta aqui também não é das mais resistentes, mas pelo preço não dá pra exigir muito

- eu tava pensando, acho que seria melhor se você fosse ficar lá em casa durante a gravidez, lá você tem mais segurança, conforto, e eu vou estar lá, caso ocorra algo com bebê - sugere - fora que aquele cara rondando aqui me deixa muito preocupado.

- isso é demais Fernando, eu não ia me sentir nem um pouco a vontade, eu gosto do meu cantinho, não se preocupe vou sempre ligar pra você se precisar - sorrio de leve mas ele não sorri de volta.

Eu não sou interesseira, sempre corri atrás de tudo, já é difícil saber que ele paga meu aluguel.

-mas se algo acontecer até eu chegar aqui pra te ajudar, as vezes você até já perdeu a criança - tá essa fala dele conseguiu me irritar.

-Fernando eu não sou irresponsável, eu sei me cuidar, e quanto ao bebê não se preocupe ele vai continuar estando bem, ok ?! - digo nervosa

- não precisa ficar brava, sei que não vai se colocar em risco e que sabe se cuidar, mas acidentes acontecem, mesmo quando tomamos o máximo de cuidado - explica

-eu sei, eu só não vou me sentir bem ficando lá sabe - suspiro cansada, não queria ter me exaltado mas as vezes essas mudanças de humor vem.

- tudo bem, se você quer assim eu não vou te forçar a morar comigo, mas por favor, pensa nisso, aqui não é seguro, não é confortável.

-tudo bem, isso é algo a ser pensado, de qualquer forma, quando eu arrumar outro emprego eu pretendo procurar um lugarzinho melhor - explico

Ele concorda, pela expressão dele sei que está contrariado, eu não posso fazer nada, não vou me enfiar assim na casa dele só por que tô carregando o filho dele, eu estou bem aqui no meu cantinho, como sempre estive.

O resto do café seguiu em silêncio, e tudo bem, acho que ele tem que repensar essa proposta, ele quis uma barriga de aluguel por que não queria um relacionamento, se eu for pra lá nunca vou estar à vontade por achar que estou invadindo o espaço dele, fora que vou depender um pouco mais dele.

Depois que terminamos o café, eu tirei a mesa, enquanto ele estava no banheiro se ajeitando pra sair.

-eu vou ir trabalhar, se precisar de algo é só me ligar - diz assim que levo o mesmo até a porta

-bom trabalho - sorrio fraco - vai ficar tudo não se preocupe

Ele concorda me dando um beijo na testa e saindo da minha quitinete.

🫀

-amiga eu tenho que te agradecer por ter conhecido o Fernando, aquele irmão dele é tudo de bom - ela diz animada

-ao que parece sua noite foi incrível em? Acho que por essa gentileza eu aceito que você me pague uma pizza qualquer dia desses - brinco e ela ri

- incrivelmente quente, só se for, mas e você, me parece preocupada ? acho que eu e o Fernando tivemos uma pequena DR, sem ao menos ser um casal

-o que rolou?

-ele cismou que minha casa é pequena demais, que é pouco segura, que seria melhor se eu me mudasse pra casa dele

Ela me encara

-ele é pai de primeira viagem acho que é normal da surtada

-ele não gostou muito quando eu disse que ia ficar onde estou não podemos fazer nada a cerca disso, você não é obrigada a se mudar pra lá - ela da de ombros com tempo ele para de paranoia

Ela saiu de perto para atender um pessoal e eu fui atender também, Mai estava saltitante, e eu não a culpo, se minha noite com o Fe tivesse sido como a dela eu também estaria toda menina pimpona por aí.

A noite passou voando, graças a Deus, hoje eu estou com mais fome que o normal é mais cansada também, o Fernando não apareceu, nem se quer mandou uma mensagem, e tudo bem, mas não vou correr atrás ele já está muito grandinho pra entender meu ponto de vista.

vamos amiga, vou te deixar em casa

- obrigada amiga, hoje eu estou morta, meus olhos estão quase fechando

- e o soninho das grávidas, chega lá come e dorme

Não demorou muito pra que chegássemos na minha casa, eu desci me despedindo dela, fiz um misto quente pra mim, comi e logo vai na cama.

BARRIGA DE ALUGUEL -adaptação Onde histórias criam vida. Descubra agora