Atraído Pela Tentação

PRÓLOGO

"Malditas sejam", "Malditas sejam". Era isso que eu dizia em meus pensamentos, ao ser dominado pela fúria causada por duas garotas, que acabaram cruzando meu caminho. Mas isso era apenas quando eu tinha 12 anos.

Tudo começou quando dois pares de olhos azuis chegaram à cidade. Garotinhas encrenqueiras, que adoravam arrumar confusão. Eu não ligava nenhum pouco, até chegar um dia em que minha querida irmã voltou para casa chorando.

Seu cabelo que era loiro, estava uma bagunça, e sua pele clara como a neve, estava vermelha e suas roupas cobertas de areia.

- O que houve? - perguntei, um tanto preocupado, indo ao seu encontro.

Ela não conseguia parar de chorar. Por mais que eu tentasse acalmá-la, ela não parava de jeito nenhum.

- Vamos lá - digo gentilmente. - Me conte o que aconteceu.

Ela então resolveu me responder.

- Duas garotas - exclamou, chorando.

- Duas garotas? O que tem?

- Foram... elas - soluçou.

Parado, olhando para seu rosto inchado de tanto chorar, algo chamou minha atenção em seu braço. Quando olhei, vi marcas de mordidas. Meus olhos se arregalaram de espanto. Como?

Peguei em seu braço delicadamente e apontei.

- Elas fizeram isso em você? - perguntei, com raiva.

Ela, por não conseguir falar, apenas balançou a cabeça dizendo que sim. Naquele instante, senti meu corpo se esquentar de pura raiva.

- Pode me levar até elas?

- Por... favor, não... - soluçou. - Elas... elas... vão... te bater - disse a pobrezinha. Ela mal conseguia falar de tanto chorar.

De tanto insistir, ela resolveu ceder.

Andando de mãos dadas com ela até o parquinho, nós não as encontramos em lugar algum. Mas, quando estávamos voltando, Megan me puxou e apontou com o dedo. Assim que olhei na direção apontada, vi duas garotinhas de cabelos castanhos claros com um sorvete nas mãos. Olha só, eram gêmeas.

- Foram elas, Nate - disse, apertando meu braço com força.

- Tudo bem, vamos lá.

Mas quando fui dar meu primeiro passo, uma mulher se aproximou delas e juntas foram embora. Droga! Eu não podia fazer nada do que pensava com elas. Se eu fizesse algo na frente de um adulto, poderia estar bem encrencado.

Suspirei.

- Bem... Acho que hoje não podemos fazer nada - disse eu, e olhei para o rosto dela, dando um sorriso gentil. - Você quer tomar um sorvete?

- Quero! - gritou a pequena alegre.

- Então vamos - lhe dei a mão e atravessamos a rua para ir à sorveteria.

Eu me entendo com essas duas depois.

(...)

Três Anos Depois

***

Depois de vários acontecimentos com as gêmeas, houve muitas outras coisas, das quais uma acabou resultando em algo bem pior. Algo que eu nunca imaginei que aconteceria...

Parado em uma rua deserta, não havia mais ninguém além de Aidan, Duck e eu. Eu estava pronto, e não iria deixar que dois clones ousassem machucar meu anjinho.

Parece que, com os anos passando, elas ficaram mais audaciosas. E os recados e avisos para não se meterem conosco pareciam soar como desafio para ambas.