↝Capítulo 4↜

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Washington.
Sexta feira ás 12:55 PM.
Na Boate.

— Me de um bom motivo pra não te matar agora — seu antebraço tava em meu pescoço e meu corpo estava preso contra a parede.

Pela primeira vez não me senti ameaçado, não senti medo de ter a sua faca dentro de meu pescoço, não senti medo de que me matasse.

Eu esperei por tanto tempo um motivo pra morrer, um motivo pra não continuar lutando, um motivo pra desistir e eu finalmente encontrei.

Desde que perdi ela, me sinto perdido, me sinto fora do eixo, fora do rumo.

Nossos olhares se encontram, aqueles olhos raivosos e frios me olham como se examinasse a minha alma.

Seus olhos vazios e negros, seus olhos opacos e nulos, seus olhos sem vida e alma.

Era como se estivesse morta, mas seu corpo e seu coração ainda estavam vivos e quentes. Sua pele perfeitamente morena, com pequenas partes mais escuras que as outras quase imperceptível.

Seu olhar que antes raivosos suavizam de leve.

— Fica longe de mim — tira a faca do meu pescoço e guarda —, vai procurar uma puta em outro lugar — entra na boate.

Mas que porra foi essa?

Passo a mãos no cabelo.

Pela primeira vez em dez anos me permiti sentir ciúmes de uma garota, e detalhe eu não a conheço, vou repetir. Não. A. Conheço.

Caralho quem é essa garota?

— Quem é você? — aparece uma cara moreno, alto com o cabelo liso e bagunçado, olhos escuros — Você não pode ficar aqui, essa área é restrita pra funcionários — me fita com os olhos.

— Já estou de saída — passo por ele e volto pra mesa que está Lucas, Arthur, Marcos, Matheus e Daniel.

— Por que demorou tanto? — indaga Lucas assim que sento em sua frente.

— Tava cuidando de uma coisa — dou de ombros acedendo meu cigarro.

— Conta pra eles sobre a sua puta — o olho sério.

— Ela não era minha puta, já falei — revira os olhos.

— Tanto faz — da de ombros bebendo um gole de seu whisky.

— Que história é essa? — pergunta Arthur com a sombrancelha erguida.

— Uma menina apareceu na casa do Nathan, só de calcinha e uma blusa regata vermelha — informa Lucas.

— E ela ainda caiu em cima de mim quando pulou a janela — reclama Marcos revirando os olhos.

— E como ela era? — Indaga Matheus.

— Não te interessa — solto a fumaça do cigarro.

— Ciúmes? — Daniel arqueia a sombrancelha.

— Vai se fuder.

— Fala como ela era logo — diz Lucas.

— Tá — reviro os olhos —, ela é alta um e oitenta e cinco, pele morena linda, cabelo cacheado e castanhos escuros, olhos frios e pretos, lábios avermelhados, cílios longos e volumosos.

— É aquela — aponta Daniel. Sigo seu dedo e a vejo.

Ela servia uns drinks pra uma mesa de garotas, vestia uma mine saia vermelho escuro, um top branco, e uma bota de cano alto preta.

A saia realça suas curvas, o top desenhava perfeitamente os contornos de seus peitos, a bota com um salto fino a deixando mais alta e atraente.

Ela se vira e volta pro balcão, fala alguma coisa pro bartender loiro. Assim que ele sai vejo dois homens se levando e indo até o bar.

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